sábado, 28 de outubro de 2017


DIVERSIDADE EM PRÁTICA


Atividades práticas em sala de aula enriquecem nosso trabalho como educadores. A interdisciplina Filosofia da Educação, ao propor a tarefa de aprofundar a temática da diversidade, oportunizou uma experiência de conscientização com os alunos. A partir daí, procurei desenvolver uma atividade que pudéssemos discutir o tema naturalmente, onde a escolha dos vídeos fosse uma forma de trazer para o universo dos alunos as informações, com fácil compreensão.  Nos vídeos Normal é ser diferente , Como é bom ser diferente, as imagens representam, de forma lúdica, que somos diferentes, e que é nas diferenças que a convivência se torna mais significativa.


Após a apresentação do vídeo, a conversa foi sendo enriquecida com a troca entre os alunos, pois cada um tinha uma opinião para dar, ou uma experiência para relatar.

Em atividades que proporcionam experiências de interação e troca, podemos oportunizar uma formação mais tolerante nas crianças, construindo uma cultura de paz oriunda de uma convivência multicultural. Encontramos subsídios para este contexto nos seguintes princípios (BRASIL, 2004b,p.17): “consciência política e histórica da diversidade; fortalecimento de identidades e de direitos; ações de combate ao racismo e a discriminações”.

Com a ideia de que todos somos diferentes, procurei reforçar neles a importância de nossa identidade, nossas opiniões e nosso lugar no mundo. Com a deixa da palavra digital, comentei sobre a função da digital na Carteira de Identidade e pedi que se aproximassem da mesa. A seguir, demonstrei a eles a forma que podemos reconhecer a nossa digital, e orientei que cada um molhasse seu dedo na almofada de carimbos e carimbasse seu dedo em um cartão, observando os traços de sua digital. Ao colocar todas as cartelas juntas, perguntei aos alunos se podiam identificar qual seria a sua. O fato de não conseguirem, os fez perceber que cada digital era diferente da outra, assim como somos diferentes um do outro,  e que somos únicos.







Então, chegamos a conclusão de que mesmo sendo diferentes, no conjunto (grupo) todos somos iguais, ou seja, as diferenças não importam  se o objetivo é a convivência. E é nestas experiências de sala de aula que podemos promover uma convivência de tolerância, construindo nas relações com os alunos o respeito ao outro e a aceitação das diferenças.


REFERÊNCIAS:

BRASIL. Diretrizes curriculares nacionais para a educação das relações étnico-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira e africana. Brasília:[s.n.],2004b.Resolução CNE/CP nº 1/2004. Disponível em: http://www.mec.gov.br/cne


Fotos – Acervo Digital da EMEF Albino Dias de Melo.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017


PROCESSOS DE APRENDIZAGEM

Enquanto educadores, precisamos conhecer as teorias para construir a nossa prática pedagógica, onde estas concepções não são limites, mas orientações para descobrirmos o potencial dos nossos alunos. Nas palavras de Becker, F. e Marques, T.(2012): “[...] a idade não será suficiente para nos dizer se um indivíduo se encontra em um ou outro período de desenvolvimento. Isso será possível mediante o conhecimento da maneira  como lida com a realidade, interna ou externa.”

No entanto, é importante que os professores desenvolvam ações pedagógicas  adequadas a cada idade,  para gerar o desequilíbrio necessário nos saberes já estabelecidos, provocando a acomodação de novas informações e solidificando a construção do conhecimento.

Aprendendo se transforma o mundo e, por consequência, nós mesmos. Não é qualquer aprendizagem que faz sentido, somente a aprendizagem que se prolonga em desenvolvimento, consolidada pela acomodação. Desta forma, o sujeito precisa construir e inventar, não receber pronto e repetir comportamentos. O ensino existe, mas o processo de aprendizagem precisa ser ativo e espontâneo.

Portanto, acreditar que o processo de aprendizagem é um processo reconstrutivo, a partir da interação entre o sujeito e o objeto, faz repensar o erro e torna o método pedagógico ativo. Desta forma, o professor precisa gerar perguntas que desacomode o aluno, estabelecendo, assim, o processo de aprendizagem.

REFERÊNCIAS:

BECKER, F.; MARQUES, T. Estádios do desenvolvimento. In: BECKER, F. Educação e construção do conhecimento, 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2012.


quarta-feira, 11 de outubro de 2017

na Escola


A escola é um local de diversidade, sendo assim é um ambiente ideal para as reflexões e os debates sobre ética. Dentro deste contexto, o Professor tem  um papel fundamental. O aluno já traz seus valores formados, e nem sempre esses valores são positivos, muitas vezes devido às experiências que ele vive em seu núcleo social. Nas palavras de Severino (2011):

Os educandos já chegam à escola plenamente envolvidos por uma moral, ou seja, acolhem e aplicam em seu agir aqueles valores consagrados pelo seu grupo social, da família aos grupos mais amplos. Essa moral se propaga espontaneamente mediante processos interativos do convívio humano. (Severino, 2011)

A partir desta bagagem dos alunos, o Professor precisa exercer o seu papel de conduzir um processo de reflexão, de questionamento para que, através da construção de um pensamento ético, ele consiga mudar sua realidade. A neutralidade e a sensibilidade devem permear as intervenções do educador, fazendo com que o aluno entenda que existem outros valores além daqueles que ele construiu.

Nesta construção, o aluno deve ser levado a vivenciar experiências onde a ética está presente  nas relações. O ambiente em sala de aula também pode proporcionar debates críticos e construtivos das relações sociais desencadeando ações que leve o aluno a pensar sobre sua conduta e dos outros.

Portanto, a escola como um todo,  no seu processo de aprendizagem, precisa estimular  atitudes éticas e priorizar o diálogo nas mais diferentes situações , não só nos problemas da escola mas também da comunidade onde estão inseridos. O cotidiano escolar está repleto de questões éticas que podem ser exploradas por todos os segmentos da escola, transformando caminhos para, com o esforço de cada um, desencadear atitudes éticas por todas as esferas da sociedade.


REFERÊNCIAS:
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/2192200/mod_resource/content/1/texto%20forma%C3%A7%C3%A3o%20e%20atua%C3%A7%C3%A3o%20dos%20professores.pdf

sexta-feira, 6 de outubro de 2017



COMBATENDO A EXCLUSÃO

No âmbito escolar, a exclusão se manifesta de várias formas e já faz parte do senso comum. Muitas circunstâncias emolduram exemplos de micro processos de exclusão, que de alguma forma já estão instituídos no dia a dia da escola. Esta situação é identificada quando alunos são estigmatizados por apelidos que o acompanham dentro e fora da escola, como por exemplo: “o feio”, “o gordo”, “o fraco”, “o burro”, “o magro”, “o pobre” etc. Não é raro que estas expressões, como tantas outras quando cristalizadas, gerem conflitos entre os alunos.  Nas palavras de Salles e Silva (2008, p.150):

Nas escolas, os adolescentes e jovens interagem com outros, adolescentes e jovens, que são diferentes deles ou de seu grupo de referência em função, entre outros aspectos, da cor, da sexualidade, da nacionalidade, do corpo, da classe socioeconômica. No espaço escolar essa interação com o diferente, quando não é problematizada, se dá por meio de relações interpessoais pautadas por conflitos, confrontos e violência. (SALLES E SILVA, 2008, P.150)

Diante desta realidade, podemos identificar na escola este aluno que é excluído e sofre preconceito, não por ter uma deficiência, mas por não ser aceito pelo grupo. Sentindo-se assim diminuídos, excluídos dos grupos dos melhores, dos bonitos, dos ricos, dos inteligentes, acabam por serem novamente rotulados, como difíceis, com problema de adaptação ou solitários. Estas situações de exclusão e preconceito levam muitos alunos a abandonarem a escola, e acabarem sofrendo de forma individual e social as consequências desta escolha.

Estes diferentes tipos de exclusão, que muitas vezes são velados, devem ser identificados e trabalhados. Não podemos e nem devemos negar as diferenças na escola, pois é a diversidade que enriquece a convivência. Porém, esta diversidade precisa ser respeitada, e a forma como lidamos com ela pode ser positiva ou negativa, conforme atribuímos significados para esta diversidade.

Portanto, a escola necessita encarar estas questões, que precisam ser discutidas com todos os membros da comunidade escolar, cada um na sua peculiaridade. Esta cultura de exclusão precisa ser revertida, para se construir ações de inclusão que envolvam a todos em um processo de humanização.

REFERÊNCIAS:

SALLES, L.M.F.; SILVA, J.M.P.E. Diferenças, preconceitos e violência no âmbito escolar: algumas reflexões. Cadernos de Educação. 1(30), 149-166, 2008.

https://www.cm-fundao.pt/content/dia-municipal-para-igualdade(imagem)