O erro e o acerto na avaliação
Construir novos enfoques e instrumentos para avaliação denotam múltiplos
desafios. A avaliação vai além dos processos educativos, mas indiscutivelmente
é uma preocupação constante para educandos e educadores, pois muitas vezes é um
instrumento de poder e exclusão na rotina escolar. Neste sentido, uma nova
visão precisa ser dada à avaliação. Estamos falando da visão que entende a
aprendizagem participativa como o caminho mais curto na construção do
conhecimento. Esta construção se dará com mais autonomia com o
redimensionamento do “erro” no processo. O erro deve ser visto como o caminho
para o acerto. Para que seja valorizado este processo é importante que se fuja
dos rótulos e padrões avaliativos, oferecendo ao aluno condições de demonstrar
as lacunas de sua aprendizagem através de uma avaliação de caráter diagnóstico
e não punitivo, considerando o certo e o
errado como uma construção do aluno, verificando se são capazes de inter-relacionar
a informação. Nas palavras de Puig (2014, p. 21):
Deve-se
começar considerando o erro como algo normal em todo processo de aprendizagem e
que se aprende a partir dele. Se não são cometidos erros é porque a atividade
realizada era muito fácil, ou porque as respostas foram copiadas dos colegas ou
do livro didático.[...] A avaliação é o motor da aprendizagem. Se ela não mudar
nada muda.
A análise das atividades realizadas pelos alunos deve ser feita, não
para valorizar o erro mas para que dúvidas sejam discutidas, questões revistas
e ocorra uma reavaliação por parte do professor de seu instrumento de
avaliação.
Assim, a valorização do erro e a exaltação do acerto como estratégia
punitiva gera ansiedade nos alunos, muitas vezes transformando o clima da sala
de aula, que deveria ser de alegria e contentamento, em um clima de angústia e
vergonha, afastando a avaliação de seu objetivo principal, de ser participativa
e promotora.
Portanto, o erro precisa ser visto como um acontecimento que se insere
no processo do aprender e, como tal, deve ser apreciado como um promotor do
conhecimento, um instrumento que demonstra para o professor aquilo que não foi
aprendido. Através do erro, será possível identificar a origem das lacunas da
aprendizagem deste educando, representando o primeiro passo para a sua
superação.
REFERÊNCIAS:
PUIG, Neus Sanmartí. O motor da aprendizagem. Revista Pátio.
Porto Alegre, Ano VI, nº 23, p. 18-21, 2014.
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