sábado, 27 de maio de 2017


Organizar um ambiente educacional é um desafio que envolve competências e habilidades tanto administrativas, quanto pedagógicas. Este papel cabe a gestão escolar, que tem por objetivo articular o processo administrativo da escola, que precisa caminhar junto com o pedagógico.

A gestão da escola organiza o processo educacional, construindo com a comunidade escolar, objetivos focados na instituição de ensino. Esta proposta oportuniza um processo de ensino-aprendizagem que priorize o pensar no trabalho pedagógico coletivamente. Caracteriza-se, assim, uma gestão participativa onde a comunidade escolar pode participar das decisões tomadas no âmbito escolar. Nas palavras de Libâneo (2001, p.7):

A gestão democrática-participativa valoriza a participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisão, concebe a docência como trabalho interativo, aposta na construção coletiva dos objetivos e funcionamento da escola, por meio da dinâmica intersubjetiva, do diálogo, do consenso. (Libâneo, 2001, p.7)

Ações construídas coletivamente, por meio de posicionamento e de decisões claras, oportuniza a construção de objetivos possíveis de avançar, com redes de convivência motivadoras e colaborativas na construção de estratégias que possibilitem a escola cumprir seu papel social.

Uma escola que tem uma gestão articulada com todos os segmentos da comunidade escolar está em constante transformação, em busca da melhoria do ensino, trabalhando a educação como um todo. Uma educação que valorize o coletivo sem desmerecer as construções pessoais do saber.


REFERÊNCIAS:


domingo, 21 de maio de 2017

CONTINUANDO AS ETAPAS DO
PROJETO DE APRENDIZAGEM

Refletindo sobre o desenvolvimento dos Projetos de Aprendizagem, tarefa proposta pela interdisciplina  Projeto Pedagógico em Ação, as etapas que estamos percorrendo com os alunos, no meu caso, os da 3ª série do Ensino Fundamental , consolida nossos estudos de que  o trabalho com projetos oportuniza uma percepção global da realidade. Cada vez mais estas experiências pedagógicas nos instrumentalizam a contribuir com a autonomia dos alunos, acompanhando a pesquisa de informações e a sua transformação em conhecimentos significativos.

Da questão de investigação à identificação tanto das dúvidas temporárias quanto das certezas provisórias, os alunos vêm diversificando suas ações e nossa caminhada tem sido muito rica. Estamos na etapa da construção do Mapa Conceitual com as descobertas dos grupos envolvendo questões sobre saúde e higiene.


Ao mesmo tempo, com este trabalho, percebemos a escola aberta às relações sociais. Quando a criança busca elementos de sua realidade e os articula com os elementos da escola, inclui os professores nestas interações e caracteriza uma interdisciplinaridade natural e autêntica. Nas palavras de Porto; Porto (2012):

O processo e o produto do projeto propiciam as interações entre os alunos, tornando-se propriedade do grupo do grupo que dele participa e sendo incorporados às vivências da turma. Durante o desenrolar  de um projeto, a cumplicidade de propósitos entre os alunos e o professor faz com que o ambiente de trabalho se torne mais enriquecedor, pois cada um passa a contribuir com suas aptidões. (PORTO; PORTO, 2012, p. 42).

Esta cumplicidade de propósitos entre os alunos acaba surgindo espontaneamente, desde que o professor faça intervenções para manter o contexto da aprendizagem e incentive os alunos a falar sobre suas descobertas. Continuaremos, então, nesta caminhada, procurando planejar procedimentos que favoreçam a prática dos projetos como estratégia de ensino.


REFERÊNCIAS:


PORTO, Lízia; PORTO, Amélia. Ensinar ciências da natureza por meio de projetos. Belo Horizonte: Rona, 2012.

domingo, 14 de maio de 2017

       

Garantir a educação do campo é assegurar que a cultura local se fortaleça, valorizando sua história e a importância para a sociedade do povo que vive na zona rural. A escola do campo não pode ser simplesmente uma instituição localizada no campo, com características rurais, mas sim uma escola com pedagogia questionadora que leve o sujeito a pensar seu lugar no mundo, construindo junto ao aluno um processo de humanização e reafirmação autônoma  da sua função social.

 A educação do campo precisa fazer parte dos temas de debate sobre a educação. Ela não pode ser esquecida, pois forma pessoas, com ideias, sonhos e inúmeras carências que muitas vezes ficam em segundo plano. Uma escola do campo precisa promover a afirmação dos valores e da identidade do povo da região. Nas palavras de Arroyo; Caldart ; Molina (2004):

A escola pode ser um lugar privilegiado de formação, de conhecimento e cultura, valores e identidades das crianças, adolescentes, jovens e adultos. Não para fechar-lhes horizontes, mas para abri-los ao mundo desde o campo, ou desde o chão em que pisam. Desde suas vivências, sua identidade, valores e culturas, abrir-se ao que há de mais humano e avançado no mundo.  (ARROYO; CALDART; MOLINA, 2004, p. 14).

Para se estabelecer estas relações, há necessidade que se busque as especificidades, mais além do que programas e conteúdos podem chegar. Quanto mais profundo o envolvimento de educadores e educandos neste processo de ensino, mais forte a teoria e a prática poderão andar juntas, com análise das realidades, consolidando saberes necessários à identificação das lutas e organização de um povo.  No caso de uma escola camponesa, a mobilização continua viva e produtiva, pois seus protagonistas valorizam suas raízes e fazem da cultura local embasamento para combinar com as culturas paralelas que se integram na constituição da sociedade.


REFERÊNCIAS:

ARROYO, M. G.; CALDART, R. S.; MOLINA, M. C. Apresentação. In: ARROYO, M. G.; CALDART, R. S.; MOLINA, M. C. (Orgs). Por uma educação do campo. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

domingo, 7 de maio de 2017

UMA REFLEXÃO
O jovem é protagonista de nossa sociedade, sendo assim é importante que este destaque seja positivo, não apenas ser citado fazendo parte de problemas estruturais na educação e na sociedade, mas sim protagonizar de forma positiva e real o seu tempo.

Compreender e ressignificar esta nova posição dos jovens que vem se desenhando nas últimas décadas perpassa pelo fortalecimento das esferas educacionais. Um campo muito fértil para a humanização da condição do jovem é na Educação de Jovens e Adultos (EJA), que acolhem no seu viés de Educação Popular a diversidade da dinâmica que se desenha  na sociedade  atual.

Atuar nas multiplicidades do EJA requer do professor uma reflexão profunda de qual será a postura frente às dificuldades de constituir um núcleo de entendimento com os estudantes.  Uma reflexão onde educador e educando encontrem um ponto de equilíbrio, com respeito a condição do outro e de todo o processo de mudança social que é necessário que se estabeleça para que a realidade da Educação de Jovens e Adultos se universalize. Nas palavras de Arroyo (2011):

A EJA somente será reconfigurada se esse olhar for revisto. Se o direito à educação ultrapassar a oferta de uma segunda oportunidade de escolarização, ou na medida em que esses milhões de jovens-adultos forem vistos para além das carências. Um novo olhar deverá ser constituído, que os reconheça como jovens e adultos em tempos e percursos de jovens e adultos. (ARROYO, 2011, p. 23)


Assim, não se trata de simplesmente preencher vagas, mas oferecer ao aluno da EJA possibilidades de se fazerem presente na luta de igualdade de direitos por uma educação de qualidade, que garanta um olhar global, deixando para traz a roupagem antiga de ser uma solução de suprir carências e defasagem de aprendizagem, ou de ajustar os alunos considerados “problemas”.

Portanto, a EJA precisa formar alunos de direitos, em uma educação pública de qualidade que os reconheça como parte das ações da esfera política e social. Ao mesmo tempo, formar também alunos de deveres, com o poder de agir pelo bem comum, de forma participativa e coletiva.

REFERÊNCIAS:

ARROYO, Miguel González. Educação de jovens-adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. In: SOARES, Leôncio; GIOVANETTI, Maria Amélia: GOMES, Nilma Lino (Orgs.). Diálogos na Educação de Jovens e Adultos. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.

http://www.vejalogo.com.br/?pagina=ler_post&cod_post=596 (Imagem)