sábado, 16 de dezembro de 2017



FINALIZANDO O SEMESTRE

Chegamos ao final de mais um semestre, cheio de aprendizagens que nos desacomodaram e nos levaram a repensar nossas estratégias, nossos métodos e caminhos para  mediar a construção do conhecimento de nossos alunos.

Na etapa final, a preparação para o Workshop, com a construção da síntese reflexiva, nos deu a visão geral de nossa caminhada. Etapas vencidas, dificuldades, falta de tempo, cansaço, situações que se tornaram degraus para que nos sentíssemos capazes de fechar um ciclo com sucesso e motivação.

Cada vez mais nossas aprendizagens no PEAD nos levam pelos  caminhos da pesquisa e da experimentação, onde encontramos desafios  que  nos possibilitam repensar nossas vivências e nossas práticas. Nas palavras de Miranda (2006, p.132)

O professor reflexivo é, pois, fundamentalmente, um professor investigador, pois ele e só ele é capaz de examinar sua prática, identificar seus problemas, formular hipóteses, questionar seus valores, observar o contexto institucional e cultural ao qual pertence, participar do desenvolvimento curricular, assumir a responsabilidade por seu desenvolvimento profissional e fortalecer as ações em grupo. (Zeichner e Liston, apud Geraldi, Messias e Guerra, apud Miranda 2006, p. 132)

Portanto, cabe a nós, alunas do PEAD, colocar em prática nossas experiências no curso para contextualizar nossas aprendizagens e assim, no dia a dia da sala de aula, valorizar as trocas com nossos alunos.

REFERÊNCIAS:

MIRANDA, Marília G. de. O Professor Pesquisador e Sua Pretensão de Resolver a Relação Entre a Teoria e a Prática na Formação de Professores. In: O Papel da pesquisa na formação e na prática dos professores. Campinas: Papirus, 5 ed, 2006.

http://gestaodoprojeto.com.br/site/destaques/descer-no-escorregador-e-o-que-nos-faz-subir-varias-vezes-a-mesma-escada/ (Imagem) 


sábado, 9 de dezembro de 2017


MÚLTIPLAS APRENDIZAGENS

Este semestre nos fez repensar nossos valores como pessoa e principalmente profissionais. Conviver com as diferenças em qualquer ambiente, para todos os envolvidos no processo, não é fácil. Mas nós professores temos um papel muito importante, pois nós é que vamos conduzir este processo em nossas salas de aula.

A interdisciplina de Seminário Integrador nos colocou no papel de observadoras e pesquisadoras da forma como nos relacionamos com as diferenças em nossa vida e de como trabalhamos com elas no cotidiano escolar. Ter um novo olhar no dia a dia da escola e reconhecer casos de preconceito não foi fácil, pois nos obrigou de certa forma a ver algo que antes eram invisíveis em nossas escolas.

Ao longo das atividades, através das pesquisas que realizamos, refletimos ao estudarmos as referências bibliográficas e estabelecermos certezas e dúvidas, o que foi consolidado pela interação com as práticas pedagógicas. Quanto à discriminação racial, tema tratado ao longo do semestre, há necessidade de uma atenção especial, visto que muitas vezes ela não é explícita no nosso cotidiano, exigindo uma abordagem reflexiva e humanizada de todos os envolvidos. Quando o professor oportuniza esta abordagem com seus alunos, ele será capaz de perceber distorções, ou seja, manifestações veladas ou não de discriminação ou preconceito com o outro. Conforme as politicas educacionais que reconhecem a diversidade étnico-racial (Brasil, 2006, p. 23):

Um olhar atento para a escola capta situações que configuram de modo expressivo atitudes racistas. Nesse espectro, de forma objetiva ou subjetiva, a educação apresenta preocupações que vão do material didático-pedagógico à formação de professores. (BRASIL, 2006, p.23).

Então, neste semestre, as relações estabelecidas entre as interdisciplinas oportunizadas pelas atividades do Seminário integrador confirmaram que a sala de aula, ou melhor, toda escola, é um espaço agregador de pessoas diversas, o que enriquece as relações e as possibilidades de aprendizagens multiculturais. 



REFERÊNCIAS:

BRASIL. Orientações e Ações para Educação das Relações Étnico-raciais. Ministério da Educação. Secretaria da Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade. Brasília: MEC, SECAD, 2006.


sexta-feira, 1 de dezembro de 2017


A FILOSOFIA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR

A Filosofia está presente no nosso dia a dia, não é algo meramente teórico. A partir daí, percebemos que convivemos com fundamentos filosóficos em todos os âmbitos da sociedade. Não é diferente no espaço escolar, que é um espaço rico para analisarmos e discutirmos experiências filosóficas.

Neste espaço está a peça chave para a promoção destas experiências: o Professor. Porém, para o professor exercer o seu papel neste processo de construção do saber, dos questionamentos e do prazer pela reflexão, sua formação precisa proporcionar o desenvolvimento de potencialidades para uma formação crítica e analítica das teorias educacionais. Neste contexto, a Filosofia se torna essencial na formação do professor, dando subsídios para ele se aprofundar na complexidade dos problemas educacionais.

Desta forma, compreender de forma crítica a realidade, enriquecendo a construção de uma prática reflexiva e questionadora, é uma condição fundamental do “ser professor”. Compreendendo seu papel na formação do aluno, sua função social e ética, o professor passa a conhecer a si mesmo. Nas palavras de Ghedin (2005, p.141):

Conhecer é desvendar, na intimidade do real, a intimidade de nosso próprio ser, que cresce justamente porque a nossa ignorância vai se dissipando diante das perguntas e respostas construídas por nós, enquanto sujeitos entregues ao conhecimento, como dependência da compreensão de nosso ser no mundo. [...] Ao construirmos o conhecer de um dado objeto, não é somente ele que se torna conhecido, mas essencialmente o próprio sujeito, isto é, o conhecimento de algo é também, simultaneamente, um autoconhecimento (2005, p. 141).

Diante disso, percebemos que tudo está em construção, nada está pronto. Não existe nenhum pensamento estanque sobre qualquer coisa. Precisamos sim, estar preparados para ampliar o potencial reflexivo de nossos alunos, proporcionando experiências novas para construir um novo conhecimento.

Portando, o papel da filosofia está ligada à formação do Professor, para que ele desenvolva um compromisso com a ética e com a liberdade de pensar e desenvolver suas próprias conclusões sobre a realidade. Como afirma Freire (2011, p. 34): “Não é possível pensar os seres humanos longe, sequer, da ética, quanto mais fora dela”.

REFERÊNCIAS:

GHEDIN, Evandro. Professor reflexivo: da alienação da técnica à autonomia da crítica. In: PIMENTA, Selam Garrido; GHEDIN, Evandro (orgs). Professor reflexivo no Brasil: gênese e crítica de um conceito. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2005.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 43ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2011.



sábado, 25 de novembro de 2017



EXPERIÊNCIA COM O MÉTODO CLÍNICO

Todo professor é um pesquisador, inclusive das respostas de seus alunos. Entre a busca de métodos que nos orientem nesta proposta, conhecer o Método Clínico Piagetiano favorece uma grande reflexão sobre a aprendizagem das crianças. O Método Clínico vai além das provas clinicas pois, com este método, Piaget queria fugir das respostas estereotipadas, para conhecer como o sujeito pensa,  como ele constrói a resposta, sua coerência na análise ou suas contradições, sempre tendo base o sujeito epistêmico. Segundo Delval (2002):

Coloca-se esse sujeito em uma situação problemática que ele tem resolver ou explicar e observa-se o acontece. Enquanto se produz a conduta do sujeito (que insistimos, pode consistir em simples ações, palavras ou em combinação de ambas as coisas), o experimentador procura analisar o que está acontecendo e esclarecer seu significado. Fixa-se em uma série de aspectos da conduta do sujeito e, à medida que vai se produzindo, realiza intervenções motivadas na atuação do sujeito, que têm como objetivo esclarecedor tenha qual é o sentido do que ele está fazendo. Isso supõe que o experimentador tenha de se perguntar a cada momento qual é o significado da conduta do sujeito e a relação de suas capacidades mentais. (DELVAL, 2002, p. 68)


A partir da leitura e análise do Método Clínico, foi nos proposto pela interdisciplina Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia II, aplicar uma  prova operatória do  referido método. Escolhemos um menino de 5 anos que frequenta uma escola de educação infantil. A aplicação desta prova  trouxe para o concreto os conceitos trabalhados na Interdisciplina. Também foi gratificante, nos sentirmos capazes de realizar análises e considerações a partir da participação espontânea de uma criança.

Com este experimento, percebemos o quanto o Método Clínico pode ser um aliado na investigação das aprendizagens pelo professor. Realizar entrevistas com alunos, além de nos dar informações de como eles pensam, permitem interações que vão além das simples perguntas e respostas. Este tipo de pesquisa favorece uma compreensão maior da construção do pensamento da criança e dá subsídios para buscarmos soluções que ultrapassem o senso comum.


REFERÊNCIAS:
DELVAL, J. Introdução à prática do método clínico: descobrindo o pensamento da criança. Porto Alegre: Artmed, 2002.

sábado, 18 de novembro de 2017



IMPORTÂNCIA DO CENSO ESCOLAR

O Censo Escolar é um parâmetro muito importante que retrata a realidade da educação básica em nosso país. Entre as informações coletadas por ele, cinco categorias raciais são legitimadas pelos levantamentos oficiais. Conhecer como a população se identifica no campo cor/raça do Censo torna o trabalho de escolarização mais objetivo, principalmente quando o foco está em uma educação igualitária.

Quando investigamos sobre as desigualdades sociais no Brasil, a escola é um reflexo deste contexto e o Censo traz informações para conhecermos esta realidade. É na identidade racial que desenvolvemos um pertencimento ao grupo e buscamos políticas públicas de inclusão de todos nas ofertas de oportunidades. Assim, é buscando estes dados concretos sobre cor/raça que poderemos situar os problemas enfrentados para garantir a democratização do acesso e da permanência dos estudantes em qualquer escola. Nas palavras de Senkevics, Machado e Oliveira (2016, p. 11):

Fato é que, em virtude das desigualdades que atravessam as condições de vida de brancos, negros, indígenas e orientais, em distintas esferas sociais, convivemos com a necessidade de pensar nossa sociedade em termos de relações raciais e, para tanto, a adoção de certas categorias mostram-se indispensáveis, uma vez que tornam inteligíveis estruturas presentes na vida social. (SENKEVICS; MACHADO; OLIVEIRA, 2016,p. 11).


Percebemos, então, que com a quantificação dos dados reais nas escolas, as relações étnico-raciais terão possibilidades de serem construídas e/ou qualificadas para contribuir na transformação da realidade das escolas a partir dos dados coletados.

Portanto, cabe a nós professores nos inteirarmos das informações do nosso aluno que fazem parte do Censo Escolar, pois a informação é a melhor forma de nos integrarmos com a turma e conhecer sua realidade. A sala de aula, ou melhor, toda escola é um espaço agregador de pessoas diversas, o que enriquece as relações e as possibilidades de aprendizagens multiculturais. 

REFERÊNCIAS:

SENKEVICS, A. S.; MACHADO, T. de S.; OLIVEIRA, A. S. de. A cor ou raça nas estatísticas educacionais: uma análise dos instrumentos de pesquisa do Inep. Brasília: Inep/MEC, 2016.

sábado, 11 de novembro de 2017




TGD na Escola

A educação inclusiva, hoje, faz parte do nosso cotidiano escolar e não pode e nem deve ser ignorada, para que seja garantido o direito de todos a uma educação de qualidade. Dentre o público alvo dos alunos de educação especial estão os alunos portadores do Transtorno Global de Desenvolvimento. Segundo Paula Nadal (2011):

Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestar-se nos primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades. Os TGD englobam os diferentes transtornos do espectro autista, as psicoses infantis, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Kanner e a Síndrome de Rett.(NADAL, 2011).
No ambiente escolar, o aluno com TGD precisa de abordagens que se canalizem para desenvolver a competência social da criança, independente de qual seja sua especificidade. Neste processo, a escola é muito importante, pois é um espaço rico para o desenvolvimento das potencialidades do aluno, assim como vale ressaltar que o processo de inclusão beneficia tanto o aluno quanto a escola. É através da construção das habilidades sociais que o aluno constrói seu conhecimento e, nesta caminhada, a função do professor é fundamental.

Falando em professor, ele pode em colaboração com colegas e demais setores da escola, estabelecer estratégias pedagógicas para que o aluno evolua em seu comportamento, em sua linguagem e nas interações sociais. Para a criança com Transtorno Global de Desenvolvimento, a interação com os colegas, muitas vezes, tem mais sucesso que a intervenção de um adulto, provocando uma ação transformadora sobre o aluno.

Com minha experiência profissional, percebi que cada aluno é único e que não existe um método que se aplique a todos. Na escola em que trabalho, na função de vice-diretora, meu contato é maior com as famílias. Assim tento montar uma rede de apoio, com a escuta da família, para que a professora possa ter condições de observar melhor e compreender as especificidades do aluno de inclusão(TGD).  Portanto, toda escola necessita trabalhar em conjunto para fazer adequações pedagógicas e tornar o espaço escolar acessível para todos.


REFERÊNCIAS:

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

DIVERSIDADE DE GÊNERO NA ESCOLA

Hoje, muitos questionamentos sugerem o aprofundamento das reflexões de sexualidade e gênero na escola. Quando falamos em gênero, estamos nos referindo ao aspecto social, aos comportamentos e relações que são construídos socialmente. É a forma como nos enxergamos, nos identificamos, em um processo de autoconhecimento, incluindo sentimentos, emoções, intuição, criatividade, entre outros.

O ambiente escolar precisa favorecer um diálogo aberto sobre o assunto, a fim de desmistificar quaisquer preconceitos e diminuir tabus e distorções, para assim ser convertido em aprendizado. Nas palavras de Carrara (2009,p.14):

[...} a escola precisa estar sempre preparada para apresentar não uma verdade absoluta, mas sim uma reflexão que possibilite aos alunos e às alunas compreenderem as implicações éticas e políticas de diferentes posições sobre o tema e construírem sua própria opinião nesse debate. A ideia de que educação não é doutrinação talvez valha aqui mais do que em qualquer outro campo, pois estaremos lidando com valores sociais muito arraigados e fundamentais.(CARRARA, 2009,p.14)

Como na escola o processo de socialização se dá entre meninos e meninas, a abordagem das relações de gênero precisa considerar que existem outras formas de expressão da sexualidade, e que a forma de cada um expressá-la é única. É preciso, então, dar sentido ao processo de desenvolvimento individual do aluno, promovendo vínculos de identificação entre as pessoas, possibilitando interações positivas e aprendizagens significativas. De acordo com Carrara (2009,p.33):

Espera-se, portanto, que uma prática educativa de enfrentamento das desigualdades e valorização da diversidade vá além, seja capaz de promover diálogos, a convivência e o engajamento na promoção da igualdade. (CARRARA, 2009,p.33)

Portanto, com olhar humanizado, o professor em seu convívio diário com os alunos, precisa desenvolver uma escuta neutra para, a partir das dúvidas e questionamentos, trazer respostas para a compreensão de conceitos, ideias, mitos, tabus, entre outros. Assim, a compreensão da diversidade que se manifesta nas relações sociais, analisadas pela dimensão da sexualidade e gênero é a base para superar preconceitos e práticas discriminatórias.


REFERÊNCIAS:

CARRARA, Sérgio. Educação, Diferença, Diversidade e Desigualdade. In:Gênero e diversidade na escola: formação de professoras/es em Gênero, Orientação Sexual e Relações Étnico-Raciais. Livro de conteúdo. Versão 2009. – Rio de Janeiro : CEPESC; Brasília : SPM, 2009.

sábado, 28 de outubro de 2017


DIVERSIDADE EM PRÁTICA


Atividades práticas em sala de aula enriquecem nosso trabalho como educadores. A interdisciplina Filosofia da Educação, ao propor a tarefa de aprofundar a temática da diversidade, oportunizou uma experiência de conscientização com os alunos. A partir daí, procurei desenvolver uma atividade que pudéssemos discutir o tema naturalmente, onde a escolha dos vídeos fosse uma forma de trazer para o universo dos alunos as informações, com fácil compreensão.  Nos vídeos Normal é ser diferente , Como é bom ser diferente, as imagens representam, de forma lúdica, que somos diferentes, e que é nas diferenças que a convivência se torna mais significativa.


Após a apresentação do vídeo, a conversa foi sendo enriquecida com a troca entre os alunos, pois cada um tinha uma opinião para dar, ou uma experiência para relatar.

Em atividades que proporcionam experiências de interação e troca, podemos oportunizar uma formação mais tolerante nas crianças, construindo uma cultura de paz oriunda de uma convivência multicultural. Encontramos subsídios para este contexto nos seguintes princípios (BRASIL, 2004b,p.17): “consciência política e histórica da diversidade; fortalecimento de identidades e de direitos; ações de combate ao racismo e a discriminações”.

Com a ideia de que todos somos diferentes, procurei reforçar neles a importância de nossa identidade, nossas opiniões e nosso lugar no mundo. Com a deixa da palavra digital, comentei sobre a função da digital na Carteira de Identidade e pedi que se aproximassem da mesa. A seguir, demonstrei a eles a forma que podemos reconhecer a nossa digital, e orientei que cada um molhasse seu dedo na almofada de carimbos e carimbasse seu dedo em um cartão, observando os traços de sua digital. Ao colocar todas as cartelas juntas, perguntei aos alunos se podiam identificar qual seria a sua. O fato de não conseguirem, os fez perceber que cada digital era diferente da outra, assim como somos diferentes um do outro,  e que somos únicos.







Então, chegamos a conclusão de que mesmo sendo diferentes, no conjunto (grupo) todos somos iguais, ou seja, as diferenças não importam  se o objetivo é a convivência. E é nestas experiências de sala de aula que podemos promover uma convivência de tolerância, construindo nas relações com os alunos o respeito ao outro e a aceitação das diferenças.


REFERÊNCIAS:

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília:[s.n.],2004b.Resolução CNE/CP nº 1/2004. Disponível em: http://www.mec.gov.br/cne


Fotos – Acervo Digital da EMEF Albino Dias de Melo.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017


PROCESSOS DE APRENDIZAGEM

Enquanto educadores, precisamos conhecer as teorias para construir a nossa prática pedagógica, onde estas concepções não são limites, mas orientações para descobrirmos o potencial dos nossos alunos. Nas palavras de Becker, F. e Marques, T.(2012): “[...] a idade não será suficiente para nos dizer se um indivíduo se encontra em um ou outro período de desenvolvimento. Isso será possível mediante o conhecimento da maneira  como lida com a realidade, interna ou externa.”

No entanto, é importante que os professores desenvolvam ações pedagógicas  adequadas a cada idade,  para gerar o desequilíbrio necessário nos saberes já estabelecidos, provocando a acomodação de novas informações e solidificando a construção do conhecimento.

Aprendendo se transforma o mundo e, por consequência, nós mesmos. Não é qualquer aprendizagem que faz sentido, somente a aprendizagem que se prolonga em desenvolvimento, consolidada pela acomodação. Desta forma, o sujeito precisa construir e inventar, não receber pronto e repetir comportamentos. O ensino existe, mas o processo de aprendizagem precisa ser ativo e espontâneo.

Portanto, acreditar que o processo de aprendizagem é um processo reconstrutivo, a partir da interação entre o sujeito e o objeto, faz repensar o erro e torna o método pedagógico ativo. Desta forma, o professor precisa gerar perguntas que desacomode o aluno, estabelecendo, assim, o processo de aprendizagem.

REFERÊNCIAS:

BECKER, F.; MARQUES, T. Estádios do desenvolvimento. In: BECKER, F. Educação e construção do conhecimento, 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

na Escola


A escola é um local de diversidade, sendo assim é um ambiente ideal para as reflexões e os debates sobre ética. Dentro deste contexto, o Professor tem  um papel fundamental. O aluno já traz seus valores formados, e nem sempre esses valores são positivos, muitas vezes devido às experiências que ele vive em seu núcleo social. Nas palavras de Severino (2011):

Os educandos já chegam à escola plenamente envolvidos por uma moral, ou seja, acolhem e aplicam em seu agir aqueles valores consagrados pelo seu grupo social, da família aos grupos mais amplos. Essa moral se propaga espontaneamente mediante processos interativos do convívio humano. (Severino, 2011)

A partir desta bagagem dos alunos, o Professor precisa exercer o seu papel de conduzir um processo de reflexão, de questionamento para que, através da construção de um pensamento ético, ele consiga mudar sua realidade. A neutralidade e a sensibilidade devem permear as intervenções do educador, fazendo com que o aluno entenda que existem outros valores além daqueles que ele construiu.

Nesta construção, o aluno deve ser levado a vivenciar experiências onde a ética está presente  nas relações. O ambiente em sala de aula também pode proporcionar debates críticos e construtivos das relações sociais desencadeando ações que leve o aluno a pensar sobre sua conduta e dos outros.

Portanto, a escola como um todo,  no seu processo de aprendizagem, precisa estimular  atitudes éticas e priorizar o diálogo nas mais diferentes situações , não só nos problemas da escola mas também da comunidade onde estão inseridos. O cotidiano escolar está repleto de questões éticas que podem ser exploradas por todos os segmentos da escola, transformando caminhos para, com o esforço de cada um, desencadear atitudes éticas por todas as esferas da sociedade.


REFERÊNCIAS:
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2192200/mod_resource/content/1/texto%20forma%C3%A7%C3%A3o%20e%20atua%C3%A7%C3%A3o%20dos%20professores.pdf

sexta-feira, 6 de outubro de 2017



COMBATENDO A EXCLUSÃO

No âmbito escolar, a exclusão se manifesta de várias formas e já faz parte do senso comum. Muitas circunstâncias emolduram exemplos de micro processos de exclusão, que de alguma forma já estão instituídos no dia a dia da escola. Esta situação é identificada quando alunos são estigmatizados por apelidos que o acompanham dentro e fora da escola, como por exemplo: “o feio”, “o gordo”, “o fraco”, “o burro”, “o magro”, “o pobre” etc. Não é raro que estas expressões, como tantas outras quando cristalizadas, gerem conflitos entre os alunos.  Nas palavras de Salles e Silva (2008, p.150):

Nas escolas, os adolescentes e jovens interagem com outros, adolescentes e jovens, que são diferentes deles ou de seu grupo de referência em função, entre outros aspectos, da cor, da sexualidade, da nacionalidade, do corpo, da classe socioeconômica. No espaço escolar essa interação com o diferente, quando não é problematizada, se dá por meio de relações interpessoais pautadas por conflitos, confrontos e violência. (SALLES E SILVA, 2008, P.150)

Diante desta realidade, podemos identificar na escola este aluno que é excluído e sofre preconceito, não por ter uma deficiência, mas por não ser aceito pelo grupo. Sentindo-se assim diminuídos, excluídos dos grupos dos melhores, dos bonitos, dos ricos, dos inteligentes, acabam por serem novamente rotulados, como difíceis, com problema de adaptação ou solitários. Estas situações de exclusão e preconceito levam muitos alunos a abandonarem a escola, e acabarem sofrendo de forma individual e social as consequências desta escolha.

Estes diferentes tipos de exclusão, que muitas vezes são velados, devem ser identificados e trabalhados. Não podemos e nem devemos negar as diferenças na escola, pois é a diversidade que enriquece a convivência. Porém, esta diversidade precisa ser respeitada, e a forma como lidamos com ela pode ser positiva ou negativa, conforme atribuímos significados para esta diversidade.

Portanto, a escola necessita encarar estas questões, que precisam ser discutidas com todos os membros da comunidade escolar, cada um na sua peculiaridade. Esta cultura de exclusão precisa ser revertida, para se construir ações de inclusão que envolvam a todos em um processo de humanização.

REFERÊNCIAS:

SALLES, L.M.F.; SILVA, J.M.P.E. Diferenças, preconceitos e violência no âmbito escolar: algumas reflexões. Cadernos de Educação. 1(30), 149-166, 2008.

https://www.cm-fundao.pt/content/dia-municipal-para-igualdade(imagem)

sábado, 30 de setembro de 2017


ATENDENDO INDIVIDUALIDADES

A Escola é o espaço da diversidade e, por esta razão, precisa garantir o acesso de todos na sua proposta pedagógica, apesar das dificuldades de atender em suas individualidades.

A realidade que nos deparamos hoje, no contexto escolar, carrega muitos alunos com dificuldades de aprendizagem, o que demanda um esforço do setor pedagógico da Escola para subsidiar os professores e atender as famílias, na busca de soluções conjuntas para superar estas deficiências. A demora nos atendimentos da área da Saúde, bem como a falta de esclarecimentos por parte das famílias retardam os processos de diagnóstico.

Quando estudamos na Escola as leis e orientações sobre inclusão, os professores ficam sensibilizados, mas expressam instabilidade em atuar em uma sala de aula onde algum tipo de deficiência é, muitas vezes, desconhecida para eles. Independente de apoio ou orientação de setores, a responsabilidade de aprendizagem recai sobre o professor, mesmo com escassez de subsídios (acompanhamento psicopedagógico e/ou clínico). Sabemos que só o diagnóstico não resolve, bem como atendimentos não contextualizados também. Nas palavras de Raad e Tunes (2011, p.26): “Na escola, os conflitos gerados pelo fato de a criança não aprender acalmam-se e desfazem-se com o diagnóstico, como se ele tivesse um poder mágico de resolver todas as questões.” 

As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, em seu Artigo 29, diz: “A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, é parte integrante da educação regular, devendo ser prevista no projeto político pedagógico da unidade escolar.” Desta forma, recursos de acessibilidade, tanto quanto os pedagógicos precisam estar previstos no projeto político pedagógico e favorecer um ambiente escolar que promova o desenvolvimento de todos,  independente da dificuldade de aprendizagem. Assim, cabe à escola reforçar o apoio pedagógico aos seus professores para que eles não estejam sós nesta caminha de superações.

Portanto, sabemos que todos têm o direito de serem valorizados em suas subjetividades. Cada aluno, com maior ou menor dificuldade, precisa de um olhar individualizado do professor. Em contrapartida, cada professor precisa enfrentar o desafio diário de integrar cada aluno, seja de inclusão ou não, e oportunizar o desenvolvimento de suas potencialidades.


REFERÊNCIAS:

RAAD, I. L. F.; TUNES, E. Deficiência com iatrogênese. In: MARTINEZ, A. M. ; TACCA, M. C. V. R.(organizadoras). Possibilidades de aprendizagem: ações pedagógicas para alunos com dificuldade e deficiência. Campinas, SP: Editora Alínea, 2011.

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.


sábado, 23 de setembro de 2017



CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM

A aprendizagem é inerente ao ser humano, pois precisamos aprender para evoluir. Construímos relações a partir das informações que já possuímos, relacionando ideias e organizando o raciocínio na resolução de problemas. Construímos, então, o conhecimento que nos possibilita transformar o mundo a nossa volta.

Na realidade da sala de aula, de que forma nós professores podemos proporcionar ao aluno a melhor forma de aprender, de explorar suas capacidades e habilidades? Acredito não existir uma fórmula pronta onde possamos nos encaixar. Por outro lado, é importante que nós professores tenhamos conhecimento de como nosso aluno aprende, qual a organização de ensino que melhor se encaixa na turma, onde o aluno da forma mais autônoma possível, possa explorar  sua curiosidade e criticidade. A curiosidade do aluno em descobrir o novo é um ponto de partida, pois ele não mais precisa receber informações prontas e sim o caminho para conhecê-las. Segundo Freire (2002, p.15):

A curiosidade como inquietação indagadora, como inclinação ao desvelamento de algo, como pergunta verbalizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atenção que sugere alerta, faz parte integrante do fenômeno vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos. (FREIRE, 2002, p.15).

Hoje, na sala de aula, não existe mais espaço para repetição e memorização. A aprendizagem precisa de contexto e significado. O aluno ao construir o conhecimento, precisa poder usá-lo de diferentes formas. Se não for possível, ele deve ser capaz de (re)construir este conhecimento de modo a transformar sua realidade.

Desta forma, o professor deve ser o fio condutor deste processo. Conduzir o aluno neste caminho, dar suporte necessário e intervir no momento certo, vai garantir que o aluno desenvolva ideias, estabeleça argumentos, aplicando conceitos em sua realidade. Portanto, é preciso que estejamos sempre abertos ao novo, para enxergarmos um caminho diferente, proporcionando ao nosso aluno a melhor ferramenta para sua evolução: o conhecimento.

REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa. 25ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

sábado, 16 de setembro de 2017


Hoje recebemos e compartilhamos uma enxurrada de informações na internet. Este aspecto importante da vida moderna, nos faz refletir sobre como utilizamos as tecnologias de informação disponíveis, principalmente a internet. A partir do uso da rede mundial de computadores no nosso cotidiano, nos damos conta de como ela transforma o modo como as pessoas vivem e se relacionam umas com as outras e com o mundo que as cerca.

A internet, hoje, proporciona a todos a oportunidade de se expressar sobre algum assunto, independente de se ter conhecimento sobre ele ou não. Nas palavras de  Palfrey e Gasser (2011):

 [...] a tecnologia disponível da internet e aplicativos extremamente interativos e fáceis de usar permitiram aos indivíduos se tornarem usuários ativos e participantes de diálogos públicos. Em consequência disso, não são mais alguns jornalistas profissionais ou poderosos  conglomerados da mídia com fortes interesses comerciais que definem sobre o quê uma sociedade vai falar e que com o quê vai se importar.(PALFREY; GASSER, p. 295)

Nesta questão, muitas informações permanecem superficiais, sendo que as pessoas não têm interesse em aprofundá-las por serem descartáveis. Por buscarmos sempre uma novidade, ficamos carentes de análise e crítica destas informações, visto que nem sempre há tempo para avaliar a qualidade do que é disponibilizado, condição necessária para a construção de um juízo de valor sobre ele.

Portanto, nesta era digital que vivemos, precisamos analisar todos os lados de uma informação, não aceitando verdades prontas por terem sido “curtidas” por milhões de pessoas. Desenvolver nosso senso crítico valoriza nosso poder de escolha, nos tornando mais aptos a selecionar o que é relevante ou não para a nossa vida.

REFERÊNCIAS:

PALFREY, J.; GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais. Porto Alegre: Grupo A, 2011.

sábado, 9 de setembro de 2017



Falando de cor na escola

O tema das relações étnico-raciais na escola é muito amplo, mas permite algumas aproximações, inclusive o de como nos relacionarmos com as diferenças no ambiente escolar. Ao refletirmos com a turma estes temas, podemos desenvolver satisfatoriamente suas identidades, pois permitimos que se reconheçam e que abram espaço para conviver com o novo e/ou diferente.

Através de experiências educativas, podemos oportunizar uma formação mais tolerante nas crianças, construindo uma cultura de paz oriunda de uma convivência multicultural. Nas palavras de Silva (2011, p.31):  “Desta forma, vamos confirmar o que há muito aprendemos, ou seja, que ensinar e aprender implicam convivência. O que acarreta conflitos e exige confiança, respeito, não confundidos com mera tolerância.”

Ao falarmos em confiança, é possível perceber nos comentários dos alunos no dia a dia da escola o quanto a convivência diária pode criar laços de amizade que facilitam a aceitação de todos.

Assim, todos os alunos devem ser protagonistas  de experiências educacionais que valorizem os diversos tipos de culturas, para que, ao debaterem seus conflitos, “a cor de pele” não seja uma fonte de preconceito na escola, visto que há alunos com cor de pele diferente entre eles. A cor da pele precisa ser vista como um fortalecimento da igualdade, pois a escola com seu potencial transformador deve ser o apoio para que o aluno construa uma justa imagem de si mesmo, com diálogo e consciência de seu potencial.

Portanto, refletir com os alunos sobre suas identidades, é papel da escola, já que é ela, o espaço social que eles têm para construir o respeito às diferenças e a aceitação, tanto da sua etnia quanto a dos outros.


REFERÊNCIAS:

SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves. Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil. In: FONSECA, M.V.; SILVA, C.M.N. da; FERNANDES, A.B. (organizadores). Relações étnico-raciais e educação no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2011.                                                                                           

sábado, 2 de setembro de 2017



FORMAÇÃO CONTINUADA NO ESPAÇO ESCOLAR

A formação continuada do professor faz parte da construção de um profissional dinâmico e atualizado, oferecendo ao docente uma alternativa de crescimento. Na formação da escola, no ambiente profissional, é que os professores enfrentam e resolvem seus problemas, elaboram e modificam procedimentos, unindo o grupo em um mesmo objetivo, a qualidade do ensino.

Como forma de enriquecer a formação profissional dos professores, um projeto Formação Continuada, baseado nas reais necessidades dos educadores, tem como finalidade direcionar os estudos para a formação dos professores em um contexto reflexivo, de construção e troca.

A finalidade de se direcionar estudos contínuos para a formação de professores, é tanto para aprimorar, como para tentar suprir as dificuldades encontradas na área da docência. A troca de experiências, o estudo, a pesquisa, procuram reestruturar a natureza das atividades docentes, e encarar os professores como intelectuais e transformadores, capazes de despertar no educando o espírito criativo e reflexivo necessário para a construção do conhecimento.

A respeito do contexto em questão, a escola tem o papel de eixo estrutural, comprometendo-se com a mudança e a transformação social, onde os educadores tenham autonomia e liberdade para construir sua identidade profissional, possam refletir sobre a ação, relacionando seus conhecimentos teóricos e interagindo com o grupo no espaço da escola e no projeto de formação continuada. De acordo com Freire (1996, p.18):

Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. (FREIRE, 1996, p. 18).

Assim, é visível a necessidade dos educadores em buscar conhecimentos através da formação. Neste aspecto a formação continuada tem papel relevante como base de fundamentação teórica, associando teoria e prática. Repensando o ensino, surge a importância de uma participação que não se esgota no nível profissional, onde o professor é o agente mediador do processo de ensino e aprendizagem.

Ressignificar a realidade também faz parte do processo de formação continuada, pois é necessário que neste âmbito de discussão se tenha como base a realidade onde a escola está inserida, embasando os projetos no contexto sócio-político cultural em que a comunidade vive, respeitando suas especificidades e contexto próprio.

Assim, para relacionar as atividades pedagógicas com a realidade do educando, a escola e seus profissionais devem valorizar o indivíduo, sua história, sua cultura e seu jeito de ver o mundo pelos olhos de sua realidade.

REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.