sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Fotografia: registro e memória

O que é fotografia? Qual sua importância para o registro da história? Nas palavras de Pinto e Turazzi(2012, p.97):

Fotografar significa “escrever (grafar) com luz (foto)[...]Como o registro fotográfico se processa  com intermediação de uma máquina, considera-se a fotografia uma imagem técnica(por oposição ao desenho , à pintura etc.) e também uma imagem múltipla, pois de uma matriz foto-grafada realiza-se um número praticamente infinito de exemplares idênticos ou semelhantes.(Pinto; Turazzi, 2012, p. 97)

Desta forma, a fotografia pode compor o conhecimento histórico, sendo que toda fotografia é uma imagem visual que pode ativar a memória, pois é um registro de espaço e tempo, que contém uma história retratada naquele momento. Quando organizamos as fotografias para representar nossas memórias, as escolhas dependerão do significado que queremos dar a elas.

Organizar uma memória através de fotos é um processo de aprendizagem por conter registros visuais que nos remetem ao passado. Desta forma, também há possibilidade de manipulação quando organizamos as fotografias seguindo uma intencionalidade, que pode ser, inclusive, nossa memória afetiva.

Portanto, a fotografia promove um “recorte” da imagem, retrata um momento histórico, uma situação corriqueira, um momento qualquer, não importa. Nela estarão refletidas imagens que para alguém teve algum significado e por si só já representa sua importância como imagem de seu tempo.


REFERÊNCIAS:

PINTO, J. P.; TURAZZI, M. I. Ensino de história: diálogos com a literatura e a fotografia. São Paulo: Moderna, 2012.


sábado, 17 de dezembro de 2016


ESPAÇO E FORMA

O pensamento lógico matemático acontece gradualmente, e cada aluno tem seu tempo de aprendizagem. Para que a aprendizagem se efetive é necessário que aconteça de forma gradativa. Através de um processo de observação, o professor terá condições de respeitar a fase que a criança está, adaptando atividades e processos de construção do conhecimento.
Trabalhar com espaço e forma em Matemática nos remete ao lúdico, à manipulação de objetos, à observação e análise, ou seja, uma gama de situações que fortalece a construção dos conceitos geométricos nos alunos.
A geometria envolve medida, cálculo de área, construção de figuras etc. É importante que a criança tenha contato com o objeto, passe do estágio da observação para o contato experimental. Nesse espaço, a criança irá se apropriar do objeto, agir sobre ele, construir suas estruturas mentais, e é nessas relações que se constitui a ação matemática. Nas palavras de Smole e Diniz (2012, p.13):

Uma vez que a compreensão matemática pode ser definida como a habilidade para representar uma ideia matemática de múltiplas maneiras e fazer conexões entre as diferentes representações dessa ideia, os materiais são uma das representações que podem auxiliar na construção dessa rede de significados para cada noção matemática. (SMOLE; DINIZ, 2012, p.13)

Desta forma, por estarmos rodeados de espaço e forma, só precisamos explorá-los fazendo a criança se localizar neles, manipulando os objetos e construindo as representações de suas ideias. Assim, é fundamental trazer para o cotidiano escolar, situações que oportunizem não a constatação das figuras e espaços, mas a construção de habilidades que possibilitem a ação do aluno sobre o objeto de aprendizagem.
Portanto, é importante que os conceitos de espaço e forma sejam trabalhados com materiais concretos desde a educação infantil, pois facilitam a representação das ideias matemáticas e o entendimento dos conteúdos mais complexos de geometria nas séries finais.

REFERÊNCIAS:

SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I. Materiais manipulativos para o ensino das Quatro Operações Básicas. São Paulo: Edições Mathema, 2012.
http://www.imagensgratis.blog.br/imagens/tangram-imagens (Imagem)

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016




A HISTÓRIA DE CADA UM

Capa do disco de Almir Sater de 1992



“[...]
Todo mundo ama um dia,
Todo mundo chora
Um dia a chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser Feliz
[...]”





Como fala a música de Almir Sater e Renato Teixeira, Tocando em frente, cada um de nós compõe a sua história, que é construída ao longo da vida, com experiências boas e ruins que vivenciou, amigos e família com quem dividiu ou divide seu cotidiano, os lugares que visitou, ruas que morou, o trabalho que desenvolve, a forma como pratica a sua cidadania...

Por meio da história de vida de cada um, podemos conhecer seus valores, suas crenças, seus costumes e através deles saber suas referências culturais. Nosso país tem grande diversidade étnica e cultural, e conhecendo a história das pessoas, podemos cada vez mais valorizar e respeitar as diferenças, pois toda história tem valor.

Assim, este povo que fazemos parte, com toda a riqueza de sua cultura, é o protagonista da construção da história do país, do estado, ou município. Um povo que constrói e que pode refazer sua história, mas jamais apagar as lutas e as tradições que cultuam a natureza humana.

Portanto, todos nós produzimos história e somos capazes de transformar nossa realidade. A partir do momento que nos reconhecemos como sujeitos sociais, com autonomia de quem sabe o que quer, alicerçamos nossa democracia e constituímos um povo cidadão.


REFERÊNCIAS:

SATER, Almir;TEIXEIRA, Renato. Tocando em frente.
Em: Almir Sater. Almir Sater ao vivo. Columbia, Sony Music, 1992.Faixa 2.

https://http2.mlstatic.com/383-mcd-cd-1992-almir-sater-ao-vivo-sertanejo-D_NQ_NP_20926-MLB20200965610_112014-F.jpg (Imagem)

domingo, 4 de dezembro de 2016



EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Na sociedade atual, a ideia de sustentabilidade vem da cultura em que estamos inseridos. Mudanças de comportamento precisam vir acompanhadas de conhecimento. Conhecer nosso planeta, nossa natureza, nossas reais necessidades de consumo, podem ser a base para mudar nossa visão de mundo.

Ao mesmo tempo em que gostamos do conforto e das facilidades que a tecnologia nos traz, também devemos pensar na sobrevivência do planeta. Não é possível evitar o progresso, mas precisamos ter uma visão realista de nossas necessidades usando os recursos naturais e tecnológicos de forma inteligente, garantindo que estes recursos sejam explorados de forma coerente, com sua manutenção e a preservação de todas as formas de vida.

Na história do mundo, as atividades humanas se desenvolveram a partir dos recursos do meio ambiente, desde a descoberta do fogo à magnitude tecnológica de uma usina hidrelétrica, que transforma um recurso natural tão precioso como a água em fonte de energia. No entanto, estas fontes não são inesgotáveis, o que envolve uma conscientização no manuseio destes recursos e na construção de uma educação ambiental permanente.

Assim, pensamentos e atitudes que sejam protetoras do meio ambiente devem embasar nosso olhar na análise das situações do cotidiano, onde muitas vezes nossa intervenção pode fazer a diferença. O respeito ao ambiente que nos cerca, aos saberes de um povo, sua percepção do mundo e da natureza precisam estar pautados pela sustentabilidade.

Esta realidade deve ser trazida e discutida em sala de aula, formar pessoas conscientes dos problemas ambientais e o papel de cada um na preservação do meio ambiente precisa fazer parte dos currículos escolares, não é mais possível dizer que o problema está em outro país, ele está do nosso lado, no nosso bairro, fazendo parte de nossa realidade. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997):

O conhecimento sobre como a natureza se comporta e a vida se processa contribui para o aluno se posicionar com fundamentos acerca de questões bastante polêmicas e orientar suas ações de forma mais consciente. São exemplos dessas questões: a manipulação gênica, os desmatamentos, o acúmulo na atmosfera de produtos resultantes da combustão, o destino dado ao lixo industrial, hospitalar e doméstico, entre muitas outras. (Brasil, 1997,p. 22)


Portanto, refletir, discutir, argumentar sobre os problemas ambientais do planeta de forma dinâmica e prática, permite que o aluno se posicione diante de assuntos atuais.  É necessário, então, que se tenha acesso à informação e ao conhecimento para construir competências que farão parte das contribuições da sociedade na preservação do planeta.


REFERÊNCIAS:


BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. Brasília: MEC/SEF, 1997, v.2.

http://meioambiente.culturamix.com/projetos/vida-sustentavel (Imagem)

domingo, 27 de novembro de 2016

HISTÓRIA ALÉM DOS LIVROS
A didática é uma forma de o professor encontrar um caminho para tornar o conteúdo mais interessante, relevante e envolvente para o aluno. Na disciplina de história, muitas vezes esta tarefa é mais difícil, pois o ensino da história vai além do ambiente escolar.  O professor precisa ser o elo mediador entre o conteúdo e a construção no aluno de uma consciência histórica, ilustrada pelas vivências dos alunos, sua visão de tempo e de mundo.
No sistema tradicional de ensino, a didática tinha outro enfoque. Ela orientava o trabalho do professor de forma sistematizada e técnica. Hoje a didática pode ser uma aliada, onde o professor, com uma postura mais reflexiva, permite uma maior interação na relação com seu aluno. Por outro lado, a situação didática é diversificada, proporcionando ações conjuntas de análise, tornando o conteúdo mais dinâmico. Nas palavras de Libâneo (2002, p.6):

Essa forma de compreender o ensino é muito diferente do que simplesmente passar a matéria ao aluno. É diferente, também, de dar atividades aos alunos para que fiquem “ocupados” ou aprendam fazendo, O processo de ensino é um constante vai-e-vem entre conteúdos e problemas que são colocados e a percepção ativa e o raciocínio dos alunos. É isto que caracteriza a dinâmica da situação didática, numa perspectiva sócio-construtivista. (LIBÂNEO, 2002, p.6)

Assim, ensinar história de forma a garantir a construção do conhecimento pelo aluno vai além do livro didático, do texto informativo. O aluno precisa estabelecer relações, relacionar fatos, planejar estratégias e analisar eventos para que o entendimento histórico-cultural seja solidificado e significativo.


REFERÊNCIAS:
https://www3.fmb.unesp.br/emv/pluginfile.php/24531/mod_resource/content/1/Lib%C3%A2neo%20-%20Livro%20Didatica.pdf

domingo, 20 de novembro de 2016


Ciência e Significado

No contexto atual, as ciências da natureza precisam dar conta das múltiplas crianças que chegam as nossas escolas. Crianças cada vez mais criativas, curiosas e dispostas a explorar um mundo de significados.

Para que a ciência construa ideias cada vez mais complexas do mundo, a sala de aula precisa ser um terreno fértil de vivências e de atividades significativas que oportunizem ao aluno conhecer a si mesmo e ao mundo ao seu redor.

A partir de situações que desenvolvam a capacidade de compreensão do aluno, que perpassam pela pesquisa, investigação, observação, análise etc., o aluno será capaz de se apropriar dos significados presentes no conhecimento. Ao mesmo tempo, lançar mão de estímulos como brincadeiras que desenvolvem a criatividade e a vontade de buscar respostas, amplia a interação entre os alunos e a troca de informações se estabelece de forma espontânea.

Explorar as complexidades do mundo também vem de questionamentos simples das crianças que são estimuladas a pensar, pois muitas vezes as perguntas das crianças podem ser tão instigantes quanto as de um cientista e gerar o desequilíbrio necessário para que a aprendizagem ocorra. Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997):

O ensino de Ciências Naturais também é espaço privilegiado em que as diferentes explicações sobre o mundo, os fenômenos da natureza e as transformações produzidas pelo homem podem ser expostos e comparados. É espaço de expressão das explicações espontâneas dos alunos e daquelas oriundas de vários sistemas explicativos. (Brasil, 1997, p.22)

Desta forma,  o ensino de ciências  envolve uma postura dinâmica do professor, com  um olhar diversificado para os possíveis resultados de aprendizagem.  O conhecimento não está pronto. Ele é um caminho a ser percorrido na educação, com estratégias que promovam  a participação concreta do aluno por meio de experimentações que o levem a conhecer e respeitar os fenômenos da natureza.


REFERÊNCIAS:


BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. Brasília: MEC/SEF, 1997, v.4.

domingo, 13 de novembro de 2016

O jogo e a aprendizagem matemática

Trabalhar matemática com jogos funciona como um recurso importante, onde o professor o inclui em sua prática para auxiliar a aprendizagem do conteúdo pelos alunos, tanto na forma de exercício como na de construção de conceitos.

O jogo favorece a interação social, cooperação mútua e a partir daí pode ajudar o aluno menos participativo, que muitas vezes tem vergonha de ter dúvidas. Em grupo, os alunos trocam ideias e resolvem situações problema, potencializando assim a aprendizagem. Conforme Smole, Diniz e Cândido (2007, p. 12):

Hoje já sabemos que, associada à dimensão lúdica, está a dimensão educativa do jogo. Uma das interfaces mais promissoras dessa associação diz respeito à consideração dos erros. O jogo reduz a consequência dos erros e dos fracassos do jogador, permitindo que ele desenvolva iniciativa, autoconfiança e autonomia. No fundo, o jogo é uma atividade séria que não tem consequências frustrantes para quem joga, no sentido de ver o erro como algo definitivo ou insuperável. (SMOLE; DINIZ; CÂNDIDO, 2007, p. 12)


Desta forma, no jogo, podem-se rever os erros de forma natural durante as jogadas, estimulando-se a novas tentativas para atingir o acerto. No entanto, a interação conteúdo x jogo não pode ser feita de qualquer jeito. O jogo precisa ter um objetivo pré-estabelecido pelo professor, bem como regras e combinados a serem cumpridos pelos alunos para garantir o sucesso da atividade.

Assim, a atividade lúdica no ensino da matemática, precisa fazer parte do cotidiano do aluno, pois é interagindo, investigando, manipulando objetos e superando desafios que ele constrói significado para sua aprendizagem.


REFERÊNCIAS:

SMOLE, K.S.; DINIZ, M.I.; CÂNDIDO, P. Jogos de matemática do 1º ao 5º ano. Porto Alegre: Artmed, 2007.


domingo, 6 de novembro de 2016


ORGANIZANDO O PENSAMENTO

Aprender matemática é descoberta, que deve estar acompanhada da alegria do saber. A construção dos conceitos matemáticos nas séries iniciais não pode se dar de forma mecânica. Neste processo, aluno precisa construir o significado do número, de quantidade e fazer relações de forma concreta para que a aprendizagem se efetive, sem pressões pra não tornar a matemática na vida deste aluno um “peso” que ele irá carregar em toda sua trajetória escolar.

As crianças são capazes de construir o pensamento lógico matemático de forma real, quando são desafiadas. Organizar, classificar, quantificar, seriar etc., são processos que a criança realiza intuitivamente, o qual precisam ser lapidados e direcionados  pelo professor. Ao mesmo tempo, é necessário identificar no aluno o nível de sua construção para que sua aprendizagem evolua através de atividades direcionadas como situações problema onde o aluno utiliza seu pensamento lógico.

Na interdisciplina Representação do Mundo pela Matemática, foi possível aplicar nos alunos conceitos estudados e ter a oportunidade, enquanto professor, de participar e reconhecer a construção destes conceitos nos alunos. Outra atividade que desenvolvi, usando o mesmo conteúdo, agora na interdisciplina Representação do Mundo pelas Ciências Naturais, foi para verificar o conceito de classificação.

Aluna separando por cores

A aluna com o qual realizei a atividade tem 7 anos e está na segunda série. 

Em um primeiro momento, coloquei sobre a mesa prendedores de diversos formatos e cores. Pedi que ela os organizasse da forma que quisesse. A primeira atitude da aluna foi separar pelas cores. 
Aluna formando grupos com prendedores variados





Questionei se poderia ser separado de outra forma, ela então separou por quantidade, dividindo os prendedores em grupos iguais pelo número, misturando cores e tamanhos.






Assim, oferecer ao aluno atividades de classificação é fundamental para o amplo crescimento da criança, pois estimula o desenvolvimento do pensamento lógico. Na atividade acima, foi possível desencadear a construção do conceito de critério e de como usá-lo para separar grupos (classificação). Com atividades de classificação, o aluno observa e identifica critérios para a formação de grupos, inclusão de classes, culminando na classificação hierárquica. As atividades devem estar de acordo com a faixa etária da criança e o que ela está apta a aprender no momento.

domingo, 30 de outubro de 2016


TRABALHAR CIÊNCIAS COM EXPERIMENTAÇÃO

Trabalhar ciências com experimentação  promove relações do saber que os alunos já possuem, com novos conhecimentos, onde o aluno pode até se tornar consciente de conhecimentos que eles nem sabiam que possuíam, despertando assim no aluno o interesse de aprender .

Questionar, analisar e proporcionar ao aluno momentos de observação e reflexão são objetivos dos estudos na Ciência. Uma atividade que favoreceu esta construção foi proposta na interdisciplina de Representação do Mundo pelas Ciências Naturais, através da realização de  um experimento de Ciências.

Após pesquisar e experimentar algumas sugestões, decidi fazer a experiência do ovo que flutua. O experimento foi realizado com alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. O objetivo da experiência era identificar como os objetos podem ou não flutuar na água. Para demonstrar este objetivo foram usados dois copos, um com água e outro com água e duas colheres de sal, ambos identificados com etiquetas que não estavam visíveis para os alunos no primeiro momento. Foi colocado em cada copo um ovo para que os alunos observassem o resultado.

O interessante é que a atenção deles ficou nos ovos e não na água dos copos. Mergulhamos os ovos e um afundou e o outro flutuou. Primeiro eles acharam que o que flutuou era o cru e o cozido havia afundado. Retiramos os ovos e um aluno recolocou o ovo que afundou no outro copo de água. Como o ovo desta vez flutuou, os alunos perceberam que os ovos não eram diferentes, mas que a água era o fator para afundar ou flutuar. Foi a partir daí que surgiram as hipóteses: a água do copo do ovo que flutua parece mais branquinha; eu acho que ela está mais gelada que a outra; tem algo na água que faz o ovo flutuar, etc. Confirmei que os dois ovos eram crus e mostrei as identificações dos copos (com sal e sem sal). A atividade terminou em um bate-papo, onde introduzi o conceito de densidade aproveitando os exemplos caseiros que os alunos iam comparando (um aluno correu até o refeitório da escola e trouxe uma garrafa de azeite para que pudéssemos testar a mistura água e azeite).

Experimento com o 5º ano da EMEF Albino Dias de Melo
Gravataí - RS 
Concluindo a atividade e relatando a experiência, é possível perceber o quanto é importante que se ofereça oportunidade aos alunos de comparar seus conhecimentos com seus colegas, procurar explicações para os resultados obtidos.

Assim, estar aberta a experimentar junto com os alunos tornou a atividade mais concreta, onde novas análises e/ou observações podem surgir, e novas reflexões, inclusive para nós professores, podem tornar as aulas mais significativas.

sábado, 22 de outubro de 2016



ENSINO e PESQUISA

É inquestionável a contribuição do ensino e da pesquisa no processo de aprendizagem em todos os campos de estudos, sobretudo na contemporaneidade, onde grande parte do conhecimento é construída a partir das experiências vivenciadas em ambiente escolar. Assim, o êxito nos resultados a serem alcançados neste período se relaciona diretamente com o trabalho desenvolvido no decorrer da trajetória de estudos.
Nas práticas escolares o ensino e a pesquisa, envolvem teoria e prática. A partir da união destes processos, a formação da consciência histórica dos alunos se solidifica. O professor como mediador deste processo deve atuar promovendo meios que possibilite aos alunos o desenvolvimento e a solidificação de conceitos, para que sejam capazes de relacionar o conteúdo trabalhado com seus cotidianos e com suas vivências sociais, explorando sua memória e a cultura em que está inserido. Nas palavras de Brodbeck (2009):

Para que os alunos desenvolvam atitudes críticas e investigativas, é importante que o professor crie situações de aprendizagem em que eles sejam capazes de se interessar e demonstrar curiosidade pelo mundo social e natural, formulando perguntas, imaginando soluções para compreendê-lo, buscando informações e confrontando ideias. (BRODBECK, 2009, p. 21)

            Desta forma, o professor com este perfil, ao desenvolver o ensino de história, instiga os alunos a um pensar de agente histórico, desenvolvendo interações que permitam ao aluno a relação com seu mundo social, construindo sua cidadania e aprendizagem significativa.


REFERÊNCIAS:

BRODBECK, Marta de Souza Lima. O ensino de História: um processo de construção permanente. Curitiba: Módulo Editora, 2009.

sábado, 15 de outubro de 2016


CONCEITOS MATEMÁTICOS NA VIDA

Nossa vida é norteada pela matemática, datas, números de telefones, horários, prazos etc. Tudo isso está incorporado no nosso dia a dia. Resolvemos problemas e situações cotidianas utilizando conceitos matemáticos que foram desenvolvidos no decorrer da nossa vida. Com nossos alunos não é diferente. O papel da escola neste processo é contextualizar estas relações de forma interessante e próxima da realidade do aluno. É importante que se construa as aprendizagens a partir das experiências prévias dos alunos, o que construíram com as interações com o meio em que vivem e de que forma estruturaram o pensamento lógico matemático. Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997):

Os alunos trazem para a escola conhecimentos, ideias e intuições, construídos através das experiências que vivenciam em seu grupo sociocultural. Eles chegam à sala de aula com diferenciadas ferramentas básicas para, por exemplo, classificar, ordenar, quantificar e medir. Além disso, aprendem a atuar de acordo com os recursos, dependências e restrições de seu meio. (Brasil, 1997, p. 25)

Desta forma, o professor, ao conhecer o meio social dos alunos e suas experiências matemáticas, pode direcionar suas ações de intervenção para que o aluno reflita sobre sua realidade, sendo capaz de agir sobre ela.  Todo este processo encaminha a construção de relações para solucionar problemas e fortalece a capacidade crítica e intelectual dos alunos.

Assim, ensinar matemática é respeitar as experiências dos alunos, provocando questões que estimulem o pensamento lógico e a experimentação de situações que promovam novos conhecimentos.

REFERÊNCIAS:

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: matemática. Brasília: MEC/SEF, 1997, v.3.

sábado, 8 de outubro de 2016


A CURIOSIDADE É UM COMEÇO...

A criança no seu processo de descobertas, desenvolve naturalmente o interesse pela Ciência. Com imaginação, observação e algumas suposições as crianças encontram respostas muitas vezes lógicas, mesmo sem conhecimento prévio.

Na escola, o professor precisa explorar a curiosidade natural das crianças e considerar sempre suas construções individuais para que ela possa estabelecer relações entre fatos e conceitos. Nas palavras de Piassi, Araujo (2012, p.16):

A ciência não é uma atividade isolada do mundo, nem seu conhecimento é algo de interesse puramente escolar. A ciência deve servir para que o aluno adquira uma compreensão do mundo à sua volta capaz de ajudá-lo na formação de juízos e atitudes. PIASSI, ARAUJO (2012, p. 16)

Desta forma, através do ensino de ciências, deve ser oportunizado ao aluno ferramentas para que ele desenvolva um pensamento crítico e dinâmico, capaz de estabelecer inter-relações com a natureza, o meio ambiente e seja capaz de olhar o mundo, agir sobre ele, de forma atuante e positiva. Por outro lado, entender conceitos favorece a aprendizagem de saberes práticos, onde a ciência é fundamental para compor a leitura do mundo.


REFERÊNCIAS:


PIASSI, L. P.; ARAUJO, P. T. A literatura infantil no ensino de Ciências: propostas didáticas para os anos iniciais do Ensino Fundamental. São Paulo: Edições SM, 2012.

http://www.agendalx.pt/evento/workshop-ciencia-para-criancas#.V_mBGvkrLIU (Imagem)

sábado, 1 de outubro de 2016


GEOGRAFIA: CONSTRUINDO IDENTIDADES SOCIAIS

A geografia escolar é o primeiro contato formal com a ideia de localização, espaço, cartografia etc. É importante que este contato seja construído de forma reflexiva  e significativa. O fazer pedagógico da geografia demanda criatividade e planejamento, partindo da identidade social do aluno, seu lugar no mundo, suas dúvidas e questionamentos. Nas palavras de Castrogiovanni; Costella (2015):
               
Utilizar de questionamentos que instiguem a curiosidade dos alunos, contribuindo para a construção do saber da ciência geográfica. Os questionamentos são formas de alfabetizar, são colocações diferenciadas dos conteúdos estruturadas por caminhos diferentes, são os alunos colocados em situações diferentes, que os desequilibrará, levando com isso, a situações de aprendizagem. (CASTROGIOVANNI; COSTELLA, 2015)                               

Desta forma, trabalhando a partir das incertezas e curiosidades dos alunos, a geografia se torna  mais concreta. O aluno é capaz de reconhecer seu lugar de pertencimento como parte de um todo, de um território, sendo capaz de  delimitar o espaço  em que convive para, a partir de sua realidade social, se localizar no mundo.

Então, a observação, a pesquisa, o trabalho de campo, a análise cartográfica  trazem para os estudos geográficos, o entendimento necessário para que o aluno passe a compreender as interações oportunizadas pelo espaço em que vive. É o momento da construção da identidade geográfica, onde cultura, espaço e realidade compõem conhecimentos que consistem na cidadania.


REFERÊNCIAS:




sábado, 24 de setembro de 2016


ACIMA DAS PARTES, SOMOS UM TODO

Sempre que falamos em Educação, pensamos em escolas, conteúdos e programas a executar. Como se para aprender algo precisássemos sempre de um modelo institucional ou um método pedagógico evidenciado. No entanto, somos seres complexos, que vivemos e interagimos uns com os outros, onde o saber pensar se alinha com o conhecimento relevante para a vida. É neste contexto que a aprendizagem deve seguir, buscando construir um significado que garanta sua finalidade. Nas palavras de Demo (2000, p.152):

A complexidade humana aponta para dimensões essenciais que a racionalidade desprezou, como emoção, intuição, sabedoria, bom senso, indicando que o progresso material precisa ser complementado, pelo desenvolvimento da alma, do espírito e da ética. Não há nada de esotérico nisso. Apenas buscamos entender o ser humano em sua integralidade. (DEMO, 2000, p. 152)

Assim, ter conhecimento pode servir para ter cuidado, uns com os outros e com a vida. Somos um misto de concreto e de abstrato, e nossas ações traçam caminhos de exemplos para os outros, principalmente se somos professores e a educação é nossa prática e nosso meio de vida.

Portanto, são vários caminhos, verdades e intenções. Não existe uma fórmula, um método ou um roteiro específico para educar o ser humano. Todas as disciplinas, todas as sabedorias, todas as experiências de vida podem contribuir para dar uma visão holística ao indivíduo e permitir escolhas mais condizentes com sua realidade.

REFERÊNCIAS:

DEMO, Pedro. Conhecer & Aprender: sabedoria dos limites e desafios. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016



LER MAIS!

Como desenvolvemos o prazer de ler? Lendo assuntos que nos interessam? Lendo notícias da atualidade? Talvez. Mas com certeza, para se ter o gosto pela leitura é importante iniciar pelo que nos dá prazer, nos encanta, desperta nosso interesse e absorve nossa atenção.
Ler também pode se tornar um hábito, que pode ser inserido em nossas vidas com disciplina e organização. Desta forma, ele fará parte da nossa rotina como qualquer atividade que fazemos em nosso dia a dia.
Muitas são as vantagens que adquirimos ao desenvolver o hábito de ler. Uma delas é enriquecer o nosso vocabulário, trazendo para a nossa vida mais informação e conhecimento. Porém, para que o prazer de ler seja instituído em nossa rotina, não se tornando algo enfadonho e obrigatório, é importante que enquanto construímos o hábito da leitura, se desenvolva também a sua necessidade, de se ler o que se gosta, tornando esta prática prazerosa e especial. A partir daí já se estabeleceu o vínculo, ou seja, o livro já faz parte da nossa vida e nos prepara para nos aventurarmos em outro tipo de leitura que muitas vezes se faz necessária na nossa rotina de estudos ou de trabalho.
A partir deste passo, podemos subir mais um degrau, o de escritores, pois a escrita de qualidade parte de um bom leitor. Construir um texto argumentativo, reflexivo e bem estruturado é o caminho de quem se dedica à leitura, à interpretação e à síntese das informações que adquire através da leitura.
Portanto, o ato de ler nos torna questionadores, mais concentrados e capazes de estabelecer relações que qualifiquem o nosso olhar perante o mundo.


REFERÊNCIAS:


quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Falando de Inclusão...

A escola é um local de transformação e conhecimento e deve estar preparada para proporcionar ao aluno um ambiente inclusivo. A partir daí surge a questão: Quem será incluído? Na verdade todos que fazem parte do ambiente escolar precisam ser incluídos, pertencer a um grupo e ter seu espaço garantido.
Cada aluno é um mundo, com sua individualidade e suas peculiaridades, onde a forma de aprender é uma delas. Aprender requer envolvimento e dedicação tanto dos aprendizes quanto dos ensinantes. Porém o professor precisa identificar que tipo de apoio e orientação o aluno precisa, criar caminhos alternativos se for necessário, oportunizando ao aluno condições e ferramentas adequadas para construir aprendizagens significativas. Contudo o professor também tem suas necessidades e precisa de uma orientação formal, trabalhar em equipe, poder questionar e demonstrar suas angústias, estar ciente das políticas públicas que apoiam e sinalizam seu trabalho.
Desta forma, a escola precisa estar preparada em todos os âmbitos para ser inclusiva de verdade, com um currículo forte e que contemple a todos. Segundo Valdez (2014, p.19):

Desenvolver culturas inclusivas supõe a criação de uma comunidade escolar segura, acolhedora, colaborativa e estimulante, em que cada um seja valorizado como o fundamento primordial, de modo que todos os alunos obtenham ganhos maiores. Supõe desenvolver valores inclusivos, compartilhados por todos os professores, alunos e famílias, de maneira que sejam transmitidos a todos os novos membros da comunidade escolar. (VALDEZ, 2014, p.19)

Portanto, inclusão real e efetiva requer práticas inclusivas que façam parte do dia a dia da escola, envolvendo a todos os membros da comunidade escolar. Estas práticas precisam refletir a cultura do respeito à diversidade e das experiências e aprendizagens prévias de cada um, fortalecendo a identidade do aluno como protagonista de sua aprendizagem. Também deve refletir um projeto de ensino que tenha como objetivo fortalecer a ideia de que todos são diferentes, ou seja as diferenças e as necessidades de cada aluno precisam ser respeitadas.



REFERÊNCIAS:

VALDEZ, Daniel. É preciso desenvolver culturas inclusivas. Revista Pátio. Porto Alegre, Ano VI, nº 22, p. 18-21, 2014.



sábado, 3 de setembro de 2016


ESTUDAR

Iniciar mais uma etapa de estudos, sempre nos leva a pensar o porque de estarmos ali. Porque encaramos dificuldades, falta de tempo, reorganização da rotina etc. No final das dúvidas vem sempre a certeza: a vocação de ser professor.

Ser professor requer muito estudo e dedicação. Estudar faz parte da rotina do professor que tem como objetivo construir com seu aluno um caminho de aprendizado e pesquisa, que perpassa pela descoberta da importância do estudo. É importante que o professor esteja capacitado para ligar com as diferentes formas de construir a aprendizagem em sala de aula. Portanto, a atividade da docência precisa se basear em uma ação reflexiva e de estudo. Sobre o ofício de ensinante,  Freire (1997) fala:

Esta atividade exige que sua preparação, sua capacitação, sua formação se tornem processos permanentes. Sua experiência docente, se bem percebida e bem vivida, vai deixando claro que ele requer formação permanente do ensinante. Formação que se funda na análise crítica de sua prática. Partamos da experiência de aprender, de conhecer, por parte de quem se prepara para a tarefa docente, que envolve necessariamente estudar. (FREIRE, 1997)

Desta forma, estudar, se preparar sempre, além de auxiliar no dia a dia da sala de aula, nos desafios que o Professor enfrenta, qualifica o seu trabalho, agregando a sua carreira profissional  mais identidade e valorização.

Assim, o professor que se qualifica, procurando estar sempre a frente de seu tempo, tem condições de refletir sobre sua prática profissional e ressignificá-la se necessário para se adaptar às mudanças constantes no campo educacional da nossa  sociedade, fazendo de sua prática uma ferramenta de transformação, que oportunize  aos alunos uma reflexão crítica do mundo, desenvolvendo habilidades capazes de compreender e solucionar problemas de seu cotidiano.


Referências:

Freire, Paulo. Professora sim, tia não. Cartas a quem ousa ensinar. São Paulo, 1997. Editora Olho d´água.

sábado, 23 de julho de 2016

Ambiente Educativo



A escola é um ambiente educativo, espaço de ensino, aprendizagem e vivência de valores. Proporcionar ao aluno um ambiente organizado, e  agradável. de respeito e valorização dos educandos e educadores é o primeiro passo para que ocorram práticas educativas que promovam a valorização da identidade e autonomia do educando. Conforme os Indicadores de Qualidade na Educação (2007):

No ambiente educativo, o respeito, a alegria, a amizade e a solidariedade, a disciplina, a negociação, o combate à discriminação e o exercício dos direitos e deveres são práticas que garantem a socialização e a convivência, desenvolvem e fortalecem a noção de cidadania e de igualdade entre todos.

Para que este ambiente educativo se efetive é preciso o envolvimento de toda a comunidade escolar neste propósito educativo. Cada aluno é uma individualidade,  com sua bagagem social e cultural que precisa ser administrada e adaptada no ambiente educacional proporcionado pela escola, que tem como sua base sólida seu  projeto pedagógico, que é a expressão  máxima de sua autonomia e identificação com o meio onde está inserida, carregada de aspectos culturais e sociais de sua comunidade.

Portanto, construir um ambiente educativo ideal não é uma receita pronta. Cada escola tem suas especificidades, sua forma de administrar e encontrar o melhor caminho,  que seja sempre democrático, respeitando a diversidade de talentos, necessidades e problemas presentes na sua comunidade escolar dando assim condições para que a educação de qualidade se estabeleça e construa significados na vida das pessoas que convivem neste ambiente educativo.

REFERÊNCIAS:

Indicadores de qualidade na educação/Ação Educativa, Unicef, Pnud, INEP, Seb/MEC (coordenadores)- São Paulo:Ação Educativa, 2007, 3ª edição ampliada.