sexta-feira, 6 de outubro de 2017



COMBATENDO A EXCLUSÃO

No âmbito escolar, a exclusão se manifesta de várias formas e já faz parte do senso comum. Muitas circunstâncias emolduram exemplos de micro processos de exclusão, que de alguma forma já estão instituídos no dia a dia da escola. Esta situação é identificada quando alunos são estigmatizados por apelidos que o acompanham dentro e fora da escola, como por exemplo: “o feio”, “o gordo”, “o fraco”, “o burro”, “o magro”, “o pobre” etc. Não é raro que estas expressões, como tantas outras quando cristalizadas, gerem conflitos entre os alunos.  Nas palavras de Salles e Silva (2008, p.150):

Nas escolas, os adolescentes e jovens interagem com outros, adolescentes e jovens, que são diferentes deles ou de seu grupo de referência em função, entre outros aspectos, da cor, da sexualidade, da nacionalidade, do corpo, da classe socioeconômica. No espaço escolar essa interação com o diferente, quando não é problematizada, se dá por meio de relações interpessoais pautadas por conflitos, confrontos e violência. (SALLES E SILVA, 2008, P.150)

Diante desta realidade, podemos identificar na escola este aluno que é excluído e sofre preconceito, não por ter uma deficiência, mas por não ser aceito pelo grupo. Sentindo-se assim diminuídos, excluídos dos grupos dos melhores, dos bonitos, dos ricos, dos inteligentes, acabam por serem novamente rotulados, como difíceis, com problema de adaptação ou solitários. Estas situações de exclusão e preconceito levam muitos alunos a abandonarem a escola, e acabarem sofrendo de forma individual e social as consequências desta escolha.

Estes diferentes tipos de exclusão, que muitas vezes são velados, devem ser identificados e trabalhados. Não podemos e nem devemos negar as diferenças na escola, pois é a diversidade que enriquece a convivência. Porém, esta diversidade precisa ser respeitada, e a forma como lidamos com ela pode ser positiva ou negativa, conforme atribuímos significados para esta diversidade.

Portanto, a escola necessita encarar estas questões, que precisam ser discutidas com todos os membros da comunidade escolar, cada um na sua peculiaridade. Esta cultura de exclusão precisa ser revertida, para se construir ações de inclusão que envolvam a todos em um processo de humanização.

REFERÊNCIAS:

SALLES, L.M.F.; SILVA, J.M.P.E. Diferenças, preconceitos e violência no âmbito escolar: algumas reflexões. Cadernos de Educação. 1(30), 149-166, 2008.

https://www.cm-fundao.pt/content/dia-municipal-para-igualdade(imagem)

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