domingo, 14 de maio de 2017

       

Garantir a educação do campo é assegurar que a cultura local se fortaleça, valorizando sua história e a importância para a sociedade do povo que vive na zona rural. A escola do campo não pode ser simplesmente uma instituição localizada no campo, com características rurais, mas sim uma escola com pedagogia questionadora que leve o sujeito a pensar seu lugar no mundo, construindo junto ao aluno um processo de humanização e reafirmação autônoma  da sua função social.

 A educação do campo precisa fazer parte dos temas de debate sobre a educação. Ela não pode ser esquecida, pois forma pessoas, com ideias, sonhos e inúmeras carências que muitas vezes ficam em segundo plano. Uma escola do campo precisa promover a afirmação dos valores e da identidade do povo da região. Nas palavras de Arroyo; Caldart ; Molina (2004):

A escola pode ser um lugar privilegiado de formação, de conhecimento e cultura, valores e identidades das crianças, adolescentes, jovens e adultos. Não para fechar-lhes horizontes, mas para abri-los ao mundo desde o campo, ou desde o chão em que pisam. Desde suas vivências, sua identidade, valores e culturas, abrir-se ao que há de mais humano e avançado no mundo.  (ARROYO; CALDART; MOLINA, 2004, p. 14).

Para se estabelecer estas relações, há necessidade que se busque as especificidades, mais além do que programas e conteúdos podem chegar. Quanto mais profundo o envolvimento de educadores e educandos neste processo de ensino, mais forte a teoria e a prática poderão andar juntas, com análise das realidades, consolidando saberes necessários à identificação das lutas e organização de um povo.  No caso de uma escola camponesa, a mobilização continua viva e produtiva, pois seus protagonistas valorizam suas raízes e fazem da cultura local embasamento para combinar com as culturas paralelas que se integram na constituição da sociedade.


REFERÊNCIAS:

ARROYO, M. G.; CALDART, R. S.; MOLINA, M. C. Apresentação. In: ARROYO, M. G.; CALDART, R. S.; MOLINA, M. C. (Orgs). Por uma educação do campo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

2 comentários:

  1. Olá Janaína,
    Muito bom teu texto, um tempo pouco abordado. O que te levou a escrever sobre a escola do campo?
    Att,
    Tutora Rocheli

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  2. Oi Rocheli,
    A escola que trabalho há 14 anos e que fui Diretora por seis anos e atualmente atuo, além de professora como Vice-diretora é do campo. São experiências que vivenciei ao longo do tempo, portanto este tema está sempre presente em minha vida.

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