domingo, 27 de novembro de 2016

HISTÓRIA ALÉM DOS LIVROS
A didática é uma forma de o professor encontrar um caminho para tornar o conteúdo mais interessante, relevante e envolvente para o aluno. Na disciplina de história, muitas vezes esta tarefa é mais difícil, pois o ensino da história vai além do ambiente escolar.  O professor precisa ser o elo mediador entre o conteúdo e a construção no aluno de uma consciência histórica, ilustrada pelas vivências dos alunos, sua visão de tempo e de mundo.
No sistema tradicional de ensino, a didática tinha outro enfoque. Ela orientava o trabalho do professor de forma sistematizada e técnica. Hoje a didática pode ser uma aliada, onde o professor, com uma postura mais reflexiva, permite uma maior interação na relação com seu aluno. Por outro lado, a situação didática é diversificada, proporcionando ações conjuntas de análise, tornando o conteúdo mais dinâmico. Nas palavras de Libâneo (2002, p.6):

Essa forma de compreender o ensino é muito diferente do que simplesmente passar a matéria ao aluno. É diferente, também, de dar atividades aos alunos para que fiquem “ocupados” ou aprendam fazendo, O processo de ensino é um constante vai-e-vem entre conteúdos e problemas que são colocados e a percepção ativa e o raciocínio dos alunos. É isto que caracteriza a dinâmica da situação didática, numa perspectiva sócio-construtivista. (LIBÂNEO, 2002, p.6)

Assim, ensinar história de forma a garantir a construção do conhecimento pelo aluno vai além do livro didático, do texto informativo. O aluno precisa estabelecer relações, relacionar fatos, planejar estratégias e analisar eventos para que o entendimento histórico-cultural seja solidificado e significativo.


REFERÊNCIAS:
https://www3.fmb.unesp.br/emv/pluginfile.php/24531/mod_resource/content/1/Lib%C3%A2neo%20-%20Livro%20Didatica.pdf

domingo, 20 de novembro de 2016


Ciência e Significado

No contexto atual, as ciências da natureza precisam dar conta das múltiplas crianças que chegam as nossas escolas. Crianças cada vez mais criativas, curiosas e dispostas a explorar um mundo de significados.

Para que a ciência construa ideias cada vez mais complexas do mundo, a sala de aula precisa ser um terreno fértil de vivências e de atividades significativas que oportunizem ao aluno conhecer a si mesmo e ao mundo ao seu redor.

A partir de situações que desenvolvam a capacidade de compreensão do aluno, que perpassam pela pesquisa, investigação, observação, análise etc., o aluno será capaz de se apropriar dos significados presentes no conhecimento. Ao mesmo tempo, lançar mão de estímulos como brincadeiras que desenvolvem a criatividade e a vontade de buscar respostas, amplia a interação entre os alunos e a troca de informações se estabelece de forma espontânea.

Explorar as complexidades do mundo também vem de questionamentos simples das crianças que são estimuladas a pensar, pois muitas vezes as perguntas das crianças podem ser tão instigantes quanto as de um cientista e gerar o desequilíbrio necessário para que a aprendizagem ocorra. Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997):

O ensino de Ciências Naturais também é espaço privilegiado em que as diferentes explicações sobre o mundo, os fenômenos da natureza e as transformações produzidas pelo homem podem ser expostos e comparados. É espaço de expressão das explicações espontâneas dos alunos e daquelas oriundas de vários sistemas explicativos. (Brasil, 1997, p.22)

Desta forma,  o ensino de ciências  envolve uma postura dinâmica do professor, com  um olhar diversificado para os possíveis resultados de aprendizagem.  O conhecimento não está pronto. Ele é um caminho a ser percorrido na educação, com estratégias que promovam  a participação concreta do aluno por meio de experimentações que o levem a conhecer e respeitar os fenômenos da natureza.


REFERÊNCIAS:


BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais. Brasília: MEC/SEF, 1997, v.4.

domingo, 13 de novembro de 2016

O jogo e a aprendizagem matemática

Trabalhar matemática com jogos funciona como um recurso importante, onde o professor o inclui em sua prática para auxiliar a aprendizagem do conteúdo pelos alunos, tanto na forma de exercício como na de construção de conceitos.

O jogo favorece a interação social, cooperação mútua e a partir daí pode ajudar o aluno menos participativo, que muitas vezes tem vergonha de ter dúvidas. Em grupo, os alunos trocam ideias e resolvem situações problema, potencializando assim a aprendizagem. Conforme Smole, Diniz e Cândido (2007, p. 12):

Hoje já sabemos que, associada à dimensão lúdica, está a dimensão educativa do jogo. Uma das interfaces mais promissoras dessa associação diz respeito à consideração dos erros. O jogo reduz a consequência dos erros e dos fracassos do jogador, permitindo que ele desenvolva iniciativa, autoconfiança e autonomia. No fundo, o jogo é uma atividade séria que não tem consequências frustrantes para quem joga, no sentido de ver o erro como algo definitivo ou insuperável. (SMOLE; DINIZ; CÂNDIDO, 2007, p. 12)


Desta forma, no jogo, podem-se rever os erros de forma natural durante as jogadas, estimulando-se a novas tentativas para atingir o acerto. No entanto, a interação conteúdo x jogo não pode ser feita de qualquer jeito. O jogo precisa ter um objetivo pré-estabelecido pelo professor, bem como regras e combinados a serem cumpridos pelos alunos para garantir o sucesso da atividade.

Assim, a atividade lúdica no ensino da matemática, precisa fazer parte do cotidiano do aluno, pois é interagindo, investigando, manipulando objetos e superando desafios que ele constrói significado para sua aprendizagem.


REFERÊNCIAS:

SMOLE, K.S.; DINIZ, M.I.; CÂNDIDO, P. Jogos de matemática do 1º ao 5º ano. Porto Alegre: Artmed, 2007.


domingo, 6 de novembro de 2016


ORGANIZANDO O PENSAMENTO

Aprender matemática é descoberta, que deve estar acompanhada da alegria do saber. A construção dos conceitos matemáticos nas séries iniciais não pode se dar de forma mecânica. Neste processo, aluno precisa construir o significado do número, de quantidade e fazer relações de forma concreta para que a aprendizagem se efetive, sem pressões pra não tornar a matemática na vida deste aluno um “peso” que ele irá carregar em toda sua trajetória escolar.

As crianças são capazes de construir o pensamento lógico matemático de forma real, quando são desafiadas. Organizar, classificar, quantificar, seriar etc., são processos que a criança realiza intuitivamente, o qual precisam ser lapidados e direcionados  pelo professor. Ao mesmo tempo, é necessário identificar no aluno o nível de sua construção para que sua aprendizagem evolua através de atividades direcionadas como situações problema onde o aluno utiliza seu pensamento lógico.

Na interdisciplina Representação do Mundo pela Matemática, foi possível aplicar nos alunos conceitos estudados e ter a oportunidade, enquanto professor, de participar e reconhecer a construção destes conceitos nos alunos. Outra atividade que desenvolvi, usando o mesmo conteúdo, agora na interdisciplina Representação do Mundo pelas Ciências Naturais, foi para verificar o conceito de classificação.

Aluna separando por cores

A aluna com o qual realizei a atividade tem 7 anos e está na segunda série. 

Em um primeiro momento, coloquei sobre a mesa prendedores de diversos formatos e cores. Pedi que ela os organizasse da forma que quisesse. A primeira atitude da aluna foi separar pelas cores. 
Aluna formando grupos com prendedores variados





Questionei se poderia ser separado de outra forma, ela então separou por quantidade, dividindo os prendedores em grupos iguais pelo número, misturando cores e tamanhos.






Assim, oferecer ao aluno atividades de classificação é fundamental para o amplo crescimento da criança, pois estimula o desenvolvimento do pensamento lógico. Na atividade acima, foi possível desencadear a construção do conceito de critério e de como usá-lo para separar grupos (classificação). Com atividades de classificação, o aluno observa e identifica critérios para a formação de grupos, inclusão de classes, culminando na classificação hierárquica. As atividades devem estar de acordo com a faixa etária da criança e o que ela está apta a aprender no momento.