ALFABETIZAÇÃO COMO PROCESSO
A aprendizagem é um processo
contínuo e faz parte da construção de quem somos. Na escola este processo de
aprendizagem pode se dar de várias formas, mas sempre com a essência de uma
prática pedagógica que respeita o saber do aluno e sua individualidade.
Relendo meus escritos no
Portfólio de Aprendizagens e minhas reflexões sobre processos
de aprendizagem tenho consciência de sou um
exemplo de que realmente podemos aprender sempre. No meu momento do estágio,
mergulhei nos estudos com base nos processos de aprendizagem e percebi o quanto
é necessário que tenhamos domínio da engrenagem da aprendizagem para ajudar
nossos alunos a também aprender sempre.
Assim, para compreender como
a criança aprende, encontrei nos estudos da Psicogênese da Língua Escrita de Emília
Ferreiro e Ana Teberosky um embasamento capaz de me ajudar a responder meus
questionamentos. Nesta teoria de aprendizagem é destacado que a criança
percorre níveis de evolução em seu processo de aquisição da leitura e da
escrita. Com esta abordagem, me senti mais segura para buscar e explorar os conceitos
de alfabetização, associados aos níveis/hipóteses de construção da escrita
pelos alunos.
Com base nos processos de
aprendizagem, cada professor constrói suas concepções pedagógicas de acordo com
suas vivências. Essas concepções influenciarão em sua prática, o que precisa
ser revisto por ele para se adaptar ao ponto de vista da criança. Considerando
que nenhuma prática é neutra, é preciso que cada professor não se limite a um
método mas busque as condições necessárias nos métodos que sejam adequados ao
contexto escolar.
Dessa forma, a Teoria da Psicogênese
da Língua Escrita de contempla essa visão de buscar a melhor forma de ajudar os
alunos a construir a aprendizagem. Como métodos
pedagógicos não garantem aprendizagem, é preciso mapear as condições da turma e
de como os alunos interpretam a comunicação professor/ aluno. Nas palavras de
Ferreiro e Teberosky (1999, p.291):
[...] atribuir as deficiências do método à incapacidade da criança
é negar que toda a aprendizagem supõe um processo, é ver déficit ali onde
somente existem diferenças em relação ao momento de desenvolvimento conceitual
em que se situam. Isso porque, nenhum sujeito parte de zero ao ingressar na
escola de ensino fundamental, nem sequer as crianças de classe baixa, os
desfavorecidos de sempre. (FERREIRO; TEBEROSKY,1999, p. 291)
No campo das interpretações,
então, minhas aprendizagens me levaram a perceber que a dificuldade estava em
aplicar um ou mais métodos adequados para contemplar o momento conceitual de
cada aluno, respeitando seus conhecimentos prévios.
Portanto, considerar
a alfabetização como um processo, uma forma de aprendizagem dos alunos e de
cada aluno, precisa estar centrada na comunicação e na compreensão. O cotidiano
da sala de aula nos conduz para uma questão fundamental de que a aprendizagem
vem a partir das crianças, a leitura não pode ser ensinada para elas,
precisamos sim tornar a aprendizagem possível.
REFERÊNCIAS:
FERREIRO, Emília;
TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua
escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.
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