sexta-feira, 28 de junho de 2019


A contação de histórias, como ato educativo intencional, faz parte do processo de aprendizagem onde o aluno desenvolve habilidades como oralidade, leitura, escrita, entre outras. Destaco a importância desta atividade de intervenção participativa no Portfólio de Aprendizagens que escrevi sobre Hora do Conto, em novembro de 2018.

A hora do conto, que proporcionou a “contação de histórias” fez parte do meu planejamento do estágio supervisionado do curso de pedagogia. Ganhou cada vez mais espaço em minhas práticas na medida em que percebi o quanto ela se integrou ao cotidiano da sala de aula, facilitando minhas retomadas diárias com os alunos, favorecendo a interatividade entre eles.

Então, sinalizar momentos de reflexão, bem como de falar e/ou ouvir, organizar os alunos, atrair suas atenções, bem como de fazê-los usar a imaginação para elaborar representações são objetivos que consegui alcançar no desenvolvimento desta atividade. Sendo assim, usei semanalmente esse recurso, pois percebi que através das histórias, os alunos se identificavam com o contexto, relacionando suas experiências com os valores desenvolvidos pelos enredos. Como prática de desenvolvimento da criança, a imaginação é fundamental, onde ela se associa ao concreto para representar a realidade vivida. É o que se compreende nas palavras de Rodrigues (2005, p.4):

A contação de histórias é atividade própria de incentivo à imaginação e o trânsito entre o fictício e o real. Ao preparar uma história para ser contada, tomamos a experiência do narrador e de cada personagem como nossa e ampliamos nossa experiência vivencial por meio da narrativa do autor. Os fatos, as cenas e os contextos são do plano do imaginário, mas os sentimentos e as emoções transcendem a ficção e se materializam na vida real. (RODRIGUES, 2005, p. 4).

Acredito que a contação de história, proporcionada pela hora do conto, é uma ferramenta muito rica no processo de construção dos saberes e vivências dos alunos. Com esta atividade foi possível trabalhar várias palavras e a estrutura de textos na atividade de representação da história coletiva, o que me fez repensar continuamente como trabalhar a alfabetização.

É importante destacar que através destas leituras, proporcionando interações dos alunos com o mundo da literatura, podemos estimulá-los a   apreciar um bom livro, a gostar de ler. Mas para que isso aconteça é importante que nos preparemos para este momento escolhendo obras que tragam reflexões e vivências que contribuam com os processos de aprendizagem dos alunos.

Portanto, estas construções trazem para prática em sala de aula condições para atingirem os objetivos propostos, na medida em que as teorias estudadas no curso deram condições para exercermos nossa missão de oportunizar aos alunos experiências que provocaram transformações para que os mesmos valorizassem suas conquistas e ampliassem sua visão de mundo.


REFERÊNCIAS:

RODRIGUES, Edvânia Braz Teixeira. Cultura, arte e contação de histórias. Goiânia: Gwaya, 2005.

PEDAGOGIA RELACIONAL

Fazer uma reflexão crítica sobre o papel do professor em sala de aula vem sendo constante em minhas aprendizagens neste curso. Dentre esses reflexões destaco os modelos pedagógicos que discuti em meu portfólio de aprendizagem sobre Pedagogia Relacional, em junho de 2018.

Rever as práticas pedagógicas e reavaliar nossa forma de trabalhar precisa fazer parte do papel do professor enquanto agente vivo do processo ensino e aprendizagem. Como a escola representa a sociedade em que vivemos, a sala de aula é o principal espaço de interações para os alunos da turma. Por esta razão, a busca do conhecimento se tornou indissociável da prática social, onde os alunos precisam construir princípios de convivência que, de forma positiva, promovam sua inclusão na sociedade. Este processo pode ser conduzido quando o professor conhece e vivencia a pedagogia relacional no seu cotidiano.

Na pedagogia relacional, o professor compreende que o aluno só aprenderá alguma coisa, isto é, construirá algum conhecimento novo, se ele agir e problematizar sobre a ação. Para compreender a Pedagogia Relacional temos a explicação de Becker (1994): “Trata-se, numa palavra, de construir o mundo que se quer, e não de reproduzir/repetir o mundo que os antepassados construíram para eles ou herdaram de seus antepassados.” Cada aula é, portanto, uma experiência de aprendizagem mútua, significando e ressignificando conceitos a partir de conhecimentos prévios que são interpretados novamente em uma realidade atual.

No estágio supervisionado que realizei como conclusão do curso de pedagogia, minhas vivências no campo da Pedagogia Relacional se fizeram presentes desde o início. Procurei fazer parte da aprendizagem de meus alunos dando suporte e mediando suas aprendizagens e tornando a sala de aula o principal espaço de interações para os alunos da turma. Assim, a busca do conhecimento se tornou indissociável da prática social, onde os alunos são valorizados em seus saberes e vivências.

Desta forma, o indivíduo estabelece relações interpessoais que permeiam seu processo educativo. Logo, em relação a aprendizagem, garantir que a convivência seja real e que estejamos realmente presentes em nossas relações motivam e aprimoram os processos da construção do conhecimento.


REFERÊNCIAS:

BECKER, Fernando. Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. Educação e Realidade, Porto Alegre, p.89-96, 01 jun. 1994. Semestral. 19(1). Disponível em: <https://pt.scribd.com/document/260250772/BECKER-Fernando-Modelos-pedagogicos-e-modelos-epistemologicos-2-pdf>.  Acesso em: 20 dez. 2018.


quinta-feira, 27 de junho de 2019

Vivenciando para aprender

A aprendizagem se consolida de várias formas, uma delas com certeza perpassa pela oralidade e ludicidade, como destaquei em meu Portfólio de Aprendizagens no ano de 2018. Desde então, minhas práticas que já se baseavam nas vivências e interações entre os alunos, se solidificaram, pois agreguei a elas mais valor e intencionalidade.

Então, agregar a nosso planejamento atividades e situações que estimulem o interesse dos alunos, torna os resultados mais relevantes, pois a curiosidade gera investigação e a busca de respostas gera conhecimento. Desta forma, oportunizar aos alunos meios de construir sua aprendizagem, guiados por seus interesses, constitui uma ferramenta metodológica que será incorporada na vida do aluno, promovendo sua socialização e uma postura crítica diante da realidade. Segundo Zabala (1998, p. 172):

Será necessário oportunizar situações em que os alunos participem cada vez mais intensamente na resolução das atividades e no processo de elaboração pessoal, em vez de se limitar a copiar e reproduzir automaticamente as instruções ou explicações dos professores. Por isso, hoje o aluno é convidado a buscar, descobrir, construir, criticar, comparar, dialogar, analisar, vivenciar o próprio processo de construção do conhecimento. (ZABALLA, 1998, p.172).

Quanto mais o indivíduo participa do seu meio social mais compõe sua autonomia. Desta forma, proporcionar situações onde os alunos desenvolvessem essa independência, através de atividades lúdicas e que estimulassem a oralidade, foram ferramentas que enriqueceram minha prática pedagógica.

Assim, enquanto educadores, precisamos conhecer nossos alunos para construir a nossa prática pedagógica, onde o resultado de nossas ações em sala de aula não são limites, mas orientações para descobrirmos o potencial dos nossos alunos. Não é qualquer aprendizagem que faz sentido, somente a aprendizagem que traz um significado para a criança. Desta forma, o sujeito precisa construir e inventar, não receber pronto e repetir comportamentos. O ensino existe mas o processo de aprendizagem precisa ser ativo e espontâneo, só assim possibilitaremos a ele um desenvolvimento crítico, que busque a evolução de sua oralidade e a vivacidade de suas experiências.


REFERÊNCIAS:

ZABALA, Antoni. A Prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

quarta-feira, 26 de junho de 2019


ALFABETIZAÇÃO COMO PROCESSO


A aprendizagem é um processo contínuo e faz parte da construção de quem somos. Na escola este processo de aprendizagem pode se dar de várias formas, mas sempre com a essência de uma prática pedagógica que respeita o saber do aluno e sua individualidade.

Relendo meus escritos no Portfólio de Aprendizagens e minhas reflexões sobre processos de aprendizagem tenho consciência de sou um exemplo de que realmente podemos aprender sempre. No meu momento do estágio, mergulhei nos estudos com base nos processos de aprendizagem e percebi o quanto é necessário que tenhamos domínio da engrenagem da aprendizagem para ajudar nossos alunos a também aprender sempre.

Assim, para compreender como a criança aprende, encontrei nos estudos da Psicogênese da Língua Escrita de Emília Ferreiro e Ana Teberosky um embasamento capaz de me ajudar a responder meus questionamentos. Nesta teoria de aprendizagem é destacado que a criança percorre níveis de evolução em seu processo de aquisição da leitura e da escrita. Com esta abordagem, me senti mais segura para buscar e explorar os conceitos de alfabetização, associados aos níveis/hipóteses de construção da escrita pelos alunos.

Com base nos processos de aprendizagem, cada professor constrói suas concepções pedagógicas de acordo com suas vivências. Essas concepções influenciarão em sua prática, o que precisa ser revisto por ele para se adaptar ao ponto de vista da criança. Considerando que nenhuma prática é neutra, é preciso que cada professor não se limite a um método mas busque as condições necessárias nos métodos que sejam adequados ao contexto escolar.

Dessa forma, a Teoria da Psicogênese da Língua Escrita de contempla essa visão de buscar a melhor forma de ajudar os alunos a construir a aprendizagem. Como métodos pedagógicos não garantem aprendizagem, é preciso mapear as condições da turma e de como os alunos interpretam a comunicação professor/ aluno. Nas palavras de Ferreiro e Teberosky (1999, p.291):

[...] atribuir as deficiências do método à incapacidade da criança é negar que toda a aprendizagem supõe um processo, é ver déficit ali onde somente existem diferenças em relação ao momento de desenvolvimento conceitual em que se situam. Isso porque, nenhum sujeito parte de zero ao ingressar na escola de ensino fundamental, nem sequer as crianças de classe baixa, os desfavorecidos de sempre. (FERREIRO; TEBEROSKY,1999, p. 291)

No campo das interpretações, então, minhas aprendizagens me levaram a perceber que a dificuldade estava em aplicar um ou mais métodos adequados para contemplar o momento conceitual de cada aluno, respeitando seus conhecimentos prévios.

Portanto, considerar a alfabetização como um processo, uma forma de aprendizagem dos alunos e de cada aluno, precisa estar centrada na comunicação e na compreensão. O cotidiano da sala de aula nos conduz para uma questão fundamental de que a aprendizagem vem a partir das crianças, a leitura não pode ser ensinada para elas, precisamos sim tornar a aprendizagem possível.


REFERÊNCIAS:

FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.

domingo, 16 de junho de 2019

PPP - Caminho da Escola

Uma das funções principais de um Projeto Político Pedagógico é nortear, avaliar e redirecionar a gestão de resultado da aprendizagem de uma escola. Mas como isso se constrói? É importante destacar neste caso a participação de todos em um ato democrático que acompanha todo o universo escolar.

Na construção do meu portfólio de aprendizagem, na postagem Projeto Político Pedagógico , de junho de 2017 destaquei o caráter democrático e sua função norteadora dos processos de aprendizagem. Desde então, a ideia de participação e valorização de todos os envolvidos no processo de ensino aprendizagem vem se tornando cada vez mais o alicerce de uma aprendizagem significativa. Esse caráter deve ser a essência das estratégias, que nós educadores precisamos traçar para atingir nossos objetivos.

Desta forma, minha experiência profissional e acadêmica cada vez mais ratifica minhas aprendizagens, da importância do documento e sua função na escola. O que mudou então? Refletir sobre o Projeto da Escola, se inteirar de seu conteúdo já faz parte de nosso cotidiano. No entanto, hoje vejo que não menos importante do que o teor deste documento é transferir o que está no papel para a sala de aula, fazer as ações e objetivos deste documento realmente acontecer.

O Projeto da escola precisa preparar o futuro na formação de nossos alunos, tornando-os pessoas capazes de refletir sobre a realidade e transformar seu mundo. Nas palavras de Orsolon (2001, p.18):

[...] compromisso com a formação do homem transformador, aquele capaz de analisar criticamente a realidade, desvelando seus determinantes sociais, políticos, econômicos e ideológicos, protagonista da construção de uma sociedade justa e democrática, superador dos determinantes geradores de exclusão. (ORSOLON, 2001, p. 18).

Então, a partir da construção de ideias e relações democráticas precisamos trazer para ações reais o que foi escrito coletivamente e fez parte de momentos de reflexão e articulação de todos os segmentos da escola.

Portanto, minhas aprendizagens me conduziram a reflexão da importância de fazer com o que a riqueza de ideais e ideais do Projeto Político pedagógico se faça presente no cotidiano da escola. Não de maneira utópica, na sua totalidade, sabemos que esta transposição é muito difícil, mas se cada profissional da educação ou indivíduo que faça parte da engrenagem da escola fizer sua parte, grande parte das construções teóricas poderão se concretizar na realidade da escola, com o objetivo maior de ressignificar a aprendizagem.

REFERÊNCIAS

ORSOLON, Luzia A. M. O coordenador/formador como um dos agentes de transformação da/na escola. In: O coordenador pedagógico e o espaço da mudança. São Paulo: Edições Loyola, 2001.