sábado, 28 de abril de 2018




PIAGET E A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM

A aquisição da linguagem é evidenciada em várias teorias e, entre elas, é importante destacarmos as concepções teóricas de Piaget. Sabemos que a construção de conhecimento se dá através de um processo cognitivo de aprendizagem bem como a aquisição da linguagem. Desta forma, a teoria piagetiana sugere que o desenvolvimento da inteligência está interligado com o desenvolvimento da linguagem. É preciso salientar, também, que a criança constitui sua inteligência a partir de sua interação com o mundo, com esquemas mentais que proporcionem a centrar-se na realidade. Segundo Fiorin (2008, p.22) em sua fala sobre os estudos de Piaget:

Para ele, a criança constrói o conhecimento com base na experiência com o mundo físico, isto é, a fonte do conhecimento está na ação sobre o ambiente. (...) está interação é entre a criança e o mundo. (...). Seu interesse não é pela linguagem per se, mas a linguagem como porta para a cognição. (FIORIN, 2008,P.222)

Analisando o pensamento, Piaget destaca que ele aparece antes da linguagem por ela ser apenas uma das suas formas de expressão. Desta maneira, a aquisição da linguagem está subordinada aos processos cognitivos da aprendizagem, onde possibilita que a criança invoque um fato ou objeto ausente na comunicação de conceitos.

A linguagem aparece no indivíduo a partir de um estágio do desenvolvimento cognitivo e o pensamento sofre a ação de fatores exógenos (interação social, pressão social, entre outros) sobre os processos endógenos. A teoria piagetiana sugere que o desenvolvimento da inteligência está interligado com o desenvolvimento da linguagem.

Considerando que Piaget, ao longo de seus estudos, renovou sua obra formulando uma teoria mais complexa, nos faz perceber que suas teorias podem ser vistas como formas de explicar e superar os reducionismos sociais, pois pela concepção atual, nem fatores inatos nem fatores adquiridos parecem determinar, por si só, tanto a aquisição da linguagem quanto a construção do conhecimento.


REFERÊNCIAS:

FIORIN, José Luiz. (org.). Introdução Linguística: I. Objetos Teóricos. 5ª ed., 2ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2008.

http://www.argomedo.cl/uncategorized/informacion-de-interes-para-nuestros-apoderados/(imagem)



sábado, 21 de abril de 2018



QUAL A INTENCIONALIDADE DA TECNOLOGIA
NA SALA DE AULA?

Refletir sobre a evolução da tecnologia na educação nos leva a pensar sobre a forma que aprendemos ao longo da vida, e de como percebemos que todos os materiais, que mesmo agora são considerados “antigos” e muitas vezes obsoletos, serviram para construir conceitos em nossas aprendizagens, tanto que até hoje alguns nos apoiam em nossas práticas.

A tecnologia veio para contribuir e facilitar as ações pedagógicas, pois se utiliza de múltiplas linguagens, transitando entre o concreto e o abstrato para ampliar a comunicação. Materiais tradicionais, como quadro e giz, têm o seu valor, desde que não se transformem no foco da aprendizagem.

Com o acesso à internet, um campo inesgotável de possibilidades foi aberto para o professor e, consequentemente para o aluno. Além de facilitar o planejamento das aulas, permitiu ao professor contextualizar os conteúdos ao utilizar diversificadas ferramentas pedagógicas. Nas palavras de Moran (2000, p.61):

[...] na sociedade da informação, todos estamos reaprendendo  conhecer, a comunicar-se, a ensinar; reaprendendo a integrar o humano e o tecnológico, a integrar o individual, o grupal  e o social. É importante conectar sempre o ensino com a vida do aluno. Chegar ao aluno por todos os caminhos possíveis: pela experiência, pela imagem, pelo som, pela representação (dramatização, simulações), pela multimídia, pela interação on-line e off-line. (MORAN, 2000, p.61).

É importante destacar que somente recursos tecnológicos não garantem a aprendizagem, visto que seu uso deve estar qualificado por uma intencionalidade, isto é, orientado por propósito de oportunizar a construção de um conhecimento. Ao mesmo tempo, a falta ou a restrição de acesso às tecnologias nas escolas é uma das razões pelas quais nossos alunos são privados de enriquecer seus conhecimentos e de usufruir de novas formas de comunicação social.

Porém, no contexto educacional atual, estamos conscientes da necessidade do uso de tecnologias de informação na escola. No entanto, nosso maior desafio é aplicar estas ferramentas no cotidiano das nossas aulas de forma prática e produtiva, pois não basta ensinar o aluno a usar um recurso, precisamos, também, fomentar uma reflexão significativa para que ele se aproprie deste conhecimento e posicione-se perante a vida.  É certo que enfrentamos dificuldades sociais e econômicas nas escolas pela falta de recursos, mas é aí que entra a imaginação e a vontade do professor em proporcionar aos alunos o acesso consciente ao mundo virtual.

REFERÊNCIAS:

MORAN, José Manuel. A integração das tecnologias na educação. 2000. Disponível em:<http://www.eca.usp.br/prof/moran/site/textos/tecnologias_educacao/integracao.pdf>.


sábado, 14 de abril de 2018



A obra de Comenius nos leva a uma realidade em que Teologia e Pedagogia se mesclam onde, em alguns momentos, fica difícil separar o que se refere a uma ou a outra. Didática Magna foi publicada pela primeira vez em 1657, e ao ler trechos de sua obra é possível uma identificação imediata com suas ideias, nas palavras de Nicolay (2011, p.5):

A Didática Magna é o esforço de um pedagogo em conciliar ciência e fé, em aproximar teologia e empirismo, em artificializar o mundo natural e desartificializar o mundo científico, em povoar a literatura infantil-pedagógica de imagens da natureza com mensagens bíblicas, em prometer a salvação humana através do conhecimento, ou melhor, em tornar o homem uma humanidade possível dentro das humanidades pela descoberta de um Eu interior. (NICOLAY, 2011, p. 5).

É possível perceber que Comenius esteve a par de todas as evoluções científicas de seu tempo ao ler sua obra, como a primeira obra pedagógica ilustrada. Acredito que este material didático era usado com o intuito de trazer a realidade para mais perto do aluno, acreditando em sua capacidade de observar, dando subsídios a ele de explorar o mundo a partir de suas descobertas.

Será que hoje se encontra no nosso cotidiano escolar elementos da pedagogia de Comenius?  A didática do autor com certeza tem elementos que estão presentes no trabalho que desenvolvemos em sala de aula. O autor destaca, por exemplo, que é preciso respeitar a capacidade de compreensão do aluno. Para isso outros instrumentos precisam ser inseridos neste processo onde o trabalho pedagógico tenha um enfoque comprometido com a produção do conhecimento, pois a construção da aprendizagem precisa sair das representações convencionais, já que ela não acontece da mesma forma com todos os alunos.

A motivação, outro fator presente na pedagogia do autor precisa fazer parte do nosso cotidiano. Motivar o aluno, estimular sua curiosidade, dando a ele oportunidade para desenvolver sua autonomia é fundamental para que ele aprenda realmente e de forma significativa.

A participação dos alunos, com troca de experiências e momentos de descontração que enriquecem nossa prática, pois nos dão a oportunidade de observar nossos alunos e conhecê-los melhor. É preciso ver e ouvir os alunos, e a partir daí montar estratégias que explorem suas experiências, enriquecendo assim nossa prática, ponto importante destacado na pedagogia de Comenius.

Portanto, é possível sim adaptar esta obra a nosso cotidiano escolar, usando-a  como alicerce na minha profissão, construir com nossos alunos um bom relacionamento, baseado no respeito e no afeto, possibilitando que sejam construídas relações pedagógicas transformadoras.


REFERÊNCIAS:

NICOLAY, D. A. A noção de infância na Didática Magna de Comenius. São Leopoldo: Educação Unisinos, Janeiro/abril 2011. Disponível em: <http://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/viewFile/187/178>. Acesso em: 14 abr. 2018


sábado, 7 de abril de 2018



Por que, hoje, a tecnologia é tão essencial na educação? Talvez porque, nós, professores, precisamos estar envolvidos no universo de nossos alunos. A tecnologia é uma ferramenta que pode proporcionar esta aproximação, o que é inevitável que sejam incorporadas as nossas práticas em sala de aula.


Usar as Tecnologias de Informação e Comunicação é um grande desafio que se descortina em nossa frente. Para muitos professores é um universo totalmente inexplorado, para outros, é cheio de possibilidades e oportunidades de proporcionar ao aluno novas formas de aprender.

Muito desta falta de contato com as tecnologias tem como base a formação profissional do Professor. Nas palavras de Masetto (2004, p. 135):

Nos próprios cursos de ensino superior, o uso de tecnologia adequada ao processo de aprendizagem e variada para motivar o aluno não é tão comum, o que faz com que os novos professores do ensino fundamental e médio, ao ministrarem suas aulas, praticamente copiem o modo de fazê-lo e o próprio comportamento de alguns de seus professores de faculdade, dando aula expositiva e, às vezes, sugerindo algum trabalho em grupo com pouca ou nenhuma orientação.(MASSETTO, 2004,p.135).

Desta forma, a mediação pedagógica tecnológica do professor fica prejudicada, pois o fato de não ser capacitada na formação profissional, gera insegurança no dia a dia da sala de aula. Por muito tempo a visão da educação tradicional, com transmissão de conhecimento foi a metodologia usada em nossas escolas. Porém, esta visão mudou.  Hoje não podemos fazer de conta que as tecnologias não são uma nova e produtiva proposta de construção do conhecimento.

Portanto, as tecnologias estão presentes no cotidiano de todos, mas não precisam ser utilizadas de qualquer jeito, simplesmente pelo seu uso, mas sim de forma a realmente colaborar com a formação do conhecimento, favorecendo a comunicação e a interação entre professor e aluno.

REFERÊNCIAS:

MASETTO, Marcos, T. Mediação pedagógica e o uso da tecnologia. In: MORAN, José Manuel; MASETTO, Marcos, T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. 8. ed. Campinas, SP: Papirus, 2004. p. 133-173.