quarta-feira, 5 de julho de 2017


Conselho de classe participativo é um momento de reflexão, onde professores e alunos se encontram para exporem, com um diálogo aberto, as dificuldades ou os progressos apresentados ao longo do período de avaliação. O conselho de classe, para cumprir seu real papel de análise de um processo educativo, precisa ser participativo para, a partir da opinião de todos, rever as práticas e as relações pedagógicas. Se for necessário, poderá  redimensionar o caminho, de forma coletiva e democrática.  De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997):

A relação educativa é uma relação política, por isso a questão da democracia se apresenta para a escola da mesma forma que se apresenta para a sociedade. Essa relação se define na vivência da escolaridade em sua forma mais ampla, desde a  estrutura escolar, em como a escola se insere e se relaciona com a comunidade, nas relações entre os trabalhadores da escola, na distribuição de responsabilidades e poder decisório, nas relações entre professor aluno, na relação com o conhecimento. (BRASIL, 1997,p.26).

Assim, é através das relações na escola que o ambiente social se estabelece e exige, ao mesmo tempo, encontros para alinhar as ideias e socializar as decisões. Em um debate, precisamos do coletivo para refletir como um todo, pois professores e alunos são parte de uma teia educativa e todos podem ter voz ativa para contribuir na qualificação da aprendizagem.

É importante, também, que no conselho de classe  não se reforce um debate que estimule tensões e conflitos, é sabido que este momento traz para os professores uma inquietação, devido a possibilidade de enfrentamento. Porém, para que o conselho de classe possa caminhar para seu real propósito de melhorar a qualidade da educação na escola, é preciso uma conscientização de todos os segmentos que participam deste processo, tornando-o um espaço de reflexão, onde ocorra a troca de percepções e informações sobre o desempenho do professor e do aluno, e uma busca conjunta de soluções para problemas  da sala de aula.

Neste momento de reflexão, os atores do processo precisam ter seu momento de escuta, ou seja, professores, alunos, gestores, pais, todos devem ter um espaço para falar e serem escutados, de forma que suas palavras sejam interpretadas como relatos reais do cotidiano escolar, sendo analisadas e respaldadas pelo projeto político pedagógico, documento que embasa as ações da escola.


REFERÊNCIAS:

BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais, ética. Brasília: MEC/SEF, 1997, v.8.


sábado, 1 de julho de 2017

CONSELHO ESCOLAR NA ESCOLA PÚBLICA

A escola pública, em seu processo de democratização, envolve o compromisso e a participação de todos para que a escola realmente atinja os objetivos de uma educação de qualidade. Os Conselhos Escolares representam colegiados que reforçam a ideia do coletivismo e da busca de soluções que integram as demandas da comunidade onde a escola está inserida.

Então, fomentar a participação da comunidade é fundamental na composição do Conselho Escolar, valorizando qualquer tipo de participação, pois é sabido que na realidade escolar, não é uma tarefa fácil trazer para o rol de discussões os segmentos que formam a escola.

Assim, falar em conselho escolar não é só falar em um colegiado formado por pessoas que estabelecem relações interpessoais, mas sim de pessoas que realmente se envolvam com a estrutura da escola, com os recursos, nas questões de debate e organização, promovendo ações que efetivamente procurem resolver as contradições do cotidiano escolar. Conforme Veiga (1998, p. 116):

O Conselho Escolar deverá, portanto, favorecer a aproximação dos centros de decisão dos atores. Isso facilita a comunicação, pois, rompendo com as relações burocráticas e formais, permite a comunicação vertical e  também horizontal. Sob essa ótica, O conselho possibilita a delegação de responsabilidades e o envolvimento de diversos participantes. È um gerador de descentralização. E, como órgão máximo de decisão no interior da escola, procura defender uma nova visão de trabalho. (VEIGA, 1998, pág.116).


Desta forma, o espaço escolar precisa ter um Conselho Escolar com participação ativa nas propostas de construção da cidadania, superando uma organização muitas vezes restritiva e burocrática para fortalecer um projeto de educação que cumpra a sua função social que seja capaz de reconfigurar o conhecimento, estabelecendo de forma coletiva, relações pedagógicas transformadoras.

REFERÊNCIAS:

VEIGA, Z. de  P. A. As instâncias colegiadas da escola. In: VEIGA, I. P. A.; RESENDE, L. M. G. de. (orgs.). Escola: espaço do projeto político-pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 1998.