sábado, 15 de dezembro de 2018




Fazendo uma retrospectiva do curso de Pedagogia (EAD), das interdisciplinas e das atividades, posso, com certeza, destacar o Portfólio de Aprendizagem, nosso conhecido “blog”, por ser ele o retrato de nossas experiências enquanto profissionais e estudantes. Revisitando minhas impressões registradas, encontrei na postagem Construção do Portfólio de Aprendizagens   registros da importância desta atividade e do desafio que seria construí-la.

No decorrer do curso, muitas vezes a escrita no Portfólio foi um momento de angústia, pelo acúmulo de atividades e dificuldade de encontrar tempo para tudo. Mas, na maioria das vezes, era um prazer escrever sobre minhas aprendizagens, que foram tão significativas quanto ao resultado de meus estudos e práticas, assim como minhas experiências profissionais. Sobre a importância de nossos estudos e registros, cito as palavras de Vasconcellos (2007,p.48):

[...]envolve conceitos, imagens, a produção de valores, ideias, deveres, direitos, visão de mundo, decifração e desvelamento da realidade, projeto, propostas. Não se trata absolutamente de uma tarefa fácil, mas, com certeza, é muito bonita! É uma das experiências mais fortes e significativas do ser humano: poder participar da formação do outro. Tudo isso pede, pois, do professor uma revisão de compreensão de sua atividade e de sua atitude profissional. (VASCONCELLOS, 2007, p.48)

São estes registros, então, que vão representando nosso perfil pedagógico e nos encaminhando para rever, estudar e reinventar nossa metodologia. O registro de nossas ações, dúvidas e vitórias nos faz refletir sobre nosso trabalho, reconstruir nossas experiências em sala de aula e desenvolver uma visão que nos possibilite compreender onde precisamos encontrar novos caminhos e revisitar outros.

Desta forma, vencer o medo de escrever, de registrar nossas ideias, é o caminho para que possamos assumir a autoria de nossos escritos e pensamentos, pois é através deles que poderemos assegurar o suporte necessário para, cada vez mais, evoluir em nossa prática.

REFERÊNCIAS:

VASCONCELLOS, C. S. Para onde vai o Professor? Resgate do Professor como sujeito de Transformação. 12a. ed. São Paulo: Libertad, 2007.


sábado, 8 de dezembro de 2018



Na realidade da sala de aula de hoje, percebemos as dificuldades que são enfrentadas em construir com os alunos uma aprendizagem matemática significativa. Fica cada vez mais evidente a necessidade de construir estratégias para escapar de uma aprendizagem mecânica.

A dificuldade de muitos alunos de progredir nesta disciplina advém, muitas vezes, da distância que o conteúdo tem do seu cotidiano. A matemática ensinada de maneira tradicional e teórica acarreta prejuízos, pois nem todos os alunos constroem o conhecimento da mesma forma, precisando de intervenções mais práticas e próximas de suas realidades.

Uma forma de trabalhar o conteúdo e as dificuldades dos alunos é oportunizar para eles atividades lúdicas. Neste contexto, os jogos matemáticos podem ser um recurso que ultrapasse as dificuldades dos alunos, fazendo com que o interesse pela dinâmica da atividade favoreça a compreensão dos conteúdos.

Sobre esta estratégia de aprendizagem, a postagem O jogo e a Aprendizagem Matemática, componente do meu portfólio de aprendizagem (blog), corrobora com este tema, ao trazer à luz a importância do jogo como recurso de aprendizagem e interação social, principalmente na disciplina de matemática. Sobre a função dos jogos no desenvolvimento da aprendizagem matemática, Borin (1996, p.53) fala:

Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos estudantes que temem a Matemática e sentem-se incapacitados de aprendê-la. Dentro da situação do jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais positivas frente a seus processos de aprendizagem. (BORIN, 1996, p.53).

Então, oportunizar jogos na rotina da sala de aula desperta o interesse dos alunos, pois os desafia a inventar coisas, criar estratégias, reconstruir objetos, estabelecer relações com situações reais, ou seja, é um campo fértil de aprendizagens significativas e potencialização de habilidades.

REFERÊNCIAS:

BORIN, Júlian. Jogos e resolução de problemas: uma estratégia para as aulas de matemática. 6. ed. São Paulo: IME-USP, 1996.

sábado, 1 de dezembro de 2018


A REALIDADE NA PESQUISA


Falar de ensino, é falar de pesquisa. Nós, educadores, precisamos construir nossa prática a partir de uma pesquisa, uma investigação da nossa sala de aula na escola e de nossos alunos. A nossa realidade precisa fazer parte de nossa investigação, pois é dela que iremos tirar subsídios para uma intervenção junto a nossos alunos.

É importante destacar que, enquanto professores, não podemos ser meros reprodutores de currículos prontos. Nosso trabalho em sala de aula é formativo, abrangendo aspectos políticos, sociais e afetivos. O planejamento pedagógico com base na pesquisa pode trazer uma melhor compreensão do processo de ensino e aprendizagem, deixando-nos mais preparados para conduzir os alunos na construção do saber.

Com este enfoque de reflexão, destaco a postagem Ensino e Pesquisa do meu Portfólio de Aprendizagens (blog) em que sinalizo o inquestionável valor da pesquisa no processo de ensinar. Na época desta postagem, estava nos semestres iniciais do curso de Pedagogia da UFRGS, mas já evidenciava o quanto é essencial aliar pesquisa com planejamento, visto que toda teoria precisa de uma aplicação para ser referendada. Todo este estudo acabou se tornando uma rotina agregada ao planejamento das minhas aulas, favorecendo tanto a organização do meu estágio atual quanto a compreensão das minhas ações como professora. Nas palavras de Pádua (1996, p.29):

Tomada num sentido amplo, pesquisa é toda atividade voltada para a solução de problemas; como atividade de busca, indagação, investigação, inquirição da realidade, é a atividade que vai nos permitir, no âmbito da ciência, elaborar um conhecimento, ou um conjunto de conhecimentos, que nos auxilie na compreensão desta realidade e nos oriente em nossas ações. (PÁDUA, 1996, p.29).

Desta forma, a pesquisa só nos enriquece, consolidando nosso caminho pedagógico e diversificando nossas oportunidades de crescimento profissional. Portanto, a partir do conhecimento é que podemos intervir, interagir, modificar a nossa sala de aula e a realidade de nossos alunos, estimulando sua curiosidade e desejo de aprender.

REFERÊNCIAS:

PÁDUA, Elisabete Matallo Marchesini de. Metodologia da pesquisa: abordagem teórico prática. Campinas: Papirus, 1996.


sábado, 24 de novembro de 2018


O AFETO


O afeto, no ambiente escolar, é a essência da aprendizagem. Como aprender sem se sentir seguro para construir as relações cognitivas que precisamos despertar em nossos alunos? Então, as mediações que fazemos todos os dias com nossos alunos precisam estar baseadas em relações mais humanas, onde  o aluno é tratado como um todo, garantindo que a aprendizagem venha de encontro aos seus interesses e necessidades.

Nesta proposta, destaco minha postagem Aprendizagem com Afeto  em que enfatizo o valor do afeto nas relações humanas onde, conforme Paulo Freire, “Não se pode falar de Educação sem Amor”. Sendo assim, o afeto se torna o fio condutor que dá suporte às conquistas e superações de nossos alunos na busca do conhecimento. Nas palavras de Leite e Tassoni (2000, p. 9-10):

[...] a presença continua da afetividade nas interações sociais, além da sua influência também contínua nos processos de desenvolvimento cognitivo. Nesse sentido, pode-se pressupor que a interação que ocorre no contexto escolar também são marcadas pela afetividade em todos os seus aspectos. Pode-se supor, também, que a afetividade se constrói como um fator de grande importância na determinação da natureza das relações que se estabelecem entre os sujeitos (alunos) e os diversos objetos de conhecimento (áreas e conteúdos escolares), bem como na disposição dos alunos diante das atividades propostas e desenvolvidas. (LEITE e TASSONI, 2000, P. 9-10)

Então, a presença do professor, atuando de forma receptiva no processo de ensino e aprendizagem, favorece as relações e incentiva a participação. Da mesma forma, o uso de palavras que demonstrem interesse e carinho nos resultados que possam vir da atuação dos alunos, também é uma forma de manter o interesse dos mesmos e a vontade de aprender sempre, permeada por limites e combinações.

Portanto, boas relações no cotidiano escolar, além de favorecer o desenvolvimento da cognição, também criam um ambiente prazeroso e de harmonia, com vivências e trocas positivas e significativas.

REFERÊNCIAS:

LEITE, Sérgio Antônio da Silva; TASSONI, Elvira Cristina Martins. A afetividade em sala de aula: as condições de ensino e a mediação do professor. Disponível em https://www.fe.unicamp.br/alle/textos/SASL-AAfetividadeemSaladeAula.pdf    
 Acesso em 24 de nov. de 2018.


sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Durante o planejamento do meu estágio, no curso de Pedagogia, procuro incluir atividades que levem as crianças a entrar em contato com a literatura infantil. Em diversos momentos das aulas, contemplo este objetivo com a leitura de histórias (Hora do Conto) e com o Cantinho da Leitura (espaço na sala para a manipulação e leitura de livros infantis).

Todo este movimento diário com os alunos traz, além de uma rotina de aprendizagens, um desdobramento de experiências com o universo cultural. Com meus alunos do 2º ano, leitores iniciantes, leitura e letramento começam a se entrelaçar e, aos poucos, a palavra escrita vai se sobrepondo às imagens. Ao ativar a memória dos alunos, estimulamos o estabelecimento de relações com suas experiências, e a interpretação de fatos e atitudes acaba prevalecendo.

Os argumentos anteriores, então, justificam a necessidade de trabalhar histórias como fonte de conceitos e valores, pois a alfabetização se consolida na prática da expressão e do diálogo do aluno com seu mundo. Nas palavras de Gregorin Filho (2009, p. 45):

No caso da literatura infantil, a concepção de leitura está estreitamente vinculada ao que se entende por alfabetização. Na história, ora a alfabetização aparece numa visão mais restrita ao texto verbal, como o exercício de codificação e decodificação da linguagem verbal escrita, ora se amplia para diversos tipos de texto, para outras modalidades de expressão do ser humano. (GREGORIN FILHO, 2009, p. 45).

Assim, utilizando-se de processos cognitivos, a leitura faz parte da aprendizagem, envolvendo percepção, identificação e memorização de signos, aonde o leitor vai compondo o seu real ou o seu imaginário em relação à realidade. No entanto, cabe ao professor selecionar livros adequados à maturidade do leitor, evitando rejeição pela dificuldade de compreensão ou enfado pela falta de identificação com os temas abordados.

REFERÊNCIAS:

GREGORIN FILHO, José Nicolau. Literatura infantil: múltiplas linguagens na formação de leitores. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2009.

http://dempfpceup2014.blogspot.com/2014/12/hora-do-conto.html   (Imagem) 

sábado, 10 de novembro de 2018




Nas reflexões feitas conforme a prática do meu estágio, no curso de Pedagogia, cada vez mais me conscientizo que não existe certo e errado, mas sim que precisamos fazer uma análise crítica das nossas ações para perceber o que está sendo positivo ou não, no dia a dia da sala de aula.

Toda minha prática pedagógica tem sido pautada em observar e interagir com meus alunos para encontrar formas de inseri-los no processo de aprendizagem. Neste aspecto, tenho procurado compreender melhor o que faz a motivação e como tê-la presente em minhas aulas.

Revendo minhas práticas, percebo que atividades que estimulam a fala e o debate entre alunos costumam interessá-los, o que favorece a participação efetiva dos mesmos e o compromisso com a própria aprendizagem. Então, pensando sobre motivação, ela é uma mola propulsora na aprendizagem, pois resgate o interesse e abre espaço para na participação efetiva dos alunos. Nas palavras de Alonso Tapia e Fita (2015, p. 14):

Por um lado, ao definir objetivos de aprendizagem, apresentar a informação, propor tarefas, responder à demanda dos alunos, avaliar a aprendizagem e exercer o controle e a autoridade, os professores criam ambientes que afetam a motivação e a aprendizagem. Em consequência, se queremos motivar nossos alunos, precisamos saber de que modo nossos padrões de atuação podem contribuir para criar ambientes capazes de conseguir que os alunos se interessem e se esforcem para aprender e, em particular, que formas de atuação podem ajudar concretamente a um aluno. (ALONSO TAPIA e FITA, 2005, p.14).


Assim, quando refleti sobre o “certo e o errado” citado anteriormente, estava revendo meus padrões de atuação, pois um ambiente favorável à aprendizagem precisa estar sintonizado com a motivação para aprender dos meus alunos. Compor atividades significativas e tarefas relevantes para os alunos vai além de um planejamento, é uma verdadeira experimentação, o que depende também da minha motivação para ensinar.


REFERÊNCIAS:

ALONSO TAPIA, Jesús; FITA, Enrique Caturla; tradução Sandra Garcia. A motivação em sala de aula: o que é, como se faz. 11. ed. São Paulo: Loyola, 2015.


sábado, 3 de novembro de 2018


CONHECIMENTO MOTOR


Entre as leituras realizadas durante o curso de Pedagogia, uma delas, no segundo semestre, desencadeou grandes reflexões. O tema, proposto pela interdisciplina Fundamentos da Alfabetização, explorava o papel dos quatro tipos de conhecimento (social, físico, lógico-matemático e motor ou procedural) na aprendizagem dos alunos.

Quando planejamos nossas aulas, sabemos que o objetivo maior é a aprendizagem. No entanto, é preciso que o professor reconheça que existem diferentes tipos de conhecimento a serem trabalhados no processo de alfabetização. Observação, diálogo, compreensão e manipulação de materiais concretos são estratégias para atingir os conhecimentos citados, mas devem estar acompanhados de uma intenção formativa do professor, visto que é ele que seleciona e organiza as atividades de aula. Com base nesta intenção, tanto a leitura quanto a escrita dependem de conhecimentos físicos e lógico-matemáticos para sua compreensão, além dos conhecimentos sociais em função dos significados atribuídos pelo grupo.

Por outro lado, estudando estes conhecimentos, percebi que também o motor é essencial para ser considerado na preparação de uma aula. Com os estudos da neurociência, novas explicações foram acrescentadas às teorias de aprendizagem e foi possível compreender melhor o processo de alfabetização de um indivíduo. Nas palavras de Rangel (2008, p. 34):

Na leitura e escrita usamos o conhecimento motor, seja para ler (gravamos palavras inteiras ou parte delas, ou mesmo partes de frases, por meio do exercício de ler), seja para escrever (num primeiro momento precisamos pensar na forma da escrita de cada letra. Após vários exercícios já não precisamos pensar sobre o ato motor que estamos realizando). (RANGEL, 2008, p. 34).


Assim, todo exercício feito acarreta uma melhoria motora. Nesta questão, ao propor jogos e atividades que exercitem a grafia e a movimentação do corpo (imitação de letras, por exemplo), estimulamos o conhecimento motor do aluno e, quanto mais o utilizamos, mais automatizado ele fica. Cabe aqui, então, um alerta para que o professor saiba oportunizar situações motoras que sejam significativas para o aluno, principalmente porque somente o interesse do mesmo fará com que o exercício seja continuado.


REFERÊNCIAS:

RANGEL, Annamaria Píffero. Alfabetizar aos seis anos. Porto Alegre: Editora Mediação, 2008.

sábado, 27 de outubro de 2018


REVENDO MINHA ESCRITA


Quando fazemos uma retrospectiva, nossa intenção é rever os acontecimentos passados e associá-los com o presente em busca do entendimento das mudanças ocorridas. Com a tarefa da interdisciplina Seminário Integrador VIII, do curso de Pedagogia, de revisitar nosso Portfólio de Aprendizagens, me deparei com um processo gradativo de evolução da minha escrita.

Partindo de uma postura descritiva das aprendizagens do curso, ao mesmo tempo em que aprendia a usar as ferramentas possíveis na construção do blog, fui experimentando novas formas de comunicação para aprimorar a contextualização das minhas aprendizagens. Aos poucos, então, a fundamentação teórica das interdisciplinas foi embasando minhas interpretações ao ponto de torná-las mais significativas, pois era fruto de muita pesquisa e discussão, incluindo uma prática mais coerente com minhas concepções teóricas.

Nesta linha, várias postagens referentes aos primeiros semestres do curso sinalizaram minha pesquisa no campo do desenvolvimento da aprendizagem, sob enfoque da Psicologia, o que me fez observar melhor meus alunos. Com um olhar nos estudos de alfabetização, procurei associar as transformações das crianças a seus condicionamentos em práticas pedagógicas onde a ludicidade se fez presente, não apenas como estimuladora, mas como essência de aprendizagem. Assim, minhas postagens foram refletindo aos poucos todo meu envolvimento com o estudo e com a prática das aprendizagens do curso, configurando meu papel de professora e de aprendiz constante. Este significado de sermos aprendizes eternos encontro nas palavras de Demo (2000, p. 56): "Teoria“ e ideologias precisam abrir caminhos, questionar todas as outras e sobretudo a si mesmas, olhar para o outro lado – isto é aprender”.

Questionar, então, foi algo que aprendi a praticar com mais frequência, pois a caminhada no curso de Pedagogia é maior e mais complexa do que conhecer e interpretar concepções pedagógicas. Ela envolve posicionamentos e escolhas, sejam de ideias ou de planejamentos, onde ser professor é uma busca constante de conhecimentos.


REFERÊNCIAS:

DEMO, Pedro. Conhecer & Aprender: sabedoria dos limites e desafios. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.

sábado, 20 de outubro de 2018

PRÁTICA PARA APRENDER


Durante a realização das atividades da Interdisciplina Matemática nas Séries Iniciais, do curso de Pedagogia, muitas reflexões foram feitas, principalmente na compreensão de como o aluno aprende. Uma delas foi que, independente de controlarmos a aprendizagem, coletar informações e analisá-las nos permite direcionar nosso planejamento e/ou modificá-lo.

A matemática para o professor, além de um componente curricular, é um campo riquíssimo de pesquisa prática, visto que é possível acompanhar a forma como o aluno aprende, a partir das estratégias determinadas por ele para solucionar os problemas propostos. Nesta questão, torna-se fundamental que o aluno seja incentivado a resolver desafios e que desenvolva habilidades para tal. Nas palavras de Soares (2009, p.13-14):

Como regra geral, por exemplo, podemos pensar que uma atividade tem maior validade quando desafia os alunos a conquistar uma habilidade que ainda não dominam inteiramente, Se, no desenvolvimento do trabalho, notamos que a turma conquistou aquela habilidade, temos aí indícios de que as atividades desenvolvidas tiveram alguma efetividade. (SOARES, 2009, p. 13-14).

Desta forma, sempre haverá novidades quando adquirimos os conhecimentos através da prática. Propor desafios e monitorar o processo de aprendizagem indica uma postura investigativa por parte do professor, o que qualificará seu planejamento.

Vivenciei esta prática, então, ao explorar a geometria nas tarefas da interdisciplina de Matemática. Minha insegurança inicial se transformou em uma aprendizagem prática ao compartilhar com meus alunos, a compreensão dos mesmos sobre os conceitos abordados. Portanto, assim como os alunos, nós também precisamos experimentar para aprender.

REFERÊNCIAS:

SOARES, Eduardo Sarquis. Ensinar matemática – desafios e possibilidades. Belo Horizonte: Dimensão, 2009.



sexta-feira, 12 de outubro de 2018


Construção coletiva da turma de 2° ano (Estágio) para estabelecer a rotina da sala de aula.

A sala de aula é o momento de construir um ambiente de interação e aprendizagem com os alunos. É este ambiente que pretendo proporcionar para meus alunos no meu período de estágio que se inicia, pois acredito que essa experiência diária vai permitir uma visão mais ampla referente ao cotidiano da aula.


O primeiro dia de estágio foi de reconhecimento, tanto da minha parte, quanto da deles. No primeiro momento, conversei com eles explicando as razões de estar no lugar da professora e de que forma, juntos, poderemos fazer com que a aula seja de muitas aprendizagens. Uma das minhas prioridades nesse início de estágio foi desenvolver com os alunos uma nova forma de trabalhar as regras de convivência pois percebi, no meu período de observação, a necessidade de trabalhar com eles o saber ouvir, onde os alunos querem participar, dar sua opinião, mas de forma desorganizada.

Sendo assim, os alunos mostraram bastante interesse na elaboração das regras, o que me permitiu ir escrevendo no quadro à medida que a construção coletiva da mesma foi se concretizando. Este interesse foi reforçado pela demonstração de satisfação dos alunos quando reproduzi suas falas em um painel nomeado “Mural dos Combinados”. Sobre a necessidade do estabelecimento da rotina com os alunos,  Hohmann e Weikart (2009, p. 224) dizem : “A rotina diária oferece um enquadramento comum de apoio às crianças à medida que elas perseguem os seus interesses e se envolvem em diversas atividades de resolução de problemas".

No entanto, nem todos os alunos conseguiram entender esta autonomia tão necessária para uma organização da sala de aula, evidenciando que será um trabalho que precisarei construir com eles diariamente. Desta forma, então, o caminho é explorar múltiplas aprendizagens, como por exemplo, uma atividade que desenvolvi com os alunos e que pude trabalhar diferentes aprendizagens:  a  contação de história . Com esta prática, encontrei uma forma de organizá-los e atrair suas atenções, bem como de fazê-los usar a imaginação para elaborar representações. Através de histórias, percebi que os alunos se identificam com o contexto, relacionando suas experiências em vários momentos. Nas palavras de Rodrigues (2005, p.4):

A contação de histórias é atividade própria de incentivo à imaginação e o trânsito entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada, tomamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa e ampliamos nossa experiência vivencial por meio da narrativa do autor. Os fatos, as cenas e os contextos são do plano do imaginário, mas os sentimentos e as emoções transcendem a ficção e se materializam na vida real. (RODRIGUES, 2005, p. 4).


Considero a contação de história uma ferramenta muito rica no processo de construção dos saberes e vivências dos alunos. Com esta atividade foi possível trabalhar várias palavras e a estrutura de texto na atividade de representação da história coletiva. Assim, avaliando as experiências pedagógicas da semana, encontrei descobertas, erros e acertos. Constatei que o planejamento é o alicerce de nosso trabalho, pois necessitamos estar sempre preparados para o inesperado e dispostos a nos reinventar sempre que preciso, para que nossos objetivos sejam sempre alcançados.

REFERÊNCIAS:

HOHMANN, Mary; WEIKART, David P. Educar a Criança5ª ed. Fundação Calouste Gulbenkian, 2009. 

RODRIGUES, Edvânia Braz Teixeira. Cultura, arte e contação de histórias. Goiânia: Gwaya, 2005.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

ENSINAR MATEMÁTICA


Ensinar matemática é um aprendizado constante. Encontrar na nossa prática caminhos que facilitem a construção, pelo aluno, de conhecimentos matemáticos significativos é o nosso desafio enquanto professor. A prática docente é a peça chave no processo de aprendizagem do aluno. Abordar o conteúdo através de atividades de investigação, pesquisa e discussão de ideias acaba tornando prazerosas as descobertas e soluções elaboradas pelos alunos.

Estas práticas de análise e pesquisa farão o aluno perceber a matemática em sua volta. Nas nossas ações no cotidiano, usamos ferramentas sem ao menos perceber, como na compra e venda ou calculando distâncias e/ou tempo para chegar em algum local, entre tantas outras situações. Nas palavras de Rodrigues (2005, p.5):

É importante que a presença do conhecimento matemático seja percebida, e claro, analisada e aplicada às inúmeras situações que circundam o mundo, visto que a matemática desenvolve o raciocínio, garante uma forma de pensamento, possibilita a criação e amadurecimento de ideias, o que traduz uma liberdade, fatores estes que estão intimamente ligados a sociedade. Por isso, ela favorece e facilita a interdisciplinaridade, bem como a sua relação com outras áreas do conhecimento (filosofia, sociologia, literatura, música, arte, política, etc. (RODRIGUES, 2005, p.5)

Quando realizamos trocas de experiências com outras disciplinas, com outras culturas, enriquecemos o domínio da linguagem matemática, tornando o aluno capaz de atuar na sua realidade de forma produtiva, sendo capaz de estabelecer relações e resolver problemas.

Percebemos, porém, que na maioria de nossas salas de aula, a realidade é outra. O ensino é compartimentado, sem estabelecer relações interdisciplinares. O professor, muitas vezes, é cobrado para trabalhar cada vez mais conteúdos, tendo a obrigação de vencer o programa. Então, como mudar esta realidade? Acredito que a resposta esteja em encontrar um equilíbrio entre o que precisamos trabalhar com nossos alunos e as habilidades que precisam ser desenvolvidas por eles.

Portanto, trazer para a sala de aula situações do cotidiano é essencial. Também é indispensável contar um pouco da história da matemática, onde os alunos possam perceber que a matemática esteve presente em todos os tempos históricos, sempre com uma aplicabilidade. O professor, então, é nosso personagem principal, com a missão de tornar a aprendizagem instigante e, de forma criativa, inovar seu ensino para que os alunos construam um pensamento matemático real e significativo.

REFERÊNCIAS:

RODRIGUES, L. L. A Matemática ensinada na escola e a sua relação com o cotidiano. Brasília: UCB, 2005.


sexta-feira, 28 de setembro de 2018




Construção do Projeto de Estágio

Meu projeto de estágio descreve o trabalho a ser realizado no Estágio Obrigatório para conclusão do curso de Pedagogia, ensino a distância, da UFRGS. Nele, então, constará o meu trabalho com uma turma de 2º ano do Ensino Fundamental onde, além de desenvolver a leitura e interpretação como essência pedagógica, a aprendizagem também será voltada para a construção de raciocínio lógico na adição e subtração. Como complemento, ações formativas farão parte do planejamento para vivenciar o respeito às diferenças e o acolhimento do outro, isto é, estabelecer relações construtivas para a vida em sociedade.

A prática pedagógica que procurarei trabalhar no meu estágio será baseada numa metodologia em que o professor é o mediador no processo de aquisição do conhecimento e na interação entre os alunos. Nas palavras de Contreras (2012,p.83): “[...] as qualidades profissionais que o ensino requer estão em função da forma em que se interpreta o que deve ser o ensino e suas finalidades”.

Com o apoio da Metodologia de Projetos, de Ensino e de Aprendizagem, a proposta pedagógica  explorará as relações entre o todo e as partes, buscando novas formas de ver os mesmos problemas, instigando os alunos a observar e a pensar, identificando o aluno como um todo, inter-relacionando aprendizagem com desenvolvimento. Nesta proposta, é possível buscar embasamento teórico nos estudos de Jean Piaget e de Lev Vygotsky, principais teóricos do interacionismo. Para complementar, as aulas serão enriquecidas com os princípios humanistas de Paulo Freire, onde a dialética contribui para respeitar e aproveitar os saberes de alunos e professores que podem construir o conhecimento juntos.

Tendo em vista as observações realizadas na escola e seu entorno, bem como com os alunos da turma, o planejamento pedagógico foi organizado envolvendo conceitos e experiências (abordagem sociocultural). Isso implica em um processo de aprendizagem pessoal do aluno, aproveitando seus conhecimentos prévios.Como a escola representa a sociedade em que vivemos, a sala de aula é o principal espaço de convivência para os alunos da turma, por esta razão a busca do conhecimento se tornou indissociável da prática social, onde os alunos precisam construir princípios de convivência que de forma positiva promovam sua inclusão na sociedade.

Portanto, estagiar nas séries iniciais será meu desafio, pois enquanto aluna do curso de Pedagogia construí muitos conceitos pedagógicos, na maior parte teóricos, o que precisam ser postos em prática para realmente validá-los. Trabalhar a alfabetização também é um grande campo de experiência e de interações com os alunos, o que, com certeza, qualificará minha bagagem profissional.

REFERÊNCIAS:

CONTRERAS, José. A autonomia dos professores. São Paulo: Cortez, 2012.



sábado, 22 de setembro de 2018



A escola tem a obrigatoriedade de formar leitores. Todos tem o direito de ler e escrever, de apreciar ou não a leitura. Para que este processo se construa é preciso que se oportunize o acesso de todos aos mais diferentes gêneros e práticas de leitura e escrita.

Neste processo de construção de leitores, as práticas precisam trazer significado e ocorrerem de forma prazerosa. Experiências efetivas produzidas destas ações trazem consigo resultados reais, diferentes dos que seriam de uma leitura obrigatória e burocrática. Nas palavras de Kramer (2010, p.150):

O pretexto da leitura querida, escolhida, procurada, conquistada é o da liberdade; o subtexto da leitura –obrigação é a obediência. Entre uma e outra, múltiplas formas de ação e criação de leitura. Superando dialeticamente uma e outra, é preciso garantir condições de produção de leitura. (KRAMER,2010, p.150).

O papel do professor neste processo de encantamento da leitura é fundamental. Professores que gostem de ler ou que redescubram o prazer de ler serão os exemplos, pois despertarão nos alunos a vontade de ter contato com autores que nos ajudam a pensar a vida, a entender o mundo e a quebrar a dureza do cotidiano.

Portanto, a prática da leitura estimula a reflexão, o pensar junto, o diálogo entre professores e alunos, que é o alicerce para que uma troca de ideias se estabeleça sem o aprisionamento da palavra, possibilitando a compreensão do outro e de si mesmo.


REFERÊNCIAS:

KRAMER, Sonia. Alfabetização, leitura e escrita: formação de professores em curso. São Paulo: Ática, 2010.


sábado, 15 de setembro de 2018




Um novo desafio começa: a preparação para o estágio supervisionado. Este processo de aprendizagem, pela qual todo graduando em Pedagogia precisa passar, nos preparará para exercer a nossa função de ensinar, nosso papel de professor. Através deste processo, podemos por em prática as teorias que trabalhamos, analisamos e debatemos em nossas aulas na Universidade. Nas palavras de Silva; Sales (2012, p.2):

Teoricamente o Estágio Supervisionado é a oportunidade de se colocar em prática tudo que foi aprendido e discutido, um período onde se pode constatar se existe ou não coerência com o dito e o feito. Estágio é tempo de aprendizagem que, através de um período de permanência, alguém se prepara em algum lugar para aprender a prática de um oficio para depois poder exercê-lo. Assim o estágio supõe uma relação pedagógica entre quem já é profissional reconhecido em um ambiente institucional de trabalho e um futuro profissional. (SILVA;SALES, 2012, p.2):

Na atividade de sala de aula, percebemos que a teoria é fundamental e, a partir dela, poderemos dar sentido a nossa prática. Neste contexto, ela dá suporte e condições para exercermos nossa missão de proporcionar aos alunos experiências que possibilitem sua transformação, enriqueçam sua vida e seu processo de aprendizagem.

A etapa do processo de estágio em que realizamos a observação da turma vai nos dar subsídios para conhecermos melhor os alunos com os quais passaremos nove semanas. Ser capaz de reconhecer cada aluno em sua individualidade proporcionará a descoberta da melhor forma de trabalhar a diversidade da turma.

Ao mesmo tempo, a prática pedagógica, a partir da análise do contexto da turma, precisa ser pensada constantemente. A sala de aula não é um momento estanque, ela é viva, cheia de desafios e frustrações que exigem de nós, professores, um recomeçar a cada dia, procurando com nossas ações o melhor caminho para conduzir nossos alunos.

Portanto, é na realidade da sala de aula que vamos confirmar nossa vocação de ensinar. A rotina, os desafios, as dificuldades e as vitórias do dia a dia é que serão os alicerces de nossa prática.


REFERÊNCIAS:
SILVA, E. R.; SALES, A. A contribuição do estágio supervisionado para formação do professor de matemática.2012.Disponível em: < http://livrozilla.com/doc/322436/acontribui%C3%A7%C3%A3o-do-est%C3%A1gio-supervisionado-para>. Acesso em 13/09/18.


sexta-feira, 7 de setembro de 2018




O papel do lúdico na escola

A escola precisa ser um lugar alegre e cheio de descobertas para o aluno. Nas séries iniciais, estas descobertas estão relacionadas com a curiosidade despertada nos alunos  através da capacidade de apreciar e refletir sobre as mais diversas formas de criatividade lúdica, tanto de forma individual como coletiva. Nas palavras de Comênio (1957, p.156):

Que sejam instruídos com o método muito fácil, não só para que não se afastem dos estudos, mas até para que eles sejam atraídas como para verdadeiros deleites, para que as crianças experimentem nos estudos um prazer não menor que quando, passam dias inteiros a brincar com pedrinhas, bolas, e corridas.(COMÊNIO, 1957, p.156).

A forma lúdica de ensinar e aprender leva o aluno a uma construção prazerosa do conhecimento, estabelecendo relações em que socializa e interage enriquecendo suas produções.

Desta forma, a imaginação do aluno deve ser exercitada continuamente, onde a escola deve ser o local motivador para isso, oportunizando ao aluno diversas formas de se expressar, levando-o a buscar e aprender cada vez mais.

Portanto, o trabalho da escola com o lúdico não pode ser isolado. Ele precisa  fazer parte do cotidiano do Professor em sala de aula, sendo integrado em ações pedagógicas que viabilizem o resgate do patrimônio lúdico enquanto expressão viva de nossas escolas.


REFERÊNCIAS:

COMÊNIO, João Amós. Didática Magna. 3 ed. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian,  1957.


sábado, 1 de setembro de 2018



Observando o contexto escolar que construímos o perfil de nossa turma. Quando elaboramos um planejamento, é importante termos em mente os objetivos que queremos alcançar, enquanto profissionais, e com nossos alunos. No entanto, o caráter flexível do planejamento deve fazer parte de sua rotina, pois no exercício da docência, imprevistos acontecem e devemos estar preparados para eles. Nas palavras de Karling (1991, p.305):

Mesmo que tenhamos que fugir do planejado, é importante ter feito o planejamento. O que importa é tornar a aprendizagem eficiente, sem perda de tempo para os alunos. Se estes se inclinarem para outro rumo, e o professor julgar isso de utilidade, deem-se asas aos alunos (KARLING, 1991, p. 305).

Desta forma, a escola não está isolada do mundo, ela se encontra em um contexto social que precisa ser explorado e contextualizado juntamente com os alunos. É importante destacar que neste processo estamos tratando com pessoas em toda a sua complexidade de ideias e relações que, neste ambiente de convívio, se mostram presentes a todo momento.

Outros elementos importantes, que podem nos auxiliar a pensar e planejar o trabalho docente, são os espaços da escola. No processo de ensinar e aprender, explorar a biblioteca, o pátio, o refeitório, entre outros, pode ser uma opção para o desenvolvimento da identificação do aluno com a teoria e a prática.

Portanto, neste caminho cheio de alternativas e desafios que se descortina em nossa frente, quando pensamos em planejamento, fica cada vez mais evidente que pensar a aula para a realidade de nossos alunos ainda é o melhor caminho e a melhor forma de envolvê-los naquilo que é trabalhado. O professor é a chave deste processo, pois com sensibilidade e observação, o processo de ensinar e aprender se dará de forma natural e prazerosa para professor e aluno.

REFERÊNCIAS:

KARLING, Argemiro Aluísio. A Didática Necessária. São Paulo: IBRASA, 1991.