sábado, 16 de julho de 2016


O erro e o acerto na avaliação

Construir novos enfoques e instrumentos para avaliação denotam múltiplos desafios. A avaliação vai além dos processos educativos, mas indiscutivelmente é uma preocupação constante para educandos e educadores, pois muitas vezes é um instrumento de poder e exclusão na rotina escolar. Neste sentido, uma nova visão precisa ser dada à avaliação. Estamos falando da visão que entende a aprendizagem participativa como o caminho mais curto na construção do conhecimento. Esta construção se dará com mais autonomia com o redimensionamento do “erro” no processo. O erro deve ser visto como o caminho para o acerto. Para que seja valorizado este processo é importante que se fuja dos rótulos e padrões avaliativos, oferecendo ao aluno condições de demonstrar as lacunas de sua aprendizagem através de uma avaliação de caráter diagnóstico e não punitivo,  considerando o certo e o errado como uma construção do aluno, verificando se são capazes de inter-relacionar a informação. Nas palavras de Puig (2014, p. 21):
 
Deve-se começar considerando o erro como algo normal em todo processo de aprendizagem e que se aprende a partir dele. Se não são cometidos erros é porque a atividade realizada era muito fácil, ou porque as respostas foram copiadas dos colegas ou do livro didático.[...] A avaliação é o motor da aprendizagem. Se ela não mudar nada muda.

A análise das atividades realizadas pelos alunos deve ser feita, não para valorizar o erro mas para que dúvidas sejam discutidas, questões revistas e ocorra uma reavaliação por parte do professor de seu instrumento de avaliação.

Assim, a valorização do erro e a exaltação do acerto como estratégia punitiva gera ansiedade nos alunos, muitas vezes transformando o clima da sala de aula, que deveria ser de alegria e contentamento, em um clima de angústia e vergonha, afastando a avaliação de seu objetivo principal, de ser participativa e promotora.

Portanto, o erro precisa ser visto como um acontecimento que se insere no processo do aprender e, como tal, deve ser apreciado como um promotor do conhecimento, um instrumento que demonstra para o professor aquilo que não foi aprendido. Através do erro, será possível identificar a origem das lacunas da aprendizagem deste educando, representando o primeiro passo para a sua superação.


REFERÊNCIAS:

PUIG, Neus Sanmartí. O motor da aprendizagem. Revista Pátio. Porto Alegre, Ano VI, nº 23, p. 18-21, 2014.


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