domingo, 21 de abril de 2019



Arte: sentido e significado

“A arte constrói, com elementos extraídos do mundo sensível, um outro mundo, fecundo em ambiguidades”. Esta frase da obra “O que é Arte” de Jorge Coli, expressa uma reflexão importante e essencial sobre este tema. A arte está intimamente ligada à força criativa, à imaginação, à expressão da liberdade do ser humano diante do mundo. E, de posse destes elementos, o artista cria um outro mundo, e convida a todos a embarcar neste outro plano, através do acesso à nossa sensibilidade, à nossa observação e percepção.

A arte, com o passar dos séculos, deixou um legado de obras essenciais para a cultura de todas as sociedades que passaram por nossa história. A expressão artística em suas mais variadas formas conta a história da humanidade, mostra como as sucessivas gerações observam e sentem o mundo. A necessidade de sistematização e objetividade dos estudos acabou por, muitas vezes, impor classificações e rótulos para as expressões artísticas, mas, como a Arte não pode ser limitada, isto não apaga a mensagem pessoal, particular de cada um, ao entrar em contato com as manifestações artísticas.

Jorge Coli coloca também que a arte, além do sentimento lógico de prazer decorrente de sua fruição, vai além disso, “transformando nossa sensibilidade, ela transforma também nossa visão do mundo”. Ou seja, além de tocar nosso sentimento, ela vai além disso – muda nossa percepção do mundo, nos faz refletir sobre ele, nos traz novas perspectivas e visões sobre a vida.

O movimento de democratização da Arte, reforçada de forma gradual também pelo surgimento da Arte Contemporânea, é cada vez mais necessária. Propiciar um acesso maior às produções artísticas e o fomento das mesmas é fundamental em nossos tempos, pois o estímulo à força criativa do ser humano é o que torna também o mundo um lugar melhor para viver, pois a experiência artística é um caminho para a liberdade e para a expressão do pensamento do ser humano.


REFERÊNCIAS

COLI, Jorge. O que é Arte. 15ª ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1995


sábado, 13 de abril de 2019


O afeto também ensina


Desenvolver uma prática pedagógica pautada no respeito e no estabelecimento de limites é a base para construir uma relação de ensino e aprendizagem produtiva e satisfatória. Refletir sobre minha prática tem sido um dos meus objetivos ao longo do curso. Um dos pontos que destaco em minha trajetória no PEAD é ter me aprofundado nos estudos de uma aprendizagem que tem como base um processo contínuo de socialização, construção e afeto.

Várias impressões e ideias sobre a importância do afeto no desenvolvimento das relações de construção do conhecimento foram desenvolvidas por mim ao longo do curso de Pedagogia. Uma delas, em especial, está na postagem Afeto e relações humanas onde destaco minha aprendizagem a partir da conscientização da importância do afeto nas relações que construímos com nossos alunos.

Essa aprendizagem, posso dizer, foi um divisor de águas em minha prática, principalmente por marcar uma mudança de postura quanto aos aspectos sociais em minhas aulas. Minha formação e minha prática ao longo do curso cada vez mais me levaram a perceber que precisamos desenvolver práticas educativas significativas que envolvam nossos alunos e possibilite a eles e a nós professores uma troca de ideias que levem nossos alunos a pensar além da sala de aula, a pensar o mundo, a construir valores reais e positivos.
A prática bancária, sem mediação e sem considerar o aluno como um ser social e afetivo, não pode mais fazer parte de nosso cotidiano como professor. Nas palavras de Freire (1996, p.90):

É preciso, por outro lado, reinsistir em que não se pense que a prática educativa vivida com afetividade e alegria, prescinda da formação científica séria e da clareza política dos educadores ou educadoras. A prática educativa é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica, domínio técnico a serviço da mudança ou, lamentavelmente, da permanência do hoje. (FREIRE, 1996, p. 90).


No entanto, neste meu processo de mudança, encontrar a melhor forma de trabalhar a afetividade com meus alunos ainda é um desafio para mim. Tenho consciência que um ambiente de aprendizagem não é só baseado no afeto, pois o comprometimento ético e profissional precisa fazer parte dele. Precisamos saber mediar nossas intervenções, que muitas vezes são necessárias para que a aula tenha um ambiente de respeito e troca.

Portanto, acredito que o diálogo, com respeito e verdade, é o melhor caminho para que possamos fazer de nossa prática algo que faça a diferença para nossos alunos. Desta forma, é essencial que sejamos o fio condutor de relações que fortaleçam o desenvolvimento cognitivo e social de nossos alunos, estabelecendo a confiança para que possam se respeitar e respeitar o outro.

REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996.


sábado, 6 de abril de 2019

Projeto e Conhecimento

A Pedagogia de Projetos é um caminho de construção coletiva, de experimentação, descobertas que conduzem professor e aluno à reconstrução do conhecimento através de ações reais e significativas. No curso de Pedagogia várias oportunidades de trabalho com a Pedagogia de Projetos foram propostas, o que me levou a refletir em um Portfólio de Aprendizagem sobre a importância deste método no cotidiano da sala de aula.

Na postagem Trabalhar com Projetos, de 2017, refleti sobre a introdução desta metodologia no currículo escolar e como precisamos nos preparar para dar suporte aos alunos e saber conduzi-los por este caminho. Relendo hoje esta escrita, percebo o quanto esta metodologia de trabalho enriqueceu minha prática. Ao longo do curso, desenvolver projetos permeados de estudos e de leituras e informações, oportunizou que eu pudesse desenvolver um trabalho que fosse de caráter mediador, com intenções pedagógicas reais e que valorizassem a participação do aluno.

A partir desta ideia, onde o aluno é o alicerce do trabalho com projetos, é que devemos desenvolver ideias que favoreçam a autoria e a autonomia dos educandos onde o processo de aprender e ensinar aconteça naturalmente e que seja de responsabilidade de ambos. Nas palavras de Leite(2000):

Aprende-se participando, vivenciando sentimentos, tomando atitudes diante dos fatos, escolhendo procedimentos para atingir determinados objetivos. Ensina-se não só pelas respostas dadas, mas principalmente pelas experiências proporcionadas, pelos problemas criados, pela ação desencadeada. (LEITE, 2000).

Então, podemos entender que a aprendizagem é algo que necessita de esforço e dedicação e que por vários caminhos ela pode acontecer. A Pedagogia de Projetos é um destes caminhos, ao tornar a aprendizagem prazerosa e eficiente, onde a descoberta de significados para as ações estabelecidas valida o processo percorrido pelo aluno e pelo professor, tornando a aprendizagem um processo tanto de certezas quanto de dúvidas, o que evidencia o Projeto de Aprendizagem.

REFERÊNCIAS:

LEITE, Lucia Helena Alvarez; MENDEZ, Verônica. Os Projetos de Trabalho: Um espaço para viver a diversidade e a democracia na escola. Revista de Educação, Porto Alegre: Projeto, ano 3, n.4, p.25-29, jan./jun. 2000.