COMBATENDO A EXCLUSÃO
No âmbito escolar, a exclusão se
manifesta de várias formas e já faz parte do senso comum. Muitas circunstâncias
emolduram exemplos de micro processos de exclusão, que de alguma forma já estão
instituídos no dia a dia da escola. Esta situação é identificada quando alunos
são estigmatizados por apelidos que o acompanham dentro e fora da escola, como
por exemplo: “o feio”, “o gordo”, “o fraco”, “o burro”, “o magro”, “o pobre”
etc. Não é raro que estas expressões, como tantas outras quando cristalizadas,
gerem conflitos entre os alunos. Nas
palavras de Salles e Silva (2008, p.150):
Nas escolas, os adolescentes e jovens
interagem com outros, adolescentes e jovens, que são diferentes deles ou de seu
grupo de referência em função, entre outros aspectos, da cor, da sexualidade,
da nacionalidade, do corpo, da classe socioeconômica. No espaço escolar essa
interação com o diferente, quando não é problematizada, se dá por meio de
relações interpessoais pautadas por conflitos, confrontos e violência. (SALLES
E SILVA, 2008, P.150)
Diante desta realidade, podemos
identificar na escola este aluno que é excluído e sofre preconceito, não por
ter uma deficiência, mas por não ser aceito pelo grupo. Sentindo-se assim
diminuídos, excluídos dos grupos dos melhores, dos bonitos, dos ricos, dos
inteligentes, acabam por serem novamente rotulados, como difíceis, com problema
de adaptação ou solitários. Estas situações de exclusão e preconceito levam
muitos alunos a abandonarem a escola, e acabarem sofrendo de forma individual e
social as consequências desta escolha.
Estes diferentes tipos de
exclusão, que muitas vezes são velados, devem ser identificados e trabalhados.
Não podemos e nem devemos negar as diferenças na escola, pois é a diversidade
que enriquece a convivência. Porém, esta diversidade precisa ser respeitada, e
a forma como lidamos com ela pode ser positiva ou negativa, conforme atribuímos
significados para esta diversidade.
Portanto, a escola necessita
encarar estas questões, que precisam ser discutidas com todos os membros da
comunidade escolar, cada um na sua peculiaridade. Esta cultura de exclusão
precisa ser revertida, para se construir ações de inclusão que envolvam a todos
em um processo de humanização.
REFERÊNCIAS:
SALLES, L.M.F.; SILVA, J.M.P.E. Diferenças, preconceitos e violência no
âmbito escolar: algumas reflexões.
Cadernos de Educação. 1(30), 149-166,
2008.
https://www.cm-fundao.pt/content/dia-municipal-para-igualdade(imagem)
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