sábado, 24 de junho de 2017


Uma escola organizada é indispensável para promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos. Implica no compromisso com todos os segmentos envolvidos na vida escolar, fazendo parte de um trabalho compartilhado. Pensar um projeto político pedagógico significa pensar que tipo de qualidade de ensino, concepção de cidadão e de sociedade se pretende construir.

A organização deste documento vem a partir de um processo de mudança, da antecipação do futuro, que prevê uma nova organização que irá ressignificar e sistematizar o dia a dia da escola, alicerçando o trabalho que é realizado em todos os ambientes escolares, dando voz e vez a todos os segmentos.

A escola, como ambiente educativo, deixou de ser um espaço isolado do mundo, pois nos dias atuais, ela revela uma dimensão política onde ações pedagógicas são construídas coletivamente, tanto na sala de aula, como fora dela, no seu entorno, por intermédio de um projeto político pedagógico autônomo e democrático. Nas palavras de Martins (1998):

A escola caracteriza-se como a institucionalização das mediações reais, para que a intencionalidade possa tornar-se efetiva, concreta histórica, a fim de que os objetivos intencionalizados não fiquem apenas no plano ideal, mas ganhem forma real. A escola é lugar de entrecruzamento do projeto coletivo da sociedade com os projetos existenciais de alunos e professores. É ela que torna educacionais as ações pedagógicas, à proporção que as impregna com as finalidades políticas da cidadania. (MARTINS, 1998, p.55)

Nesta perspectiva, reflete-se sobre uma escola maior, que não cabe em uma escola tradicional. Uma escola que requer um plano de trabalho democrático, que balize a qualidade da educação e a valorização da autonomia dos indivíduos envolvidos neste processo, que agregue força e pluralidade e que se adeque a realidade cultural do meio onde a escola está inserida.

Desta forma, o projeto político pedagógico precisa ser construído com a participação de todos para buscar uma ação organizada e transformadora, formando a base para se construir uma renovação das relações cotidianas de trabalho, que de forma coletiva, garantam o direito à educação, base para o exercício da cidadania.

REFERÊNCIAS:


MARTINS, Rosilda Baron. Educação para a cidadania: o projeto político-pedagógico como elemento articulador. In: VEIGA, I.P.A.; RESENDE, L.M.G. (org.). Escola: Espaço do projeto político-pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 1998.

http://educaja.com.br/2011/01/projeto-politico-pedagogico-como-elaborar.html (Imagem)

sábado, 17 de junho de 2017

Livro Didático
O livro didático foi elaborado com múltiplos objetivos, entre eles, favorecer práticas educativas nas quais os alunos assumam uma postura reflexiva sobre a aprendizagem e a produção do conhecimento. Espera-se que os alunos possam interagir com o texto escrito, as imagens e as propostas de atividades. Nas palavras de Saviani (2007):

[...] os livros didáticos serão o instrumento adequado para a transformação da mensagem cientifica em mensagem educativa. Nota-se, ainda, que, nesse caso, o livro didático é não somente o instrumento adequado mas insubstituível, uma vez que os demais recursos não se prestam para a transmissão de um corpo de conhecimentos sistematizados como o é aquele que constitui a ciência produto (SAVIANI, 2007, p. 136).

Admitindo múltiplas formas de utilização, o professor deve ser o mediador do processo de interação entre o livro didático e o aluno. O professor tem papel fundamental para a formação leitora do aluno, o que implica em interpretar e refletir sobre o que é lido, de forma que novos horizontes sejam abertos para a leitura do mundo.

Desta forma, cabe ao professor desenvolver a melhor maneira de trabalhar com esse material, assim como o melhor momento para que este instrumento contribua de maneira eficaz para a dinâmica das aulas, com um planejamento que seja compatível com o material e que contemple os objetivos.

É importante ressaltar que, com as mudanças que acontecem hoje na sala de aula, a presença constante da tecnologia transforma o livro didático, muitas vezes, em uma ferramenta descartável. Porém, a grande proposta é escolher um material desafiador e relevante na construção da aprendizagem e que atinja seu propósito ao ser um grande apoio ao trabalho do professor, mesmo que para tanto, necessite de uma complementação pedagógica onde só o professor pode atuar.

REFERÊNCIAS:

SAVIANI, D. Educação: do senso-comum à consciência filosófica. 17 ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2007.


domingo, 11 de junho de 2017

LEITURA E ESCRITA,
NOSSO COMPROMISSO

A interação entre os sujeitos é promovida pela linguagem oral e escrita. Através da linguagem, os seres humanos se comunicam, transmitem e buscam informações, expressam seus pensamentos e sentimentos, argumentam e produzem conhecimento. Além disso, a linguagem nos dá suporte para exercermos nossa plena cidadania. Porém, para podermos  expressar nossos pensamentos,  nosso processo de alfabetização e letramento  tem que ser rico e eficaz.

A formação de leitores autônomos depende, em princípio, do ato de decifrar um texto escrito. Entretanto, embora a alfabetização seja a base para situações continuadas de aprendizagem formal e informal, a apropriação do aluno com a leitura e a escrita passa pelo convívio com textos que circulam em situações de comunicação. A capacidade de leitura e escrita envolve compreender o texto escrito que através de suas palavras atribui significado à realidade. Nas palavras de Kramer (2010):

Para tanto, é preciso estruturar o dia a dia escolar com base em atividades que são de trabalho produtivo e cooperativo e que, simultaneamente, reflete uma vontade das crianças em realiza-las, sendo feitas com prazer e interesse, pois tem para elas um sentido social, concreto e objetivo. (KRAMER, 2010, p. 104)


Então, trazer a escrita e a leitura para a responsabilidade de todos é um começo. Todas as áreas podem e devem contribuir para o aprimoramento dessas competências. Isso permite ampliar a diversidade de textos e cria situações em que os alunos podem interagir com seu objeto de aprendizagem de forma a trazê-lo mais perto de sua realidade.

Desta forma, as atividades de leitura usadas para que se solidifique a aprendizagem e se estabeleça o prazer de ler e escrever precisam ser propostas que favoreçam a interação do leitor com o texto, se estabelecendo um diálogo com o que foi lido.

Portanto, propiciar ao aluno o acesso a diferentes gêneros precisa fazer parte do cotidiano da sala de aula, através de formatos diferenciados como revistas, livros, vídeos, jornais, cartazes, computador etc. Não é somente na escola que os alunos têm contato com diferentes formas de comunicação, mas é nela que precisa haver um espaço privilegiado para a formação do leitor, essencial para práticas sociais que envolvem a leitura e a escrita.

REFERÊNCIAS:

KRAMER, Sonia. Alfabetização, leitura e escrita: formação de professores em cursoSão Paulo: Ática, 2010.

domingo, 4 de junho de 2017


Gestão Curricular 
na escola pública

A construção do currículo precisa ser alicerçada pelo conhecimento. A consciência de onde queremos chegar se dá somente através do diálogo, que favorece a reflexão sobre os conteúdos e as metodologias.

A partir de uma reflexão coletiva, existe uma possibilidade concreta para que os currículos educacionais ganhem continuamente criticidade e qualidade com mais força, dando oportunidades reais para a reeducação do coletivo que faz a educação e a escola. O currículo se interliga aos saberes dos protagonistas que agem e interagem no processo da educação. Nas palavras de Freire (1996):

O saber dá impossibilidade de desunir o ensino dos conteúdos da formação ética dos educandos. De separar prática de teoria, autoridade de liberdade, ignorância de saber, respeito ao professor, de respeito aos alunos, ensinar de aprender. Nenhum destes termos pode ser mecanicistamente separado, um do outro. (FREIRE,1996, p.37)

Desta forma, a reestruturação do currículo passa pelo senso comum da educação, onde os educadores e educandos têm seus espaços respeitados, exercendo seu direito de opinar por serem aqueles que fazem o processo educativo no seu dia a dia. Toda esta prática se concretiza quando o exercício de ouvir o outro se faz presente na elaboração de um currículo democrático e participativo que valoriza os conhecimentos prévios dos alunos e respeita a cultura local.

O conhecimento se solidifica através dos valores humanos praticados na escola. Problematizando as situações do cotidiano, preparamos os alunos para buscar soluções que aliem  os conteúdos com as práticas  de vida. Um currículo vivo só permanece assim, se quem o pratica se compromete a experimentá-lo, avaliá-lo e disseminá-lo na comunidade escolar. 

REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.