sexta-feira, 28 de junho de 2019


A contação de histórias, como ato educativo intencional, faz parte do processo de aprendizagem onde o aluno desenvolve habilidades como oralidade, leitura, escrita, entre outras. Destaco a importância desta atividade de intervenção participativa no Portfólio de Aprendizagens que escrevi sobre Hora do Conto, em novembro de 2018.

A hora do conto, que proporcionou a “contação de histórias” fez parte do meu planejamento do estágio supervisionado do curso de pedagogia. Ganhou cada vez mais espaço em minhas práticas na medida em que percebi o quanto ela se integrou ao cotidiano da sala de aula, facilitando minhas retomadas diárias com os alunos, favorecendo a interatividade entre eles.

Então, sinalizar momentos de reflexão, bem como de falar e/ou ouvir, organizar os alunos, atrair suas atenções, bem como de fazê-los usar a imaginação para elaborar representações são objetivos que consegui alcançar no desenvolvimento desta atividade. Sendo assim, usei semanalmente esse recurso, pois percebi que através das histórias, os alunos se identificavam com o contexto, relacionando suas experiências com os valores desenvolvidos pelos enredos. Como prática de desenvolvimento da criança, a imaginação é fundamental, onde ela se associa ao concreto para representar a realidade vivida. É o que se compreende nas palavras de Rodrigues (2005, p.4):

A contação de histórias é atividade própria de incentivo à imaginação e o trânsito entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada, tomamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa e ampliamos nossa experiência vivencial por meio da narrativa do autor. Os fatos, as cenas e os contextos são do plano do imaginário, mas os sentimentos e as emoções transcendem a ficção e se materializam na vida real. (RODRIGUES, 2005, p. 4).

Acredito que a contação de história, proporcionada pela hora do conto, é uma ferramenta muito rica no processo de construção dos saberes e vivências dos alunos. Com esta atividade foi possível trabalhar várias palavras e a estrutura de textos na atividade de representação da história coletiva, o que me fez repensar continuamente como trabalhar a alfabetização.

É importante destacar que através destas leituras, proporcionando interações dos alunos com o mundo da literatura, podemos estimulá-los a   apreciar um bom livro, a gostar de ler. Mas para que isso aconteça é importante que nos preparemos para este momento escolhendo obras que tragam reflexões e vivências que contribuam com os processos de aprendizagem dos alunos.

Portanto, estas construções trazem para prática em sala de aula condições para atingirem os objetivos propostos, na medida em que as teorias estudadas no curso deram condições para exercermos nossa missão de oportunizar aos alunos experiências que provocaram transformações para que os mesmos valorizassem suas conquistas e ampliassem sua visão de mundo.


REFERÊNCIAS:

RODRIGUES, Edvânia Braz Teixeira. Cultura, arte e contação de histórias. Goiânia: Gwaya, 2005.

PEDAGOGIA RELACIONAL

Fazer uma reflexão crítica sobre o papel do professor em sala de aula vem sendo constante em minhas aprendizagens neste curso. Dentre esses reflexões destaco os modelos pedagógicos que discuti em meu portfólio de aprendizagem sobre Pedagogia Relacional, em junho de 2018.

Rever as práticas pedagógicas e reavaliar nossa forma de trabalhar precisa fazer parte do papel do professor enquanto agente vivo do processo ensino e aprendizagem. Como a escola representa a sociedade em que vivemos, a sala de aula é o principal espaço de interações para os alunos da turma. Por esta razão, a busca do conhecimento se tornou indissociável da prática social, onde os alunos precisam construir princípios de convivência que, de forma positiva, promovam sua inclusão na sociedade. Este processo pode ser conduzido quando o professor conhece e vivencia a pedagogia relacional no seu cotidiano.

Na pedagogia relacional, o professor compreende que o aluno só aprenderá alguma coisa, isto é, construirá algum conhecimento novo, se ele agir e problematizar sobre a ação. Para compreender a Pedagogia Relacional temos a explicação de Becker (1994): “Trata-se, numa palavra, de construir o mundo que se quer, e não de reproduzir/repetir o mundo que os antepassados construíram para eles ou herdaram de seus antepassados.” Cada aula é, portanto, uma experiência de aprendizagem mútua, significando e ressignificando conceitos a partir de conhecimentos prévios que são interpretados novamente em uma realidade atual.

No estágio supervisionado que realizei como conclusão do curso de pedagogia, minhas vivências no campo da Pedagogia Relacional se fizeram presentes desde o início. Procurei fazer parte da aprendizagem de meus alunos dando suporte e mediando suas aprendizagens e tornando a sala de aula o principal espaço de interações para os alunos da turma. Assim, a busca do conhecimento se tornou indissociável da prática social, onde os alunos são valorizados em seus saberes e vivências.

Desta forma, o indivíduo estabelece relações interpessoais que permeiam seu processo educativo. Logo, em relação a aprendizagem, garantir que a convivência seja real e que estejamos realmente presentes em nossas relações motivam e aprimoram os processos da construção do conhecimento.


REFERÊNCIAS:

BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun. 1994. Semestral. 19(1). Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf>.  Acesso em: 20 dez. 2018.


quinta-feira, 27 de junho de 2019

Vivenciando para aprender

A aprendizagem se consolida de várias formas, uma delas com certeza perpassa pela oralidade e ludicidade, como destaquei em meu Portfólio de Aprendizagens no ano de 2018. Desde então, minhas práticas que já se baseavam nas vivências e interações entre os alunos, se solidificaram, pois agreguei a elas mais valor e intencionalidade.

Então, agregar a nosso planejamento atividades e situações que estimulem o interesse dos alunos, torna os resultados mais relevantes, pois a curiosidade gera investigação e a busca de respostas gera conhecimento. Desta forma, oportunizar aos alunos meios de construir sua aprendizagem, guiados por seus interesses, constitui uma ferramenta metodológica que será incorporada na vida do aluno, promovendo sua socialização e uma postura crítica diante da realidade. Segundo Zabala (1998, p. 172):

Será necessário oportunizar situações em que os alunos participem cada vez mais intensamente na resolução das atividades e no processo de elaboração pessoal, em vez de se limitar a copiar e reproduzir automaticamente as instruções ou explicações dos professores. Por isso, hoje o aluno é convidado a buscar, descobrir, construir, criticar, comparar, dialogar, analisar, vivenciar o próprio processo de construção do conhecimento. (ZABALLA, 1998, p.172).

Quanto mais o indivíduo participa do seu meio social mais compõe sua autonomia. Desta forma, proporcionar situações onde os alunos desenvolvessem essa independência, através de atividades lúdicas e que estimulassem a oralidade, foram ferramentas que enriqueceram minha prática pedagógica.

Assim, enquanto educadores, precisamos conhecer nossos alunos para construir a nossa prática pedagógica, onde o resultado de nossas ações em sala de aula não são limites, mas orientações para descobrirmos o potencial dos nossos alunos. Não é qualquer aprendizagem que faz sentido, somente a aprendizagem que traz um significado para a criança. Desta forma, o sujeito precisa construir e inventar, não receber pronto e repetir comportamentos. O ensino existe mas o processo de aprendizagem precisa ser ativo e espontâneo, só assim possibilitaremos a ele um desenvolvimento crítico, que busque a evolução de sua oralidade e a vivacidade de suas experiências.


REFERÊNCIAS:

ZABALA, Antoni. A Prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

quarta-feira, 26 de junho de 2019


ALFABETIZAÇÃO COMO PROCESSO


A aprendizagem é um processo contínuo e faz parte da construção de quem somos. Na escola este processo de aprendizagem pode se dar de várias formas, mas sempre com a essência de uma prática pedagógica que respeita o saber do aluno e sua individualidade.

Relendo meus escritos no Portfólio de Aprendizagens e minhas reflexões sobre processos de aprendizagem tenho consciência de sou um exemplo de que realmente podemos aprender sempre. No meu momento do estágio, mergulhei nos estudos com base nos processos de aprendizagem e percebi o quanto é necessário que tenhamos domínio da engrenagem da aprendizagem para ajudar nossos alunos a também aprender sempre.

Assim, para compreender como a criança aprende, encontrei nos estudos da Psicogênese da Língua Escrita de Emília Ferreiro e Ana Teberosky um embasamento capaz de me ajudar a responder meus questionamentos. Nesta teoria de aprendizagem é destacado que a criança percorre níveis de evolução em seu processo de aquisição da leitura e da escrita. Com esta abordagem, me senti mais segura para buscar e explorar os conceitos de alfabetização, associados aos níveis/hipóteses de construção da escrita pelos alunos.

Com base nos processos de aprendizagem, cada professor constrói suas concepções pedagógicas de acordo com suas vivências. Essas concepções influenciarão em sua prática, o que precisa ser revisto por ele para se adaptar ao ponto de vista da criança. Considerando que nenhuma prática é neutra, é preciso que cada professor não se limite a um método mas busque as condições necessárias nos métodos que sejam adequados ao contexto escolar.

Dessa forma, a Teoria da Psicogênese da Língua Escrita de contempla essa visão de buscar a melhor forma de ajudar os alunos a construir a aprendizagem. Como métodos pedagógicos não garantem aprendizagem, é preciso mapear as condições da turma e de como os alunos interpretam a comunicação professor/ aluno. Nas palavras de Ferreiro e Teberosky (1999, p.291):

[...] atribuir as deficiências do método à incapacidade da criança é negar que toda a aprendizagem supõe um processo, é ver déficit ali onde somente existem diferenças em relação ao momento de desenvolvimento conceitual em que se situam. Isso porque, nenhum sujeito parte de zero ao ingressar na escola de ensino fundamental, nem sequer as crianças de classe baixa, os desfavorecidos de sempre. (FERREIRO; TEBEROSKY,1999, p. 291)

No campo das interpretações, então, minhas aprendizagens me levaram a perceber que a dificuldade estava em aplicar um ou mais métodos adequados para contemplar o momento conceitual de cada aluno, respeitando seus conhecimentos prévios.

Portanto, considerar a alfabetização como um processo, uma forma de aprendizagem dos alunos e de cada aluno, precisa estar centrada na comunicação e na compreensão. O cotidiano da sala de aula nos conduz para uma questão fundamental de que a aprendizagem vem a partir das crianças, a leitura não pode ser ensinada para elas, precisamos sim tornar a aprendizagem possível.


REFERÊNCIAS:

FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.

domingo, 16 de junho de 2019

PPP - Caminho da Escola

Uma das funções principais de um Projeto Político Pedagógico é nortear, avaliar e redirecionar a gestão de resultado da aprendizagem de uma escola. Mas como isso se constrói? É importante destacar neste caso a participação de todos em um ato democrático que acompanha todo o universo escolar.

Na construção do meu portfólio de aprendizagem, na postagem Projeto Político Pedagógico , de junho de 2017 destaquei o caráter democrático e sua função norteadora dos processos de aprendizagem. Desde então, a ideia de participação e valorização de todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem vem se tornando cada vez mais o alicerce de uma aprendizagem significativa. Esse caráter deve ser a essência das estratégias, que nós educadores precisamos traçar para atingir nossos objetivos.

Desta forma, minha experiência profissional e acadêmica cada vez mais ratifica minhas aprendizagens, da importância do documento e sua função na escola. O que mudou então? Refletir sobre o Projeto da Escola, se inteirar de seu conteúdo já faz parte de nosso cotidiano. No entanto, hoje vejo que não menos importante do que o teor deste documento é transferir o que está no papel para a sala de aula, fazer as ações e objetivos deste documento realmente acontecer.

O Projeto da escola precisa preparar o futuro na formação de nossos alunos, tornando-os pessoas capazes de refletir sobre a realidade e transformar seu mundo. Nas palavras de Orsolon (2001, p.18):

[...] compromisso com a formação do homem transformador, aquele capaz de analisar criticamente a realidade, desvelando seus determinantes sociais, políticos, econômicos e ideológicos, protagonista da construção de uma sociedade justa e democrática, superador dos determinantes geradores de exclusão. (ORSOLON, 2001, p. 18).

Então, a partir da construção de ideias e relações democráticas precisamos trazer para ações reais o que foi escrito coletivamente e fez parte de momentos de reflexão e articulação de todos os segmentos da escola.

Portanto, minhas aprendizagens me conduziram a reflexão da importância de fazer com o que a riqueza de ideais e ideais do Projeto Político pedagógico se faça presente no cotidiano da escola. Não de maneira utópica, na sua totalidade, sabemos que esta transposição é muito difícil, mas se cada profissional da educação ou indivíduo que faça parte da engrenagem da escola fizer sua parte, grande parte das construções teóricas poderão se concretizar na realidade da escola, com o objetivo maior de ressignificar a aprendizagem.

REFERÊNCIAS

ORSOLON, Luzia A. M. O coordenador/formador como um dos agentes de transformação da/na escola. In: O coordenador pedagógico e o espaço da mudança. São Paulo: Edições Loyola, 2001.


terça-feira, 21 de maio de 2019



PROFESSOR LEITOR

Desenvolver o gosto pela leitura, é o melhor caminho para aprender sempre. Aprender a ler não é só a decodificação de códigos, mas principalmente a compreensão e interpretação do que se lê, que nos dá uma base para que se estabeleça a construção da cidadania.

Discutir, repensar e valorizar a construção da leitura e escrita foi um desafio no meu processo de aprendizagem, ao longo do curso de Pedagogia. Associar a escrita autoral à compreensão do mundo com exposição de ideias é um desafio constante. O fato de ler com frequência, ser alfabetizada, não me preparou para o desafio de usar as informações da leitura para modificar e reconstruir minha prática. Um dos exemplos de como repensei a leitura e a escrita estão expressos no portfólio de aprendizagem, com o texto Leitura e escrita, nosso compromisso, de junho de 2017.

Na época, destaquei a importância de oportunizar a nossos alunos e a nós mesmos várias formas de leitura, ao mesmo tempo prazerosa e significativa. Minha visão, olhando para traz, diz que muito evolui e aprendi sobre o que é ler na sua totalidade. A leitura se tornou uma prática que me faz absorver conhecimento, interiorizar minhas aprendizagens e refletir sobre minha prática. Sobre a importância da leitura na atuação do professor Silva (2000, p.25) destaca:

A atualização do professor não visará somente ao conhecimento psicopedagógico e ao conhecimento do conteúdo específico. O professor, independente da disciplina que ensina, deverá refletir também sobre os fenômenos filosóficos, políticos e econômicos. (SILVA, 2000, p.25).


Desta forma, o aperfeiçoamento proporcionado na formação docente deve estar em constante construção. O embasamento teórico que me foi proporcionando no curso de graduação, promoveu um processo de criticidade, que se tornou necessário para analisar minhas ações enquanto profissional da educação e, ao mesmo tempo, ser capaz de identificar os pontos positivos dando cada vez mais sentido a minha escolha profissional.

Portanto, precisamos ler sempre, para sermos exemplos para nossos alunos, o que promoverá a produção do sentido para o conhecimento. As competências do professor leitor são essenciais para encontrar a melhor forma de conduzir seus alunos, na descoberta da importância e do prazer de ler.


REFERÊNCIAS:

SILVA, Ezequiel Theodoro da. O professor e o combate à alienação imposta. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 2000.

domingo, 12 de maio de 2019




Estudar sobre Gestão Escolar, na Interdisciplina Organização do Ensino Fundamental, nos conduziu à construção da ideia da participação do coletivo em todas as instâncias da comunidade escolar. A valorização do diálogo, na construção coletiva das ações e decisões que são tomadas na escola, precisa ter a participação de todos os segmentos para serem validadas pelos mesmos e estarem de acordo com a realidade da escola.

Na postagem Gestão Escolar de 2017, um processo de compreensão da real   importância da Gestão Escolar no processo democrático da escola pública me fez refletir sobre meu trabalho enquanto gestora em uma escola municipal. A partir desta interdisciplina e dos temas trabalhos, pude rever minha gestão e proporcionar ao meu grupo de trabalho uma nova visão sobre a importância de se compartilhar as decisões. Já que a escola é um local que é feito para suprir as necessidades de uma comunidade, é necessário envolvê-la para tornar a escola um espaço atraente e significativo para todos. Desta forma, o papel do gestor na escola se solidifica com características que se destacam nas palavras de Luck (2009, p.15):

Articula e engloba as várias dimensões da gestão escolar e das ações educacionais, como condição para garantir a unidade de trabalho e desenvolvimento equilibrado de todos os segmentos da escola, na realização de seus objetivos, segundo uma perspectiva interativa e integradora. (LUCK, 2009, p. 15).

Então, integrar a todos em prol de um objeto no âmbito escolar dá significado e proporciona a interação com seus pares. Com certeza, o principal objeto de uma escola é a aprendizagem de seus alunos o que se dá também dando voz e valorização dos profissionais da escola e a comunidade.

Deste modo, falar de gestão democrática na escola é falar de luta, de relações sociais muitas vezes conflituosas em suas diversidades, pois chegar a um consenso com opiniões diversas não é uma tarefa fácil, trazendo para o gestor a responsabilidade de garantir que seja par contempladas no cotidiano da escola, ações que garantam a construção da cidadania.

No entanto, a gestão democrática muitas vezes barra na pouca participação dos pais na escola. A família, um dos elos mais importantes desta corrente democrática, precisa se fazer presente, e sua ausência foi um dos entraves que também encontrei em minha gestão. Ao longo desta minha caminhada de estudos aprendi que não podemos esperar por uma solução, precisamos fazer acontecer, e na gestão democrática isto é fundamental. Trazer os pais para a escola é uma missão do gestor pois precisamos de trocas, diálogo e participação para que as decisões atinjam a todos, visto que foram construídas por todos.

Portanto, a qualidade das práticas da gestão democrática será determinante no andamento deste modelo na escola. Encontrar meios viáveis de fazer este processo democrático acontecer, firmando um compromisso com todos os segmentos da comunidade escolar, é um passo importante em prol da qualidade da educação.


REFERÊNCIAS:

LUCK, Heloisa. Dimensões da Gestão Escolar e suas Competências. Ed. Positivo. Curitiba. 2009.


domingo, 21 de abril de 2019



Arte: sentido e significado

“A arte constrói, com elementos extraídos do mundo sensível, um outro mundo, fecundo em ambiguidades”. Esta frase da obra “O que é Arte” de Jorge Coli, expressa uma reflexão importante e essencial sobre este tema. A arte está intimamente ligada à força criativa, à imaginação, à expressão da liberdade do ser humano diante do mundo. E, de posse destes elementos, o artista cria um outro mundo, e convida a todos a embarcar neste outro plano, através do acesso à nossa sensibilidade, à nossa observação e percepção.

A arte, com o passar dos séculos, deixou um legado de obras essenciais para a cultura de todas as sociedades que passaram por nossa história. A expressão artística em suas mais variadas formas conta a história da humanidade, mostra como as sucessivas gerações observam e sentem o mundo. A necessidade de sistematização e objetividade dos estudos acabou por, muitas vezes, impor classificações e rótulos para as expressões artísticas, mas, como a Arte não pode ser limitada, isto não apaga a mensagem pessoal, particular de cada um, ao entrar em contato com as manifestações artísticas.

Jorge Coli coloca também que a arte, além do sentimento lógico de prazer decorrente de sua fruição, vai além disso, “transformando nossa sensibilidade, ela transforma também nossa visão do mundo”. Ou seja, além de tocar nosso sentimento, ela vai além disso – muda nossa percepção do mundo, nos faz refletir sobre ele, nos traz novas perspectivas e visões sobre a vida.

O movimento de democratização da Arte, reforçada de forma gradual também pelo surgimento da Arte Contemporânea, é cada vez mais necessária. Propiciar um acesso maior às produções artísticas e o fomento das mesmas é fundamental em nossos tempos, pois o estímulo à força criativa do ser humano é o que torna também o mundo um lugar melhor para viver, pois a experiência artística é um caminho para a liberdade e para a expressão do pensamento do ser humano.


REFERÊNCIAS

COLI, Jorge. O que é Arte. 15ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1995


sábado, 13 de abril de 2019


O afeto também ensina


Desenvolver uma prática pedagógica pautada no respeito e no estabelecimento de limites é a base para construir uma relação de ensino e aprendizagem produtiva e satisfatória. Refletir sobre minha prática tem sido um dos meus objetivos ao longo do curso. Um dos pontos que destaco em minha trajetória no PEAD é ter me aprofundado nos estudos de uma aprendizagem que tem como base um processo contínuo de socialização, construção e afeto.

Várias impressões e ideias sobre a importância do afeto no desenvolvimento das relações de construção do conhecimento foram desenvolvidas por mim ao longo do curso de Pedagogia. Uma delas, em especial, está na postagem Afeto e relações humanas onde destaco minha aprendizagem a partir da conscientização da importância do afeto nas relações que construímos com nossos alunos.

Essa aprendizagem, posso dizer, foi um divisor de águas em minha prática, principalmente por marcar uma mudança de postura quanto aos aspectos sociais em minhas aulas. Minha formação e minha prática ao longo do curso cada vez mais me levaram a perceber que precisamos desenvolver práticas educativas significativas que envolvam nossos alunos e possibilite a eles e a nós professores uma troca de ideias que levem nossos alunos a pensar além da sala de aula, a pensar o mundo, a construir valores reais e positivos.
A prática bancária, sem mediação e sem considerar o aluno como um ser social e afetivo, não pode mais fazer parte de nosso cotidiano como professor. Nas palavras de Freire (1996, p.90):

É preciso, por outro lado, reinsistir em que não se pense que a prática educativa vivida com afetividade e alegria, prescinda da formação científica séria e da clareza política dos educadores ou educadoras. A prática educativa é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica, domínio técnico a serviço da mudança ou, lamentavelmente, da permanência do hoje. (FREIRE, 1996, p. 90).


No entanto, neste meu processo de mudança, encontrar a melhor forma de trabalhar a afetividade com meus alunos ainda é um desafio para mim. Tenho consciência que um ambiente de aprendizagem não é só baseado no afeto, pois o comprometimento ético e profissional precisa fazer parte dele. Precisamos saber mediar nossas intervenções, que muitas vezes são necessárias para que a aula tenha um ambiente de respeito e troca.

Portanto, acredito que o diálogo, com respeito e verdade, é o melhor caminho para que possamos fazer de nossa prática algo que faça a diferença para nossos alunos. Desta forma, é essencial que sejamos o fio condutor de relações que fortaleçam o desenvolvimento cognitivo e social de nossos alunos, estabelecendo a confiança para que possam se respeitar e respeitar o outro.

REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.


sábado, 6 de abril de 2019

Projeto e Conhecimento

A Pedagogia de Projetos é um caminho de construção coletiva, de experimentação, descobertas que conduzem professor e aluno à reconstrução do conhecimento através de ações reais e significativas. No curso de Pedagogia várias oportunidades de trabalho com a Pedagogia de Projetos foram propostas, o que me levou a refletir em um Portfólio de Aprendizagem sobre a importância deste método no cotidiano da sala de aula.

Na postagem Trabalhar com Projetos, de 2017, refleti sobre a introdução desta metodologia no currículo escolar e como precisamos nos preparar para dar suporte aos alunos e saber conduzi-los por este caminho. Relendo hoje esta escrita, percebo o quanto esta metodologia de trabalho enriqueceu minha prática. Ao longo do curso, desenvolver projetos permeados de estudos e de leituras e informações, oportunizou que eu pudesse desenvolver um trabalho que fosse de caráter mediador, com intenções pedagógicas reais e que valorizassem a participação do aluno.

A partir desta ideia, onde o aluno é o alicerce do trabalho com projetos, é que devemos desenvolver ideias que favoreçam a autoria e a autonomia dos educandos onde o processo de aprender e ensinar aconteça naturalmente e que seja de responsabilidade de ambos. Nas palavras de Leite(2000):

Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada. (LEITE, 2000).

Então, podemos entender que a aprendizagem é algo que necessita de esforço e dedicação e que por vários caminhos ela pode acontecer. A Pedagogia de Projetos é um destes caminhos, ao tornar a aprendizagem prazerosa e eficiente, onde a descoberta de significados para as ações estabelecidas valida o processo percorrido pelo aluno e pelo professor, tornando a aprendizagem um processo tanto de certezas quanto de dúvidas, o que evidencia o Projeto de Aprendizagem.

REFERÊNCIAS:

LEITE, Lucia Helena Alvarez; MENDEZ, Verônica. Os Projetos de Trabalho: Um espaço para viver a diversidade e a democracia na escola. Revista de Educação, Porto Alegre: Projeto, ano 3, n.4, p.25-29, jan./jun. 2000. 


domingo, 31 de março de 2019








Com a intenção de repensar aprendizagens, revisitar escritas e pensamentos, o Portfólio de Aprendizagens é um instrumento que nos dá subsídios para que possamos avaliar nossa evolução enquanto profissional da educação.

Em um dos meus registros, com o título Aprendizagem na Convivência, de abril de 2017, destaquei a importância da convivência como troca de experiências e emoções e que, de forma significativa, elas fazem parte da construção do sujeito e do seu processo de aprendizagem.

Valorizando esta interação “professor e aluno” ao longo do curso, acredito cada vez mais que o diálogo estabelecido na sala de aula nos dá a real possibilidade de mudança de nossa prática educativa, tornando-a capaz de mobilizar os alunos a refletirem sobre si e sobre o mundo. Sobre a prática dialógica, Paulo Freire (2007, p.91) destaca:

[...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 2007, p. 91).

O diálogo, então, além de ser partilhado de forma democrática e epistêmica deve também ser generoso e afetivo valorizando as pessoas e suas opiniões, dando suporte para que todos os indivíduos envolvidos neste processo sejam capazes de modificar suas realidades.

Então, revendo minha escrita, percebi que minhas convicções em relação a importância da convivência e do diálogo com afeto e participação coletiva, se fortaleceram ao longo do curso. Hoje me sinto muito mais preparada para fazer com que este diálogo “professor e aluno” seja capaz de estabelecer relações significativas e com uma construção mútua de saberes.


REFERÊNCIAS:

PAULO, FREIRE. Pedagogia da autonomia. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.

domingo, 24 de março de 2019

Imagem Mundo Escola, Número 1 , Editora Positivo, Abril/2009. Página 34.


Todos temos que ter um objetivo, uma motivação para seguirmos adiante e alcançar nossas metas. Em nossas aprendizagens, também precisamos ter objetivos que queremos alcançar. Nossa postura ativa e investigativa diante de questões de estudo é que será determinante em nosso desenvolvimento.

Ao longo deste curso, muitos foram os desafios que precisamos superar, mas sem dúvida a construção de novos conhecimentos foi o mais instigante. Encontrar a motivação necessária para seguirmos em nossa caminhada não foi uma tarefa fácil. Foi necessária uma introspecção em nossas teorias e nossas alicerces educacionais para identificar, em nós, o que nos desafiava e nos impulsionava a seguir em frente.

Para que a formação docente tenha uma essência motivacional, precisamos ser desafiados a refletir para que desta forma possamos encontrar o melhor caminho que nos leve a aprendizagens lúdicas e significativas. Segundo Candau (2003, p.66):

Uma prática repetitiva, mecânica, não favorece esse processo. Para que ele se dê é importante que essa prática seja uma prática reflexiva, uma prática capaz de identificar os problemas, de resolvê-los, e – as pesquisas são cada vez mais confluentes – que seja uma prática coletiva, uma prática construída conjuntamente por grupos de professores ou por todo o corpo docente de uma determinada instituição escolar. (CANDAU, 2003, p..66).

Então, a motivação vem de métodos inovadores, que valorizam o conhecimento de cada um onde, a partir destas relações, o Professor possa levar para dentro da escola, estratégias e soluções que o motivem e a seus alunos fazendo com que a rede de aprendizagem e motivação ultrapasse os ensinamentos que obteve na Universidade.

REFERÊNCIAS:

CANDAU, Vera Maria. Formação continuada de professores: tendências atuais. In. Magistério: construção cotidiana. Rio de Janeiro: Vozes, 2003.