EXPERIÊNCIA COM O MÉTODO CLÍNICO
Todo professor é um
pesquisador, inclusive das respostas de seus alunos. Entre a busca de métodos
que nos orientem nesta proposta, conhecer o Método Clínico Piagetiano favorece
uma grande reflexão sobre a aprendizagem das crianças. O Método Clínico vai
além das provas clinicas pois, com este método, Piaget queria fugir das
respostas estereotipadas, para conhecer como o sujeito pensa, como ele constrói a resposta, sua coerência na
análise ou suas contradições, sempre tendo base o sujeito epistêmico. Segundo
Delval (2002):
Coloca-se esse
sujeito em uma situação problemática que ele tem resolver ou explicar e
observa-se o acontece. Enquanto se produz a conduta do sujeito (que insistimos,
pode consistir em simples ações, palavras ou em combinação de ambas as coisas),
o experimentador procura analisar o que está acontecendo e esclarecer seu
significado. Fixa-se em uma série de aspectos da conduta do sujeito e, à medida
que vai se produzindo, realiza intervenções motivadas na atuação do sujeito,
que têm como objetivo esclarecedor tenha qual é o sentido do que ele está
fazendo. Isso supõe que o experimentador tenha de se perguntar a cada momento
qual é o significado da conduta do sujeito e a relação de suas capacidades
mentais. (DELVAL, 2002, p. 68)
A partir da leitura e
análise do Método Clínico, foi nos proposto pela interdisciplina Desenvolvimento
e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia II, aplicar uma prova operatória do referido método. Escolhemos um menino de 5
anos que frequenta uma escola de educação infantil. A aplicação desta prova trouxe para o concreto os conceitos
trabalhados na Interdisciplina. Também foi gratificante, nos sentirmos capazes
de realizar análises e considerações a partir da participação espontânea de uma
criança.
Com este experimento,
percebemos o quanto o Método Clínico pode ser um aliado na investigação das
aprendizagens pelo professor. Realizar entrevistas com alunos, além de nos dar
informações de como eles pensam, permitem interações que vão além das simples
perguntas e respostas. Este tipo de pesquisa favorece uma compreensão maior da
construção do pensamento da criança e dá subsídios para buscarmos soluções que
ultrapassem o senso comum.
REFERÊNCIAS:
DELVAL, J. Introdução à prática do método clínico: descobrindo o pensamento da
criança. Porto Alegre: Artmed, 2002.