sábado, 30 de setembro de 2017


ATENDENDO INDIVIDUALIDADES

A Escola é o espaço da diversidade e, por esta razão, precisa garantir o acesso de todos na sua proposta pedagógica, apesar das dificuldades de atender em suas individualidades.

A realidade que nos deparamos hoje, no contexto escolar, carrega muitos alunos com dificuldades de aprendizagem, o que demanda um esforço do setor pedagógico da Escola para subsidiar os professores e atender as famílias, na busca de soluções conjuntas para superar estas deficiências. A demora nos atendimentos da área da Saúde, bem como a falta de esclarecimentos por parte das famílias retardam os processos de diagnóstico.

Quando estudamos na Escola as leis e orientações sobre inclusão, os professores ficam sensibilizados, mas expressam instabilidade em atuar em uma sala de aula onde algum tipo de deficiência é, muitas vezes, desconhecida para eles. Independente de apoio ou orientação de setores, a responsabilidade de aprendizagem recai sobre o professor, mesmo com escassez de subsídios (acompanhamento psicopedagógico e/ou clínico). Sabemos que só o diagnóstico não resolve, bem como atendimentos não contextualizados também. Nas palavras de Raad e Tunes (2011, p.26): “Na escola, os conflitos gerados pelo fato de a criança não aprender acalmam-se e desfazem-se com o diagnóstico, como se ele tivesse um poder mágico de resolver todas as questões.” 

As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica, em seu Artigo 29, diz: “A Educação Especial, como modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, é parte integrante da educação regular, devendo ser prevista no projeto político pedagógico da unidade escolar.” Desta forma, recursos de acessibilidade, tanto quanto os pedagógicos precisam estar previstos no projeto político pedagógico e favorecer um ambiente escolar que promova o desenvolvimento de todos,  independente da dificuldade de aprendizagem. Assim, cabe à escola reforçar o apoio pedagógico aos seus professores para que eles não estejam sós nesta caminha de superações.

Portanto, sabemos que todos têm o direito de serem valorizados em suas subjetividades. Cada aluno, com maior ou menor dificuldade, precisa de um olhar individualizado do professor. Em contrapartida, cada professor precisa enfrentar o desafio diário de integrar cada aluno, seja de inclusão ou não, e oportunizar o desenvolvimento de suas potencialidades.


REFERÊNCIAS:

RAAD, I. L. F.; TUNES, E. Deficiência com iatrogênese. In: MARTINEZ, A. M. ; TACCA, M. C. V. R.(organizadoras). Possibilidades de aprendizagem: ações pedagógicas para alunos com dificuldade e deficiência. Campinas, SP: Editora Alínea, 2011.

Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013.


sábado, 23 de setembro de 2017



CONHECIMENTO E APRENDIZAGEM

A aprendizagem é inerente ao ser humano, pois precisamos aprender para evoluir. Construímos relações a partir das informações que já possuímos, relacionando ideias e organizando o raciocínio na resolução de problemas. Construímos, então, o conhecimento que nos possibilita transformar o mundo a nossa volta.

Na realidade da sala de aula, de que forma nós professores podemos proporcionar ao aluno a melhor forma de aprender, de explorar suas capacidades e habilidades? Acredito não existir uma fórmula pronta onde possamos nos encaixar. Por outro lado, é importante que nós professores tenhamos conhecimento de como nosso aluno aprende, qual a organização de ensino que melhor se encaixa na turma, onde o aluno da forma mais autônoma possível, possa explorar  sua curiosidade e criticidade. A curiosidade do aluno em descobrir o novo é um ponto de partida, pois ele não mais precisa receber informações prontas e sim o caminho para conhecê-las. Segundo Freire (2002, p.15):

A curiosidade como inquietação indagadora, como inclinação ao desvelamento de algo, como pergunta verbalizada ou não, como procura de esclarecimento, como sinal de atenção que sugere alerta, faz parte integrante do fenômeno vital. Não haveria criatividade sem a curiosidade que nos move e que nos põe pacientemente impacientes diante do mundo que não fizemos, acrescentando a ele algo que fazemos. (FREIRE, 2002, p.15).

Hoje, na sala de aula, não existe mais espaço para repetição e memorização. A aprendizagem precisa de contexto e significado. O aluno ao construir o conhecimento, precisa poder usá-lo de diferentes formas. Se não for possível, ele deve ser capaz de (re)construir este conhecimento de modo a transformar sua realidade.

Desta forma, o professor deve ser o fio condutor deste processo. Conduzir o aluno neste caminho, dar suporte necessário e intervir no momento certo, vai garantir que o aluno desenvolva ideias, estabeleça argumentos, aplicando conceitos em sua realidade. Portanto, é preciso que estejamos sempre abertos ao novo, para enxergarmos um caminho diferente, proporcionando ao nosso aluno a melhor ferramenta para sua evolução: o conhecimento.

REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa. 25ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

sábado, 16 de setembro de 2017


Hoje recebemos e compartilhamos uma enxurrada de informações na internet. Este aspecto importante da vida moderna, nos faz refletir sobre como utilizamos as tecnologias de informação disponíveis, principalmente a internet. A partir do uso da rede mundial de computadores no nosso cotidiano, nos damos conta de como ela transforma o modo como as pessoas vivem e se relacionam umas com as outras e com o mundo que as cerca.

A internet, hoje, proporciona a todos a oportunidade de se expressar sobre algum assunto, independente de se ter conhecimento sobre ele ou não. Nas palavras de  Palfrey e Gasser (2011):

 [...] a tecnologia disponível da internet e aplicativos extremamente interativos e fáceis de usar permitiram aos indivíduos se tornarem usuários ativos e participantes de diálogos públicos. Em consequência disso, não são mais alguns jornalistas profissionais ou poderosos  conglomerados da mídia com fortes interesses comerciais que definem sobre o quê uma sociedade vai falar e que com o quê vai se importar.(PALFREY; GASSER, p. 295)

Nesta questão, muitas informações permanecem superficiais, sendo que as pessoas não têm interesse em aprofundá-las por serem descartáveis. Por buscarmos sempre uma novidade, ficamos carentes de análise e crítica destas informações, visto que nem sempre há tempo para avaliar a qualidade do que é disponibilizado, condição necessária para a construção de um juízo de valor sobre ele.

Portanto, nesta era digital que vivemos, precisamos analisar todos os lados de uma informação, não aceitando verdades prontas por terem sido “curtidas” por milhões de pessoas. Desenvolver nosso senso crítico valoriza nosso poder de escolha, nos tornando mais aptos a selecionar o que é relevante ou não para a nossa vida.

REFERÊNCIAS:

PALFREY, J.; GASSER, U. Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais. Porto Alegre: Grupo A, 2011.

sábado, 9 de setembro de 2017



Falando de cor na escola

O tema das relações étnico-raciais na escola é muito amplo, mas permite algumas aproximações, inclusive o de como nos relacionarmos com as diferenças no ambiente escolar. Ao refletirmos com a turma estes temas, podemos desenvolver satisfatoriamente suas identidades, pois permitimos que se reconheçam e que abram espaço para conviver com o novo e/ou diferente.

Através de experiências educativas, podemos oportunizar uma formação mais tolerante nas crianças, construindo uma cultura de paz oriunda de uma convivência multicultural. Nas palavras de Silva (2011, p.31):  “Desta forma, vamos confirmar o que há muito aprendemos, ou seja, que ensinar e aprender implicam convivência. O que acarreta conflitos e exige confiança, respeito, não confundidos com mera tolerância.”

Ao falarmos em confiança, é possível perceber nos comentários dos alunos no dia a dia da escola o quanto a convivência diária pode criar laços de amizade que facilitam a aceitação de todos.

Assim, todos os alunos devem ser protagonistas  de experiências educacionais que valorizem os diversos tipos de culturas, para que, ao debaterem seus conflitos, “a cor de pele” não seja uma fonte de preconceito na escola, visto que há alunos com cor de pele diferente entre eles. A cor da pele precisa ser vista como um fortalecimento da igualdade, pois a escola com seu potencial transformador deve ser o apoio para que o aluno construa uma justa imagem de si mesmo, com diálogo e consciência de seu potencial.

Portanto, refletir com os alunos sobre suas identidades, é papel da escola, já que é ela, o espaço social que eles têm para construir o respeito às diferenças e a aceitação, tanto da sua etnia quanto a dos outros.


REFERÊNCIAS:

SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves. Aprender, ensinar e relações étnico-raciais no Brasil. In: FONSECA, M.V.; SILVA, C.M.N. da; FERNANDES, A.B. (organizadores). Relações étnico-raciais e educação no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2011.                                                                                           

sábado, 2 de setembro de 2017



FORMAÇÃO CONTINUADA NO ESPAÇO ESCOLAR

A formação continuada do professor faz parte da construção de um profissional dinâmico e atualizado, oferecendo ao docente uma alternativa de crescimento. Na formação da escola, no ambiente profissional, é que os professores enfrentam e resolvem seus problemas, elaboram e modificam procedimentos, unindo o grupo em um mesmo objetivo, a qualidade do ensino.

Como forma de enriquecer a formação profissional dos professores, um projeto Formação Continuada, baseado nas reais necessidades dos educadores, tem como finalidade direcionar os estudos para a formação dos professores em um contexto reflexivo, de construção e troca.

A finalidade de se direcionar estudos contínuos para a formação de professores, é tanto para aprimorar, como para tentar suprir as dificuldades encontradas na área da docência. A troca de experiências, o estudo, a pesquisa, procuram reestruturar a natureza das atividades docentes, e encarar os professores como intelectuais e transformadores, capazes de despertar no educando o espírito criativo e reflexivo necessário para a construção do conhecimento.

A respeito do contexto em questão, a escola tem o papel de eixo estrutural, comprometendo-se com a mudança e a transformação social, onde os educadores tenham autonomia e liberdade para construir sua identidade profissional, possam refletir sobre a ação, relacionando seus conhecimentos teóricos e interagindo com o grupo no espaço da escola e no projeto de formação continuada. De acordo com Freire (1996, p.18):

Por isso é que, na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática. O próprio discurso teórico, necessário à reflexão crítica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prática. (FREIRE, 1996, p. 18).

Assim, é visível a necessidade dos educadores em buscar conhecimentos através da formação. Neste aspecto a formação continuada tem papel relevante como base de fundamentação teórica, associando teoria e prática. Repensando o ensino, surge a importância de uma participação que não se esgota no nível profissional, onde o professor é o agente mediador do processo de ensino e aprendizagem.

Ressignificar a realidade também faz parte do processo de formação continuada, pois é necessário que neste âmbito de discussão se tenha como base a realidade onde a escola está inserida, embasando os projetos no contexto sócio-político cultural em que a comunidade vive, respeitando suas especificidades e contexto próprio.

Assim, para relacionar as atividades pedagógicas com a realidade do educando, a escola e seus profissionais devem valorizar o indivíduo, sua história, sua cultura e seu jeito de ver o mundo pelos olhos de sua realidade.

REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia – saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.