sábado, 29 de abril de 2017

AFETO E RELAÇÕES HUMANAS
O afeto precisa fazer parte da aprendizagem. Na minha experiência profissional sempre procurei construir relações de afeto com meus alunos, pois é dos laços de amizade e respeito que a segurança nas relações surge.  Se quisermos resultados melhores com nossos alunos é importante que eles se sintam seguros na aprendizagem.

Ao longo de minha experiência como estudante do PEAD, desconstruí minha visão do que é ser professora muitas vezes. A cada nova interdisciplina, novos paradigmas, novos rumos na minha prática.

Dentre as turmas que leciono, trabalho com Educação para Jovens e Adultos no turno da noite. É uma realidade muito diferente das minhas turmas  de sexto ao nono ano. As relações nem sempre são fáceis de se estabelecer, pois são turmas difíceis, formadas por alunos que já não se enquadravam nos turnos diurnos da escola, alunos com problemas de drogadição e  com muita dificuldade de compreensão.  Todo este contexto prejudicava as relações, impedindo a  construção dos vínculos que acredito serem importantes para que a aprendizagem se torne  concreta.

Na interdisciplina de Psicologia da vida adulta, trabalhamos com o texto: "Aprendizagem amorosa : transformações na convivência de aceitação do outro como legítimo outro" das autoras Dra. Luciane Magalhães Corte Real e da Dra. Jaqueline Picetti. Li o texto algumas vezes e, a partir dele, procurei ver meus alunos de outra forma. Percebi que minha atitude diante das dificuldades diárias que eu estava enfrentando com eles fazia toda a diferença.  Encontrei na aceitação do outro uma forma de poder conviver com meus alunos de uma maneira mais positiva, demonstrando a eles que eu realmente me importava com a caminhada que estávamos fazendo e que, se a fizemos juntos, com certeza teria mais resultado.

Toda esta reflexão encontra reforço no pensamento inconfundível de Freire (1996):

Na verdade, preciso descartar como falsa a separação radical entre seriedade docente e afetividade. Não é certo, sobretudo do ponto de vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais frio, mais distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os alunos, no trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar. A afetividade não se acha excluída da cognoscibilidade. (FREIRE, 1996, p.52).

Portanto, cada dia é uma nova vivência e uma reflexão sobre nossas atitudes, onde a escola é formada por relações humanas que buscam o saber, apesar das diferenças e entraves que precisam ser superados para construir um convívio educador.


REFERÊNCIAS:


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=50944
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1881228/mod_resource/content/1/riter-aprendizagem-amorosa2.pdf

2 comentários:

  1. Olá Janaína,
    Você menciona a leitura de um texto na interdisciplina de psicologia, identifique qual é este texto e qual autor. Nos primeiros parágrafos também pode trazer um autor para embasar sua reflexão.
    Att,
    Tutora Rocheli

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  2. Olá Rocheli, obrigada pela dica, complementei minha postagem.

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