sexta-feira, 24 de junho de 2016

 EVASÃO ESCOLAR

A evasão escolar é um tema complexo e se relaciona com outros importantes temas da pedagogia, como formas de avaliação, reprovação escolar, plano político pedagógico etc. A permanência do aluno na escola é o maior desafio da educação escolar brasileira. Desta forma, a falta da criança ou do adolescente às aulas, o abandono escolar e a repetência sistemática dos alunos em determinadas séries deixaram de ser um problema que ficou restrito à escola. O direito à educação, não se resume mais somente a uma vaga na escola, mas sim ao direito que o educando tem de ingresso, permanência e sucesso na escola.

O combate à evasão é um problema de todos. A sociedade atua de forma marcante nos  processos de exclusão, não oferecendo condições para alavancar o desenvolvimento, favorecendo a segregação e a exclusão.  A evasão escolar vem acompanhada, em alguns casos, da vulnerabilidade social. Permanecer na escolar muitas vezes impede a criança de trabalhar para ajudar a família, ou em outras situações, atividades anti-sociais são mais atraentes do que a escola, como pequenos furtos, uso de drogas, gravidez precoce etc. Nas palavras de Paro (1996):

“[...] a grande maioria da população de nossas escolas apresenta todo tipo de problemas relacionados à desnutrição, fome, carência cultural e afetiva, falta de condições materiais e psicológicas para o estudo em casa, necessidade de trabalhar para ajudar no orçamento doméstico, bem como uma série de outros problemas, advindos todos eles do estado de injustiça social  vigente e que comprometem o desenvolvimento do aluno na aprendizagem.” (PARO,1996, pág. 143)


Então, como apontar uma solução para esta questão emergente como a evasão escolar? O caminho para a resolução ou melhora deste problema perpassa, sem dúvida, pela escola. Trata-se de uma tarefa complexa, que a escola precisa se envolver diretamente, criando mecanismos de resgate e acolhimento destes alunos, construindo uma rede de apoio, captando parcerias com o poder público e privado.
Assim, esta realidade brasileira que exclui só pode ser mudada com uma nova cultura de valorização, incluindo família, escola e sociedade. A educação está presente em todos os espaços. Portanto, é responsabilidade de todos dar condições para que as crianças e os jovens tenham possibilidades de crescimento, exercendo o seu direito maior de cidadania.



Referências:
PARO, Victor Henrique. Administração escolar: Introdução crítica. São Paulo: Cortez, 1996.


quarta-feira, 15 de junho de 2016

Literatura Surda

A língua de sinais representa, além de uma forma de comunicação e de interação social, um símbolo de luta dos surdos pelo respeito a sua identidade, e da identificação do sujeito como um ser social que interage e compartilha informações, construindo uma rede de comunicação que fortalece a cultura surda.

Desta forma, é preciso representar toda esta cultura rica de possibilidades. A literatura é uma forma de reconhecimento desta cultura, registrando elementos, visão de mundo e refletindo sobre a identidade cultural surda. A expressão “literatura surda” é usada para representar as produções literárias em língua de sinais, ou que tratam do universo cultural do surdo.

Através da literatura surda, modelos históricos são registrados, baseados naqueles contados em casa, dos pais para os filhos, piadas, conto de fadas, lendas e uma gama de manifestações culturais. No universo de materiais disponíveis na literatura surda, existem formas de expressão, representadas por tradução, adaptação ou criação.

Entre essas formas de representação da literatura surda, podemos destacar a adaptação como uma forma de trabalhar a literatura tradicional dos ouvintes na identidade surda. O exemplo é o livro de Lodenir Karnopp e Fabiano Rosa,  Patinho Surdo(2005):

No livro original, o patinho era excluído da família por que era feio. Na adaptação para a cultura surda, o fator de exclusão no grupo era a surdez. Assim, ao adaptarmos uma história e darmos a ela uma identidade nova, contemplamos uma diferença e a reconhecemos seu valor perante a comunidade. Portanto, trabalhar as realidades na literatura constitui a identidade do grupo e fortalece seus indivíduos como atuantes na sociedade.

Assim, contar histórias faz parte do ser humano ao longo da história, independente do padrão de qualquer sociedade que ele esteja inserido, pois é importante que existam registros para que estas informações se perpetuem.


Referências:

http://aprendendoeensinandocomsurdos.blogspot.com.br/2012_05_01_archive.html (imagem)




sexta-feira, 10 de junho de 2016

Literatura na Escola

Hoje existe uma carência cultural nos estudantes. Eles não leem mais, ou leem qualquer coisa, muitas vezes não sabendo o que ler ou o que devem ler. Cabe à escola desenvolver a habilidade no aluno de ler e entender o que está escrito, pois a vivência literária pode incentivar o hábito de ler literatura como uma experiência de prazer a que todos temos direito.

A prática da leitura está diretamente ligada à instrução, e a escola como primeira instância a desenvolver esta instrução através da alfabetização, tem papel principal no incentivo da prática da leitura literária, que proporcionará ao aluno, experiências estéticas, lúdicas e reflexivas.

A formação do leitor depende ainda de sua vivência de mundo e estudo prévio, que juntamente com o ensinar e aprender oferecido pela escola, culminarão na ampliação do repertório do aluno, desenvolvendo com o livro uma relação de identificação e troca. Nas palavras de Gregorin Filho (2009):

“No mundo contemporâneo, permeado de tecnologias e relações virtuais com a sociedade, é importante que a criança possa conhecer as relações de afeto com o objeto livro e, além dessas, com os textos que ele veicula.”(GREGORIN FILHO, 2009, P.52)

Sendo assim, o aluno precisa desenvolver com o livro, construções positivas, valorizando seu conteúdo. Aquele sentimento de estranheza com relação ao livro precisa ser desconstruído, oferecendo acesso em qualquer hora e em qualquer lugar. Dar ao aluno a oportunidade de tocar, folhear, e reconhecer no livro algo que desperte sua curiosidade. Portanto, a leitura é um veículo não só informações, mas de um universo de significados construídos a partir da identidade de cada um.


REFERÊNCIAS:


GREGORIN FILHO, José Nicolau.Literatura Infantil: múltiplas linguagens na formação de leitores. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2009

sábado, 4 de junho de 2016

Educação Musical
A educação musical no país conquistou um grande avanço com a aprovação da lei n°11769, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas de educação básica. A aprovação desta lei trouxe muitos desafios a serem enfrentados pelas escolas. Uma demanda importante gerada pela implementação desta lei é a reestruturação necessária nos Projetos Políticos Pedagógicos, que requer tempo e dedicação das equipes de profissionais das escolas.

O ensino de Artes, no qual a música está incluída, precisa incorporar e valorizar conteúdos e formas de cultura presentes na diversidade social da cultura onde está inserida. Desta forma, aplicar a lei e desenvolver a arte em sua plenitude, garante às escolas a construção de uma cultura musical valorizando o patrimônio da comunidade.

Desenvolver a música no cotidiano escolar pode ter caráter multidisciplinar a medida que o aluno, através das atividades musicais, desenvolve a atenção, concentração, memória, linguagem e prazer de aprender, que pode ser associado e relacionado com as outras disciplinas do currículo escolar. De acordo com os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais): primeiro e segundo ciclos do Ensino Fundamental de Arte (1997, p.35): “Assim, aprender com sentido e prazer está associado à compreensão mais clara daquilo que é ensinado. Para tanto, os conteúdos da arte não podem ser banalizados, mas devem ser ensinados por meio de situações e/ou propostas que alcancem os modos de aprender do aluno e garantam a participação de cada um dentro da sala de aula.”

Portanto, a escola e o educador musical precisam desenvolver no aluno o valor social da música, proporcionando vivências que enriqueçam as ideias artísticas do indivíduo, seu senso crítico e estético, garantindo a ele acesso à alegria cultural, que a música e a arte podem oferecer.


REFERÊNCIAS:


BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Arte. Ensino Fundamental. Primeiro e Segundo Ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1997.