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AFETO E RELAÇÕES HUMANAS |
Ao longo de minha experiência como estudante do PEAD, desconstruí
minha visão do que é ser professora muitas vezes. A cada nova interdisciplina, novos paradigmas, novos rumos na minha prática.
Dentre as turmas que leciono, trabalho com Educação para
Jovens e Adultos no turno da noite. É uma realidade muito diferente das minhas
turmas de sexto ao nono ano. As relações
nem sempre são fáceis de se estabelecer, pois são turmas difíceis, formadas por
alunos que já não se enquadravam nos turnos diurnos da escola, alunos com
problemas de drogadição e com muita
dificuldade de compreensão. Todo este
contexto prejudicava as relações, impedindo a
construção dos vínculos que acredito serem importantes para que a
aprendizagem se torne concreta.
Na interdisciplina de Psicologia da vida adulta, trabalhamos
com o texto: "Aprendizagem amorosa : transformações na convivência de aceitação do outro como legítimo outro" das autoras Dra. Luciane Magalhães Corte Real e da Dra. Jaqueline Picetti. Li o texto algumas vezes e, a partir
dele, procurei ver meus alunos de outra forma. Percebi que minha atitude diante
das dificuldades diárias que eu estava enfrentando com eles fazia toda a
diferença. Encontrei na aceitação do
outro uma forma de poder conviver com meus alunos de uma maneira mais positiva,
demonstrando a eles que eu realmente me importava com a caminhada que estávamos
fazendo e que, se a fizemos juntos, com certeza teria mais resultado.
Toda esta reflexão encontra reforço no pensamento
inconfundível de Freire (1996):
Na verdade, preciso descartar como falsa a separação
radical entre seriedade docente e afetividade. Não é certo, sobretudo do ponto
de vista democrático, que serei tão melhor professor quanto mais severo, mais
frio, mais distante e “cinzento” me ponha nas minhas relações com os alunos, no
trato dos objetos cognoscíveis que devo ensinar. A afetividade não se acha
excluída da cognoscibilidade. (FREIRE, 1996, p.52).
Portanto, cada dia é uma nova vivência e uma reflexão sobre
nossas atitudes, onde a escola é formada por relações humanas que buscam o
saber, apesar das diferenças e entraves que precisam ser superados para
construir um convívio educador.
REFERÊNCIAS:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários
à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=50944
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1881228/mod_resource/content/1/riter-aprendizagem-amorosa2.pdf
https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1881228/mod_resource/content/1/riter-aprendizagem-amorosa2.pdf